Terra Indígena Enawenê-Nawê
A Terra Indígena Enawenê-Nawê localiza-se no noroeste do estado brasileiro do Mato Grosso, próxima aos municípios de Brasnorte, Juína, Comodoro e Sapezal, em uma área de transição entre o cerrado e a floresta amazônica,[1] habitada por 566 índios da etnia Enawenê-nawê.[2]
Terra Indígena Enawenê-Nawê | |
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País | Brasil |
Estado | Mato Grosso |
Dados | |
Área | 742.088 ha. |
Gestão | Funai |
Demarcação
editarA demarcação da Terra Indígena Enawenê Nawê foi feita pela Fundação Nacional do Índio, em processo gerido pela Operação Amazônia Nativa com a participação dos Enawenê-nawê.[1] Entretanto, foram excluídas áreas como a das cabeceiras do rio Preto, antes que estudos mais detalhados revelassem sua importância para aquele povo, e baseou-se nas informações disponíveis nos primeiros contatos, quando o povo encontrava-se em migração, ocupando território nambiquara, e sua utilização territorial encontrava-se bastante reduzida em função da ameaça inimiga. Somente após o fim dos ataques, o povo Enawenê Nawê retomou suas atividades e ritos tradicionais, e buscou reocupar os territórios originais.[3][4]
Homologada em 1996, com uma área de 742.088 hectares, a terra indígena demarcada encontra-se em processo de estudo para revisão de seus limites. Os índios pretendem a incorporação da área do rio Preto, que consideram vital para o sustento e para a manutenção das tradições do grupo.[5]
Ameaças
editarA região demarcada está cercada por empreendimentos agrícolas e fazendas de pecuária extensiva. Ao sul do território, a vegetação do cerrado foi substituída por plantações de cana-de-açúcar, de algodão e, principalmente, de soja, causando o desaparecimento de parte da fauna e flora nativas. Junto aos limites norte, oeste e sudeste, há intensa atividade de extração de madeira, e uma reserva mineral junto aos limites norte e nordeste é alvo de invasão por garimpeiros. Além disso, as cabeceiras dos rios que compõem a área demarcada estão em sua maioria fora da terra indígena, e têm sido alvo de poluição por agrotóxicos e dejetos urbanos.[1][2][6]
A partir de 2008, com a construção de centrais hidrelétricas na bacia do rio Juruena houve uma significativa redução na disponibilidade de peixes na região, o que compromete a manutenção da vida e das tradições da população local. O peixe é a base da alimentação dos Enawenê-nawê, e tem papel importante na realização do ritual do yãkwa.[2][6]
Referências
- ↑ a b c «Enawene Nawe». Operação Amazônia Nativa. Consultado em 13 de junho de 2012
- ↑ a b c «Enawenê-Nawê: Introdução». Brasil Escola. Consultado em 30 de agosto de 2015
- ↑ RODGERS, Ana Paula Lima (2010). «Enawenê-nawê - Localização». Povos Indígenas no Brasil. Instituto Sócio-Ambiental. Consultado em 9 de junho de 2012
- ↑ France Presse (18 de novembro de 2011). «Ritual de um povo indígena brasileiro, candidato ao patrimônio imaterial da Unesco». Globo.com. Consultado em 23 de junho de 2012
- ↑ «Funai visita aldeia Enawenê-Nawê». FUNAI. 15 de setembro de 2005. Consultado em 13 de junho de 2012
- ↑ a b «Índios constroem barragens em rios do Mato Grosso em busca de peixes para ritual sagrado». Globo Repórter. 9 de junho de 2012. Consultado em 13 de junho de 2012