A Sinfonia Tropeira é uma sinfonia em três movimentos para orquestra, coral, narração e representação cênica, com letra de Carlos Camargo Costa e música de Pedro Cameron, retrata uma época importante da história da cidade de Sorocaba, o tropeirismo.

A peça sinfônica abre com todo o elenco do coral (composto pelos corais Infanto-Juvenil, Adulto e Madrigal), num total de 120 cantores, usando vestimentas e adereços de época.

Primeiro movimento - O tropeiro

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Se fundamenta no intermezzo orquestral e nas intervenções do grande coro, seguindo-se a narração que introduzirá a história, tornando o elenco e a platéia personagens desse tempo.

O tropeiro
Música: Pedro Cameron
Letra: Carlos C. Costa
Toca, berrante, toca
Óia que a tropa chegou
Toca, berrante, toca
Que o Brasil aqui entrou
O tropeiro meu irmão
Pelas terras do Brasil
Vai, vai, vai, vai
Não tem tempo pra pensar
No amor que ele deixou
Vai, vai, vai, vai
Ai morena d'olhos grandes
Não se esqueça de mim, não
Ai, mineira, gauchita
Pra você volto logo
Trago já meu coração
Segue lá meu companheiro
Seu destino é o sertão
Vai, vai, vai, vai
Anda logo, meu tropeiro
Seu destino é a solidão
Toca, berrante, toca
Óia que a tropa chegou
Toca, berrante, toca
Que o Brasil aqui entrou
O tropeiro meu irmão...
Descansa, tropeiro amigo
Seu amor longe está
Descansa, tropeiro amigo
Que o dia vai raiar
Descansa, tropeiro amigo
Trabalho não vai faltar!

Segundo movimento - A feira

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O segundo movimento (Rebentou a Feira!) é um momento de festa e celebração, que marca a chegada das tropas. Modas de viola, danças típicas gaúchas, o Canto Tropeiro e um momento de introspecção e religiosidade com a interpretação de Romaria, de Renato Teixeira, marcam esta parte da apresentação, quando, novamente, a orquestra se apresenta tocando a melodia Rancheira.

Para este movimento, as apresentações ficam por conta de artistas convidados, sendo:

  • Grupo de Violeiros para a execução de modas de viola;
  • Centro de Tradições Gaúchas para a apresentação de canto e danças típicas gaúchas;
  • Cantora de ópera para a apresentação de uma obra clássica.

Terceiro movimento - O silêncio do tropeiro

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O terceiro movimento destaca no texto dois momentos importantes da história, que foram a febre amarela e a chegada do trem. A tragicidade da situação é intensificada na forma como são narrados, cantados e musicados esses momentos. Ele marca o fim do tropeirismo e nesse momento, a orquestra e coral se manifestam buscando fazer ressurgir esse tempo. Num final apoteótico, se rendem à lembrança deste passado sofrido e celebra a fibra da gente que fez de suas vidas o berço de uma nação valorosa.

O silêncio do tropeiro
Música: Pedro Cameron
Letra: Carlos C. Costa
Hoje o berrante está calado
já não toca, não, meu senhor
Veio a marcha do progresso
Deixou o cavalo-vapor.
Volta, velho tropeiro
Solta o berrante no ar
Quero ouvir de novo o tropé
Nos campos voltar a cantar
-Segura a égua madrinha
-Óia a xucra,
-Ô, ô, ô, ô arreada
-Óia a xucra
Araçoiaba, Iperó, Sarapuí
Jurupará, Vossoroca, Itanguá
Volta, velho tropeiro
Solta o berrante no ar
Em Sorocaba vim arreios compras
Selas, rendas, facões
Vim fandango e cavalhada dançar
Berrante, volta a cantar
Volta, velho tropeiro
Leva a tropa pra contar
Volta, velho tropeiro
Solta o berrante no ar

Apresentações

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Foi executada no ano de 2004 em comemoração aos 350º aniversário da cidade de Sorocaba, em 2005 marcando o início da 38ª semana do tropeiro, e também em setembro de 2006, no brilhante concerto da Orquestra Sinfônica de Rio Claro com participação do grupo Catira Brasil.