Solar dos Andradas
O Solar dos Andradas foi uma edificação construída no século XVIII no alto da colina de Santana, na zona norte da cidade de São Paulo.
Solar dos Andradas | |
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Informações gerais | |
Tipo | Solar |
Estilo dominante | Colonial Brasileiro |
Início da construção | 1734 |
Demolição | 1915 |
Proprietário atual | Governo Provincial |
Geografia | |
País | Brasil |
Localização | Santana - São Paulo, SP Brasil |
Foi a residência de José Bonifácio de Andrada e Silva e lugar onde o mesmo redigiu a famosa representação, qual pedia a permanência de D. Pedro I no Brasil, cumulando futuramente no Dia do Fico em 1822.
História
editarNos documentos históricos a primeira data em que se tem notícia da existência desse imóvel é 1734, ano da provável construção. Os jesuítas construíram a sede da Fazenda de Sant' Ana, uma construção tipo solar com uma capela anexa, serviu de convento religioso até 1761, quando houve a expulsão dos missionários e educadores (jesuítas) e a transferência de seus bens para a Coroa. Após o episódio o edifício passou a ser provavelmente a residência de integrantes do Governo Provincial.
Em 1821 residiram no solar os conselheiros José Bonifácio de Andrade e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada, nessa época o solar fez parte de um fato que se tornou decisivo para a História do Brasil. Pois nele foi redigido o manifesto paulista para que D. Pedro, então Príncipe Regente permanecesse na colônia. O Clube da Resistência, organizado no Rio de Janeiro, enviou Pedro Dias Pais Leme, portador de uma carta para Bonifacio. Após a chegada do mesmo na cidade dirigiu-se prontamente ao alto da colina de Santana, na ocasião José Bonifácio, vice-presidente da província encontrava-se doente, seu irmão Martim Francisco era o secretário. Para dificultar a situação, as condições do tempo não eram propícias para a chegada de outros membros da administração provincial. Então, de madrugada Martim, Pedro e Bonifácio escreveram tal documento.
Ao amanhecer do dia, os três saíram do Solar com destino ao centro da cidade, para providenciar a reunião dos membros do Governo, colher as assinaturas e mandar a delegação ao Rio de Janeiro. A Representação dos Paulistas foi fator preponderante para a decisão de D. Pedro de permanecer no país e foi efetivada em 9 de janeiro de 1822 conhecida, a partir de então, como o Dia do Fico.
Trecho da carta:
“ | É impossível que os habitantes do Brasil que forem honrados e se prezarem de ser homens, e mormente os paulistas, possam jamais consentir em tais absurdos e despotismos. V. A. Real deve ficar no Brasil quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes não só para nosso bem geral mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo Portugal.[1] | ” |
Outros usos
editarEm 1824 houve a desocupação da residência pela família Andrada, tempos depois tornou-se um educandário para órfãos de guerra, depois o solar passou a ser sede do Seminário dos Educandos de Santana, sendo o primeiro colégio técnico da cidade. Mais tarde, em 1875, o governo da província aproveitou para instalar ali um hospital para doentes de varíola. Com a mudança do hospital o local foi ocupado pela "Tramway da Cantareira", onde instalou suas oficinas em 1892. O imóvel foi desocupado em 1894, sendo transformado em quartel das tropas federais de São Paulo.
Demolição
editarA deterioração do edifício se tornou cada vez mais acentuada e, em 1915, foi demolido. No mesmo ano iniciou-se a construção de um novo prédio, concluído em 1917, lugar que hoje abriga o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo.[2]
Referências
- ↑ «Santana se desenvolve sem esquecer a história». ADEMI. Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 3 de novembro de 2011
- ↑ «Histórico». Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo. Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 5 de agosto de 2009
Ligações externas
editarBibliografia
editar- Ponciano, Levino (2001). Bairros paulistanos de A a Z. São Paulo: SENAC. pp. 107–108. ISBN 8573592230
- Associação Comercial de São Paulo Distrital Santana (2002). Revista 220 Anos Santana. 2 – Ano 2. São Paulo: [s.n.]