Teatro Colombo
O Teatro Colombo foi uma sala de espetáculos brasileira situada no Largo da Concórdia, bairro do Brás, na cidade de São Paulo. Era considerado o teatro de melhor acústica da cidade e tinha capacidade para 1968 lugares.[1][2] Neste teatro o compositor italiano Pietro Mascagni regeu pessoalmente sua sua ópera Amica.[3]
Teatro Colombo | |
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Teatro Colombo, antes de 1937 | |
Informações gerais | |
Tipo | Teatro |
Estilo dominante | Eclético |
Início da construção | 1902 (122 anos) |
Fim da construção | 1908 (116 anos) |
Inauguração | 20 de fevereiro de 1908 (116 anos) |
Altura | 45 m |
Geografia | |
País | Brasil |
Localização | São Paulo |
Referências | |
Companhia Cinematográfica Brasileira |
História
editarO teatro foi inaugurado em 20 de fevereiro de 1908 após a reforma do prédio do antigo Mercado do Brás, no Largo da Concórdia, com apoio do coronel França Pinto. Na inauguração foi apresentada a peça Maria Antonieta, rainha da França, de Giacometti, pela Companhia Dramática Italiana dirigida pelo ator Antonio Bolognesi.[3][4] O teatro tinha capacidade para 1968 lugares, contando com 39 camarotes e 24 frisas. Tinha ainda as cadeiras de plateia e três arquibancadas, comportando 260 lugares em pé. Era considerado o teatro de melhor acústica da cidade.[1][2]
A criação do Colombo foi uma resposta das classes menos favorecidas à elitização dos teatros paulistanos e de seus preços exorbitantes cobrados pelas bilheterias. Era conhecido como o local de reunião das famílias dos bairros industriais e populosos, por praticar preços ao alcance das classes operárias.[2]
Em 3 de agosto de 1911 o compositor Pietro Mascagni regeu pessoalmente sua ópera Amica, ocasião tão especial que o edifício recebeu uma placa comemorativa em seu saguão.[1][3] A apresentação na época foi anunciada como "A mais completa expedição lírica de todos os tempos", contando com uma produção de 183 pessoas vindas da Itália, incluindo os músicos da orquestra.[5]
Do teatro brasileiro, o Colombo recebeu artistas como Itália Fausta, Leopoldo Fróes, Procópio Ferreira e Nino Nello.[5] Recebeu também artistas internacionais e numerosas companhias estrangeiras, especialmente italianas, em apresentações de óperas, balé, concertos e peças de teatro. Com o tempo, passou a exibir filmes e a hospedar bailes de carnaval que se tornaram famosos na cidade.[3] O local também foi palco de grandes manifestações de trabalhadores e grupos de tendência anarquista.[2]
Em 1911, arrendado pela Companhia Cinematográfica Brasileira de propriedade de Francisco Serrador, o teatro tornou-se uma sala de exibição de filmes e entrou em decadência nos anos seguintes. A prefeitura do município conseguiu reavê-lo para reinaugurá-lo em 1952, mas o Colombo não conseguiu se impor no cenário cultural paulistano como antes. Posteriormente a prefeitura fez planos de sua demolição para a construção da Radial Leste.[5]
Em julho de 1957 o edifício foi interditado por não apresentar condições de segurança devido a problemas em seu telhado.[6]
Em 19 de julho de 1966 seu edifício ardeu em chamas e foi completamente destruído. As causas do incêndio são suspeitas. Foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo que o teatro vinha sendo ameaçado de destruição por telefonemas anônimos. O primeiro incêndio se iniciou num colchão colocado no teatro vazio no domingo, 17 de julho. Na ocasião o fogo foi controlado, mas na quarta-feira irrompeu novamente e destruiu o edifício em apenas trinta minutos.[5]
Do outro lado da mesma praça ficava a antiga "Estação do Norte", da Estrada de Ferro Central do Brasil, mais tarde denominada "Estação Roosevelt". Hoje chama-se Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), integrada com o Metrô de São Paulo.
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c «O Teatro Colombo vai desaparecer». Folha de S.Paulo. 11.940: 1 e 13. 23 de fevereiro de 1962
- ↑ a b c d Bellayres, Arlindo (2 de setembro de 2009). «A história da Rua do Gasômetro». Jornal GGN. Consultado em 27 de dezembro de 2017
- ↑ a b c d Casoy, Sergio. «São Paulo e os teatros de ópera». Laboratório de Pesquisa em Identidade e Diversidade Cultural - UNESP. Consultado em 27 de dezembro de 2017
- ↑ Martellotta, Eduardo (20 de julho de 2017). «Teatro Colombo lembra epopeias do Brás». Jornal do Brás. Consultado em 27 de dezembro de 2017
- ↑ a b c d «Fogo destrói o Colombo». O Estado de S. Paulo. 27.992: 13. 20 de julho de 1966
- ↑ «Fechado ainda o Teatro Colombo». Folha da Manhã. 10.646: 6. 8 de janeiro de 1959