Teorema de Cantor-Bernstein-Schroeder

Em teoria de conjuntos, o Teorema de Cantor-Bernstein-Schroeder, assim chamado em homenagem a Georg Cantor, Felix Bernstein e Ernst Schröder, estabelece que se existem funções injetivas f : AB e g : BA entre os conjuntos A e B, então existe uma função bijetiva h : AB. Em termos da cardinalidade dos dois conjuntos, isso significa que se |A| ≤ |B| e |B| ≤ |A|, então |A| = |B|; A e B são ditos "equipolentes". Essa é obviamente uma propriedade muito útil para a ordenação de números cardinais.

Este teorema não depende do axioma da escolha.

Demonstração

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Esta demonstração faz uso do conjunto dos números naturais, cuja existência é um dos axiomas da Teoria dos Conjuntos (o axioma do infinito)[1]

Para cada   definimos  , por  , composição de  fatores iguais a  . Observamos que  . Note que o fato de   e   serem injetivas implica a injetividade de  .

Agora consideramos  , dado por

 .

Note que se  , então tomando   segue que  , ou seja,  . Equivalentemente, se   temos que  .

Por outro lado, observamos que dado  , se tivermos  , então   e ocorre  . De fato, se   então existe   tal que  . É claro que   e nesse caso podemos escrever

 

 .

Logo  , donde segue que  .

Para concluir definimos   pondo   se   e   se  . Note que   está bem definida, pois g é injetiva e se   então  , como já observamos. Ademais,   é injetiva, haja vista que dados   temos as seguintes possibilidades:   (os dois estão em X);   (os dois estão no complementar de X) ou   (um está em X e outro fora). Nos dois primeiros casos a igualdade   implica  , devido à injetividade de   e de  . No último, tal igualdade implicaria   de onde teríamos  . Porém, como   existe   tal que  . Logo,  , ou seja,  . Isso implica  , o que é uma contradição. Portanto, isso conclui a verificação da injetividade de H.

Por fim, dado   temos duas possibilidades:   ou  . No primeiro caso, temos que   e no segundo caso, como foi observado, teremos que   e daí,  . Portanto,   trata-se de uma bijeção.

Demonstração de Banach

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Stefan Banach observou que o que a demonstração acima faz é decompor cada conjuntos A e B em duas partes disjuntas, de forma que a função f transforma (bijetivamente) uma parte de A em uma parte de B, e g-1 transforma (bijetivamente) a outra parte de A na outra parte de B.[2]

Mais precisamente:

Sejam A e B conjuntos,   uma função injetiva e   uma função sobrejetiva. Então é possível particionar  ,  , com   e de forma que f e G quando restritas, respectivamente, a A1 e A2 sejam bijeções, respectivamente, com B1 e B2.

O teorema de Cantor-Bernstein-Schroeder segue imediatamente como corolário, porque sendo   injetiva, então   é a função bijetiva definida pela injetividade de g.

A demostração encontra-se na referência[2]

Referências

Ligações externas

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