Fringilla coelebs
O tentilhão-comum (Fringilla coelebs) é um pássaro de pequeno porte, com cerca de 15 cm, da família dos fringilídeos, sedentário, de coloração bastante viva e de canto mavioso. É também denominado batachim, chapim, chincalhão, chincho, chopim, pachacim, pardal-de-asa-branca, pardal-dos-castanheiros, patachim, pimpalhão, pincha, pintalhão, pintarroxo e pimpim.
tentilhão-comum Fringilla coelebs | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Fringilla coelebs Linnaeus, 1758
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Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Descrição
editarExiste um marcado dimorfismo sexual em relação à plumagem. O macho possui cores vivas enquanto a fêmea e juvenis têm uma cor cinzenta esverdeada e monótona, mas ambos os sexos têm duas barras brancas contrastantes nas asas e lados brancos na cauda. O pássaro macho tem uma voz forte e canta de poleiros expostos para atrair um parceiro. A cor da cabeça do macho muda de cinza azulado para castanho, a mesma cor do dorso, durante o inverno.
Distribuição
editarDistribui-se por toda a Europa, pela Ásia central e pelo Norte de África.[1] Frequenta zonas florestais, como pinhais, sobreirais e matas de folhosas.
As fêmeas das aves nas regiões mais ao norte fazem uma curta migração para sul no outono, permanecendo apenas os machos. A observação deste comportamento por parte de Linnaeus nas aves do seu país, a Suécia, deu origem ao nome científico coelebs que significa celibatário.
Em Portugal o tentilhão-comum é uma espécie residente, que está presente durante todo o ano, mas durante o Outono e o Inverno verifica-se um aumento dos efectivos, devido à chegada de indivíduos provenientes do Norte da Europa, que vêm passar a estação fria.
Nidificação e alimentação
editarEssa espécie constrói o seu ninho nas árvores, nidificando portanto em florestas, tanto de caducifólias como de coníferas. Faz o ninho na forquilha das árvores, camuflando-o com líquenes e musgos. Põem tipicamente quatro ou cinco ovos, que eclodem em cerca de 13 dias.[1]
Fora da época de reprodução, os tentilhões comuns comem principalmente sementes e outros materiais vegetais que encontram no solo. Eles frequentemente forrageiam em campo aberto em grandes bandos. Os tentilhões comuns raramente pegam alimentos diretamente das plantas e muito raramente usam seus pés para manusear alimentos.[2] Durante a época de reprodução, sua dieta muda para invertebrados, especialmente lagartas desfolhadoras. Eles se alimentam em árvores e também ocasionalmente fazem pequenas investidas para pegar insetos no ar.[2] Os jovens são inteiramente alimentados com invertebrados que incluem lagartas, pulgões, tesourinhas, aranhas e larvas (as larvas de besouros).
Subespécies
editarVárias subespécies do tentilhão-comum foram descritas, com base principalmente nas diferenças no padrão e na cor da plumagem do macho adulto. A subespécie pode ser dividida em três grupos: o "grupo coelebs" que ocorre na Europa e Ásia, o "grupo spondiogenys" no norte da África e o "grupo canariensis" nas Ilhas Canárias.[3] As subespécies da Madeira e dos Açores são colocadas quer no "grupo canariensis"[4] como no "grupo spondiogenys".[3] Estudos genéticos indicam que os membros do "grupo coelebs" e o "grupo spondiogenys" estão mais intimamente relacionados entre si do que com os membros do "grupo canariensis."[3]
Tradicionalmente eram referencias as seguintes subespécies:
- F. c. madeirensis, Madeira
- F. c. africana, Norte de África
- F. c. tintillon, Ilhas Canárias
- F. c. moreletti, Açores[5]
No entanto em 2023 essas subespécies foram reclassificadas como espécies distintas: F. madeirensis, F. spodiogenys, F. canariensis e F. moreletti.[6]
Os tentilhões na Teoria da Evolução das Espécies
editarEm uma das viagens de Charles Darwin ele parou no Arquipélago de Galápagos e a espécie predominante lá eram os tentilhões.[7]Por falta de alimento os tentilhões começavam a migrar paras as ilhas vizinhas do mesmo arquipélago. Os alimentos nas outras ilhas eram outros, e vários tentilhões foram para ilhas diferentes umas das outras. Os tentilhões foram se adaptando aos alimentos das outras ilhas, mudando o formato do bico, e outras coisas em sua genética. Assim foram surgindo e se desenvolvendo vários tipos de tentilhões diferentes, e hoje são descobertas mais de quatorze espécies diferentes. Com base nisso Darwin percebeu que as espécies se adaptam e evoluem, um dos fatores que o fizeram chegar à Teoria da Evolução.[7]
Referências
- ↑ a b «Chaffinch (Fringilla coelebs) | Type on spotwild». spotwild.org (em inglês). Consultado em 8 de junho de 2022
- ↑ a b «Handbook of the Birds of Europe, the Middle East and North Africa. The Birds of the Western Palearctic. Volume V: Tyrant Flycatchers to Thrushes Stanley Cramp». The Auk (4): 809–812. Outubro de 1990. ISSN 0004-8038. doi:10.2307/4088027. Consultado em 8 de junho de 2022
- ↑ a b c Clement, Peter (4 de março de 2020). «Common Chaffinch (Fringilla coelebs)». Cornell Lab of Ornithology. Birds of the World. Consultado em 8 de junho de 2022
- ↑ Marshall, H D; Baker, A J (1 de junho de 1998). «Rates and patterns of mitochondrial DNA sequence evolution in fringilline finches (fringilla spp.) and the greenfinch (Carduelis chloris).». Molecular Biology and Evolution (6): 638–646. ISSN 0737-4038. doi:10.1093/oxfordjournals.molbev.a025967. Consultado em 8 de junho de 2022
- ↑ «Aves dos Açores - Tentilhão dos Açores»
- ↑ «Species Updates IOC Version 13.2». IOC World Bird List v13.2 (em inglês). Consultado em 22 de julho de 2023
- ↑ a b «Tentilhões de Darwin enfrentam risco de extinção». www.dn.pt. Consultado em 8 de junho de 2022
Ligações externas
editar- Media relacionados com Fringilla coelebs no Wikimedia Commons
- Onde observar o tentilhão-comum Avesdeportugal.info