Tamuz
Tamuz, Dumuzi ou ainda Dumuzide (em hebraico: תַּמּוּז; romaniz.: Tammuz; em acádio: Duʾzu ou Dūzu; em sumério: 𒌉𒍣𒉺𒇻; romaniz.: ddumu-zid) era uma antiga divindade suméria, sendo o deus da fertilidade e um pastor. O nome Tamuz parece ter sido derivado da forma acádia Tammuzi, baseada no antigo sumério Damu-zid, que no sumério padrão posterior se tornou Dumuzide ou Dumuzi.
Tamuz | |
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Deus da fertilidade e dos pastores | |
Outro(s) nome(s) | Dumuzi, Dumuzide |
Morada | |
Genealogia | |
Cônjuge(s) | Inana |
Pais | Dutur e Enqui |
Irmão(s) | Gestinana (irmã) e Amisilama (em alguns outros textos que dizem que é sua irmã) |
Equivalentes | |
Grego | Adônis |
Sumério | Dumuzi |
Egípcio | Hórus |
Culto
editarA menção mais antiga conhecida de Tamuz está em textos que datam do início do Terceiro Período Dinástico (c. 2600–2334 a.C.), mas seu culto provavelmente era muito mais antigo. Embora o culto seja atestado para a maioria das principais cidades da Suméria no III e II milênios a.C., ele se concentrava nas cidades ao redor da área de estepe central (o edim), como, por exemplo, em Bade-Tibira (moderna Madīnah), onde Tamuz era considerado um deus da cidade.[1]
Mitologia
editarO eterno apaixonado da deusa Inana Tamuz se trata de um humano e pastor de rebanho, em oposição ao agricultor Enquindu. Ele acaba de se tornar num deus, estando associado à vegetação e à agricultura, porquanto sendo um deus que morreu jovem e ressuscitou no ano seguinte. Foi também o oposto de Am (Anu em sumério), um deus verdadeiramente imortal, e por isso havia tido por idoso, mas também por culto e experiente.[carece de fontes]
Tamuz foi muito cultuado, mais tarde, na Babilônia sob o mesmo nome.[2] Era conhecido como Adônis na Grécia Antiga.[3]
Sincretismo
editarTamuz era conhecido pelos egípcios como Hórus, e tinha como companheira Astarte, a rainha do céu (Istar para os acádios; Ísis para os egípcios; Afrodite para os gregos; Inana para os sumérios). O relacionamento entre Hórus e Ísis e as respectivas características deles correspondem notavelmente ao relacionamento e às características dos babilônios Tamuz e Istar. Assim, muitos peritos acham que eles são os mesmos.[carece de fontes]
Na Bíblia
editarO estudioso bíblico William Edwy Vine afirma o seguinte:
"A forma da [cruz de duas vigas] teve sua origem na antiga caldéia e foi usada como símbolo do deus Tamuz (tendo a forma do místico Tau, a letra inicial de seu nome) naquele país e em terras adjacentes, inclusive no Egito. Por volta dos meados do século III d.C., as igrejas ou se haviam apartado ou tinham arremedado certas doutrinas da fé cristã. A fim de aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, aceitavam-se pagãos nas igrejas, à parte de uma regeneração pela fé, e permitiam-se-lhes em grande parte reter seus sinais e símbolos pagãos. Assim se adotou o Tau ou T, na sua forma mais freqüente, com a peça transversal abaixada um pouco, para representar a cruz de Cristo.”[4]
Já os escritores Ethelbert William Bullinger e John Denham Parsons dizem:
"Usavam-se essas cruzes como símbolos do deus-sol babilônico, e são vistas pela primeira vez numa moeda de Júlio César (r. 100–44 a.C.) e daí numa moeda cunhada pelo herdeiro César Augusto, em 20 a.C.. Nas moedas de Constantino, o símbolo mais freqüente é [...] mas, o mesmo símbolo é usado sem o círculo ao redor, e com os quatro braços iguais, verticais e horizontais; e este era o símbolo especialmente venerado como a ‘Roda Solar’. Deve-se declarar que Constantino era um adorador do deus-sol, e não quis entrar na ‘Igreja’ senão cerca de um quarto de século depois da lenda de ter visto tal cruz nos céus.”[5][6]
Jeremias
editarO profeta Jeremias condenou a entrega de oferendas a “rainha do céu”,[7][8] como também a adoração a Tamuz que havia sido morto por um javali e supostamente ressuscitado.[2]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Tamuz». Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em 28 de novembro de 2019
- ↑ a b Ezequiel 8:14
- ↑ Dictionary of deities and demons in the Bible DDD (em inglês). K. van der Toorn, Bob Becking, Pieter Willem van der Horst 2 ed. Leiden: [s.n.] 1999. OCLC 39765350
- ↑ Vine 1939, p. 256.
- ↑ Bullinger 1909.
- ↑ Parsons 2015, pp. 133-141.
- ↑ Jeremias 7:18
- ↑ Jeremias 44:17–19, 25
Bibliografia
editar- Vine, William Edwy (1939). An Expository Dictionary of New Testament Words. Londres: Thomas Nelson. ISBN 978-0785260202
- Bullinger, Ethelbert William (1909). The Companion Bible. [S.l.]: Ravenio Books
- Parsons, John Denham (2015). The Non-Christian Cross. [S.l.]: Createspace Independent Publishing Platform. ISBN 978-1530529421