TV Nacional
TV Nacional foi uma emissora de televisão brasileira sediada em Brasília, Distrito Federal. Operava no canal 2 VHF e pertencia à Radiobrás, empresa pública que controlava os veículos de comunicação do Governo Federal, entre eles as rádios Nacional AM e FM. A Nacional foi uma das três primeiras emissoras de televisão a serem inauguradas em 1960 concomitantemente à nova capital federal, que até então estava localizada no Rio de Janeiro. Em 2007, com a fusão entre a Radiobrás e a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto do Rio, que resultou na criação da Empresa Brasil de Comunicação, a emissora encerrou suas atividades para dar lugar à TV Brasil Capital, geradora e cabeça de rede da TV Brasil.
TV Nacional | |
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Radiobrás - Empresa Brasileira de Comunicação S.A. | |
Brasília, Distrito Federal Brasil | |
Canais | 2 VHF analógico |
Outros canais | 3 VHF (1960–1986) |
Sede | Brasília, DF |
Slogan | Brasília é diversidade, a TV Nacional também |
Rede | TV Excelsior (1960–1967) TV Globo (1967–1970) REI (1975) Record (1982-1983) Rede Bandeirantes (1977–1982; 1985) Rede Manchete (1983–1985) TV Cultura (1970–1975; 1993-2007) TVE Brasil (1975–1977; 1985–2007) NBR (1999-2007) SescTV (2005–2007) |
Pertence a | Radiobrás |
Fundação | 4 de junho de 1960 |
Extinção | 2 de dezembro de 2007 |
Sucessora | TV Brasil Capital |
Prefixo | ZYA 505 |
Agência reguladora | ANATEL |
História
editarA Rádio Nacional do Rio de Janeiro planejava ter sua emissora de televisão em 1954, na então capital, Rio de Janeiro, porém, não prosseguiu devido a crise política que o país se encontrava em 1954, após a morte de Getúlio Vargas.[1] Somente durante o governo JK que foi autorizada a concessão da Rádio Nacional, desta vez em Brasília.
Durante a construção da nova capital federal, o governo brasileiro abriu licitação pública para aquisição de três concessões de televisão para os Diários Associados, às Emissoras Unidas e à própria União. Em 21 de abril de 1960, na inauguração da cidade, a TV Nacional entrou no ar em caráter experimental, junto com a TV Brasília e a TV Alvorada, pelo canal 3 VHF.[2][3] A TV Nacional foi a primeira emissora estatal no Brasil. Inicialmente, tinha uma programação diversa indo da teledramaturgia própria até as coberturas políticas da nova capital. A emissora foi batizada pelo mesmo nome de sua emissora irmã, a Rádio Nacional de Brasília.
No dia 5 de maio, um grupo de diretores da Rádio Nacional do Rio de Janeiro formado por Paulo Netto, Paulo Tapajós, Ghiaroni, Nestor de Holanda e Lourival Marques chegou à Brasília para reunião onde foi decidido que 4 de junho seria data para o lançamento oficial da TV.[3] Neste dia, às 20 horas, a emissora iniciou suas transmissões em definitivo com a chegada do presidente da República Juscelino Kubitschek e sua comitiva. Em seguida, a orquestra da Rádio Nacional tocou o Hino Nacional Brasileiro com a regência do maestro Radamés Gnattali, e o apresentador César de Alencar comandou o Show da Inauguração, primeira atração do canal.[3]
No dia seguinte, a Nacional exibiu os primeiros programas: Dedé e Dino (com direção do então humorista em ascensão Dedé Santana juntamente a seu irmão Dino Santana e com participação da atriz Ana Rosa), Encontro Musical Bossa Nova (direção de Gerly Rodrigues e participação do violonista Dilermando Reis) e Pelos Caminhos da Música (direção e apresentação de Paulo Netto e conjunto de Bernard Condorsiê).[3] Foram criados, também nesta época, um programa de auditório voltado ao público infantil apresentado por Wanderley Mattos e peças de teatro ao vivo encenadas e dirigidas por Shirley Padrão.
Durante o Governo João Goulart, a TV Nacional atrasou o pagamento de salários de seus atores por meses, sendo devolvidos somente já no início do regime militar.
Com o fortalecimento da TV Excelsior no eixo Rio-São Paulo e a implantação de seu projeto de rede para todo o país, a TV Nacional, em 1963, passou a retransmitir os programas e novelas da emissora de Mário Wallace Simonsen, diminuindo muito sua produção local.[4]
Entre as décadas de 1960 e 1970, a Nacional chegou a retransmitir atrações de redes como TV Excelsior, Rede Globo, TV Cultura, Rede de Emissoras Independentes e Rede Bandeirantes, até firmar parceria com a TVE Rio de Janeiro.
No dia 16 de novembro de 1981, iniciou-se um programa na TV Nacional, em parceria com a CPCE da UnB, transmitido para todo o Brasil, com o titulo de "Universidade Aberta" com o objetivo de debater e analisar temas culturais e políticos de importância no momento.[5]
Em março de 1982, após ter censurado e deixado de retransmitir grande parte da programação da Bandeirantes, incluindo programas de maior audiência como o Jornal Bandeirantes e o Canal Livre, a TV Nacional migrou para a TV Record e permaneceu até 1983.
Em 1983, afiliou-se à Rede Manchete, durante um curto período retransmitindo novamente a Bandeirantes e voltando logo depois para a TVE. Em 1986, deslocou sua transmissão para o canal 2 VHF para a chegada da TV Bandeirantes Brasília. Em 1998, passou a fazer parte da recém-criada Rede Pública de Televisão, liderada pela TVE e pela TV Cultura de São Paulo. Retransmitiu programas da extinta NBR de 1999 a 2004.
No início de 2002, reforçando ainda mais a parceria Radiobras-Acerp que resultaria na futura TV Brasil, a TV Nacional produziu juntamente com a TVE RJ o programa "Encontro com a Imprensa".
A partir de 2005, retransmitiu a programação da STV (atual SescTV) juntamente a programas de outras emissoras componentes da ABEPEC, como a TV Cultura, TVE, Rede Minas e demais.
Em maio de 2007, foi anunciado que uma nova TV pública do governo federal estava sendo planejada.[6] Para possibilitar a formação da emissora, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em outubro, medida provisória e, posteriormente, um decreto no Diário Oficial da União que criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), resultado da fusão entre a Radiobrás e a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto do Rio de Janeiro, mantenedora das rádios MEC AM e FM e da TVE Brasil.[7] Com o novo órgão governamental, formou-se a TV Brasil, que contaria com filiais em Brasília, no Rio e em São Luís, entrando no ar ao meio-dia de 2 de dezembro em substituição à TV Nacional, à TVE Brasil e à TVE Maranhão.
Programas
editar- A Alma das coisas
- A Grande Estiagem
- A Ilha das Cabras
- A Turma da Tia Leninha
- Agropecuária Nacional
- Alerta, Nacional
- Animais, Animais
- Antes do Café
- Ao som da Viola
- Arquivo Vídeo
- Atualidades Scania Vabis
- Aqui Brasília
- Bar 3
- Boa Noite, Amor
- Bossa Nova em três têmpos
- Brasil, Brasília
- Brasília em dia com o mundo...
- Brasília é Notícia
- Brasília Hoje
- Brasília se Diverte
- Brasília Viva
- Brincando de Teatro
- Cada um tem a sua
- Caderno 2
- Câmera 3
- Cantigas
- Chorinho às Sextas
- Cinema 3
- Cinema Em Sua Casa
- Cinema na Madrugada
- Claudia
- Clube do Garoto
- Contexto
- Conversa vai, conversa vem...
- Curta Nacional
- Conversa puxa Conversa
- Dedé e Dino
- Diálogo Brasil
- Diário da Constituinte
- É hora de esporte
- Edição Geral
- Edição Nacional
- Editorial Nacional
- Ele e Ela
- Encontro
- Encontro com a Imprensa
- Encontro Musical Bossa Nova
- Entrevista
- Equipe Nacional de Comunicação
- Espaço Nacional
- Esportes ao Vivo
- Esporte por Esporte
- Faixa de Ação
- Faixa Nacional
- Fala Brasília
- Fatos da Semana
- Festival Infantil
- Fique por dentro
- Futebol Nacional
- Gente Brasília
- Geração Colorida
- Grande Teatro Nacional
- Homem do Planalto
- Hora do Angelus
- Hora do Esporte
- Imagens da Semana
- Informando e Comentando
- Jornal da Cidade
- Jornal da Copa
- Jornal da Semana
- Jornal da Tela
- Jornal de Sábado
- Jornal do Congresso
- Jornal do Descobrimento
- Jornal do Senado
- Jornal Nacional
- Jornal Rural
- Jornal Visual
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- Matineé de Domingo
- Matinê Nacional
- Mister Luk
- Momento Pop
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- Universidade Aberta
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- Você e a informática
Identificação
editarLogotipo
editarA emissora entrou ao ar em 1960 com um logo de formato semelhante ao da coluna do Palácio da Alvorada com uma antena no topo se transformando em um microfone apontado para baixo na ponta.
Em 1967 a TV Nacional utilizou como logotipo três semicírculos formando um triângulo interno, fazendo referência ao número do canal.
No ano de 1973 a TV Nacional passou a utilizar como sua marca uma esfera com 3 colunas do Palácio da Alvorada em forma triangular, agora nomeada de TV-3 Nacional.
Em 1978 a emissora é reposicionada e abandona seu logotipo anterior, agora utilizando somente o nome "Nacional 3" com uma aparência cromada.
Já no ano de 1982, com a sua afiliação à REI, a TV Nacional passa a utilizar definitivamente a marca da Radiobrás.
De 1991 a 1993 a TV Nacional utilizou como logomarca 3 esferas alinhadas ao meio em um gradiente amarelo-roxo.
Durante 1993 a 2004 a TV Nacional retorna à logo da Radiobrás, adaptando-a para a computação gráfica, que agora ganha formato mais arredondado. De 2001 a 2004 a TV Nacional ganha coloração dourada, para se diferenciar da Rádio Nacional, que permanece verde.
No final de 2004 a TV Nacional atualiza a sua logo para a padrão da Radiobras, também usada pela NBR, Agência Brasil e Rádio Nacional, que a acompanharia até a sua fusão com a TVE Brasil, resultando na TV Brasil.
Referências
- ↑ «Almanaque da Rádio Nacional». 1 dez. 2006. Consultado em 7 abr. 2021
- ↑ Elmo Francfort Ankerkrone (29 de Junho de 2001). «Televisão». Sampa Online. Consultado em 5 de junho de 2010
- ↑ a b c d Paulo Netto (19 de janeiro de 2006). «A inauguracao da TV Nacional de Brasilia canal 3». O Fuxico. Consultado em 5 de junho de 2010
- ↑ RICCO, Flávio (2017). Biografia da Televisão Brasileira. 1 e 2. São Paulo: Matrix. p. 164
- ↑ «Educação a Distância na Universidade de Brasília: uma trajetória de janeiro de 1979 a junho de 2006.» (PDF). 1 de novembro de 2006. Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ Daniel Castro. «(sem título0». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa. Consultado em 17 de fevereiro de 2021.
Edição de 28 de maio de 2007
- ↑ Luiza Damé. «TV Pública nasce com orçamento de r$350 milhões». O Globo. TV-Pesquisa. Consultado em 17 de fevereiro de 2021.
Edição de 11 de outubro de 2007