Rio Solimões
Rio Solimões é o nome frequentemente dado ao trecho superior do rio Amazonas no Brasil, desde sua confluência com o rio Negro até a tríplice fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. O nome foi dado pelos cronistas ibéricos na época do descobrimento por não possuírem de conhecimento e equipamentos suficientes para a navegação na região, a fim de facilitar suas entradas no reconhecimento das regiões compreendidas pelo grande rio. As razões da alcunha ainda são incertas, apenas é sabido que uma nação ameríndia vulgarmente alcunhada por cronistas lusófonos de “Soriman”, corrompida como “Solimao” ou “Solimum”, deu a este trecho o nome do rio e região do estado do Amazonas. Em algumas literaturas é aceito o uso da palavra “rio” anterior à “Solimões”, outras no entanto, apenas usa o termo “Solimões”, mas universalmente em muitas literaturas usa-se o nome “Amazonas” reconhecida como nome único deste rio. Tem como afluentes da margem direita os rios Javari, Jutaí, Juruá e Purus na margem esquerda os rios Içá e Japurá e percorre os municípios de São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Jutaí, Fonte Boa, Alvarães, Tefé, Coari, Codajás, Anamã, Anori, Manacapuru, totalizando aproximadamente 1.700 km até chegar a Manaus, onde ao encontrar o rio Negro recebe novamente o nome de rio Amazonas.
Rio Solimões | |
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Rio Solimões (de águas claras) no ponto de "encontro das águas" com o rio Negro | |
Comprimento | 1.700 km |
País(es) | Brasil ( Amazonas) |
O rio é anastomosado, ou seja, está dividido em braços longos e relativamente estáveis, que se unem a jusante.[1]
O curso do rio e a extensão de suas planícies de inundação são determinados por lineamentos tectônicos.[1] Predominam os lineamentos NW-SE e SW-NE, embora também existam lineamentos com direção N-S e W-E.[1] Em algumas partes, a interseção de lineamentos forma áreas baixas com formato aproximado de losangos topograficamente e que são ocupadas por planícies aluviais.[1] As áreas elevadas ao redor do rio correspondem geologicamente à formação sedimentar de idade Cretácea.[1]
As planícies aluviais do rio têm, em algumas partes, até 40 km de largura.[1]
Origem do nome
editarO rio Solimões recebe esse nome devido aos povos que habitavam as suas margens e foram descritos pelos primeiros cronistas espanhóis e portugueses no século XVI. Em suas margens, entre os atuais municípios de Coari e Anamã, havia as tribos do Yurimáguas.[nota 1] Esses mesmos povos receberam diversas variações ao longo dos séculos e cada cronista os nomeava de forma diferente como: Joriman,[2] Sorimões,[3] e Sorimão.[4]
As derivações de Sorimão, Sorimões e Solimões vêm da palavra sublimatum do latim, em referência ao veneno utilizado nas pontas de flechas e dardos daqueles povos.[5] Por ser uma das sociedades mais belicosas do rio Solimões,[nota 2] teve seu destaque nas pontas de flechas envenenadas, dando origem ao nome do rio.
Afluentes
editarNesta tabela estão os principais afluentes do rio Solimões, sendo do sentido oeste para leste, desde a cidade de Tabatinga até Manaus.
Ver também
editarNotas
- ↑ O padre Samuel Fritz foi o responsável pela catequização dos Yurimáguas no século XVI
- ↑ Cristobal de Acuña em 1641 descreve os Yurimáguas como sendo uma das sociedades mais belicosas daquelas águas e suas margens eram densamente povoadas
- ↑ O rio Apaporis não corre pelo Brasil, mas no seu baixo curso forma uma fronteira natural, de menos de 50 km, entre Colômbia e Brasil.
Referências
- ↑ a b c d e f Latrubesse, Edgardo M.; Franzinelli, Elena (2002). «The Holocene alluvial plain of the middle Amazon River, Brazil». Geomorphology. 44 (3-4): 241-257. doi:10.1016/S0169-555X(01)00177-5
- ↑ de la Cruz, Laureano (1878) [1653]. da Civezza, Marcelino, ed. Descubrimiento del rio de Maranon llamado de las Amazonas hecho por la religion de S. Francisco (em espanhol). Prato: Ranieri Guasti. p. 39
- ↑ Porro, Antonio (1985). «Os Solimões ou Jurimaguas: território, migrações e comércio intertribal». Revista do Museu Paulista, Nova Série. XXIX. São Paulo: USP. p. 25
- ↑ Sampaio, Francisco Xavier Ribeiro (1825) [1775]. Diario da viagem que em visita, e correição das povoações da capitania de S. Joze do Rio Negro fez o ouvidor, e intendente geral da mesma. Lisboa: Typografia da Academia. p. 24
- ↑ Porro, Antonio (1995). «História indígena do alto e médio Amazonas». O povo das águas: ensaios de etno-história amazónica. Rio de Janeiro: Vozes. p. 53. ISBN 85-326-1603-8