Tiriba-de-orelha-branca

espécie de ave

O tiriba-de-orelha-branca (nome científico: Pyrrhura leucotis),[2] também conhecido como querequetê,[3] fura-mato-pequeno[4] ou tiriba-pequeno,[5] é uma ave psitaciforme da família dos psitacídeos (Psittacidae).

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTiriba-de-orelha-branca

Espécime no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, Brasil
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Género: Pyrrhura
Espécie: P. leucotis
Nome binomial
Pyrrhura leucotis
(Kuhl, 1820)
Distribuição geográfica
Distribuição da tiriba-de-orelha-branca no Brasil
Distribuição da tiriba-de-orelha-branca no Brasil

Etimologia

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O nome vernáculo tiriba, também registrado na forma tiribaí, deriva do tupi *ti'riwa em sentido definido. Foi registrado a primeira vez em 1667 como tiriuo e então em 1928 como teriba.[6] O vernáculo querequetê, por sua vez, tem origem desconhecida.[3]

Descrição

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A tiriba-de-orelha-branca mede até 23 centímetros de comprimento e pesa de 50 a 53 gramas. Os adultos são sobretudo verdes, com uma coroa marrom na nuca com uma forte lavagem azul na frente. Seu pescoço apresenta um colar azul e há uma faixa frontal final marrom-arroxeada da região ao redor dos olhos e do loro em direção à parte superior das bochechas. As bochechas são azuladas e a cobertura dos ouvidos é esbranquiçada. O peito e a garganta são verdes com barras esbranquiçadas e marrom-escuras. O centro do abdome é marrom-avermelhado e há uma mancha de mesma cor na parte inferior das costas até as coberturas superiores da cauda. Sua asa tem curva vermelha, e a cauda é marrom. Seu olho é castanho-alaranjado e o anel do olho é cinza claro e/ou marrom. Os juvenis, por sua vez, apresentam barras mais tênues no peito. O padrão abdominal vermelho tem penas vermelhas espalhadas. A cera e o anel do olho é nu e cinza e/ou branco.[7]

Distribuição e habitat

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A tiriba-de-orelha-branca vive no sudeste do Brasil, da Bahia ao sul do rio Jequitinhonha, ao sul do Espírito Santo, sudeste de Minas Gerais e antigamente São Paulo. É descrita como geralmente escassa e foi extirpada do sul de sua área de distribuição. A espécie habita o interior e bordas de floresta, clareiras e outros habitats modificados, como plantações de cacau naturalmente sombreadas, parques urbanos e jardins de até 600 metros. Se alimenta de sementes, frutas, bagas, nozes e talvez insetos.[1]

Conservação

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Estima-se que a tiriba-de-orelha-branca tenha um tamanho populacional pequeno (na faixa de 2 500-9 999 indivíduos), considerado em declínio, podendo ocorrer em várias subpopulações pequenas. Por conta disso, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) a classificou com vulnerável. A principal ameaça à sua permanência é o desmatamento extensivo da floresta que habita. Também se sabe que é comumente capturada para comercialização.[1] No Brasil, consta em várias listas de conservação: em 2005, foi classificada como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[8] em 2010, como criticamente em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais de 2010;[9] em 2014, como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[10] em 2017, como em perigo na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[11] em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[12] e na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro;[13] e em 2022, como vulnerável na Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Aves. Anexo 2 Portaria MMA N.º 148, de 7 de junho de 2022.[14][15]

Referências

  1. a b c BirdLife International (2017). «Pyrrhura leucotis». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2017: e.T45421208A118806820. doi:10.2305/IUCN.UK.2017-3.RLTS.T45421208A118806820.en . Consultado em 18 de novembro de 2021 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 183. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. a b Grande Dicionário Houaiss, verbete querequetê
  4. Grande Dicionário Houaiss, verbete fura-mato-pequeno
  5. Grande Dicionário Houaiss, verbete tiriba-pequeno
  6. Grande Dicionário Houaiss, verbete tiriba
  7. «White-eared conure (Pyrrhura leucotis. Parrots. Consultado em 6 de julho de 2022. Cópia arquivada em 28 de novembro de 2017 
  8. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  9. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  10. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  11. «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022 
  12. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  13. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  14. «Pyrrhura leucotis (Kuhl, 1929)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Cópia arquivada em 10 de julho de 2022 
  15. «Portaria MMA N.º 148, de 7 de junho de 2022» (PDF). Ministério do Meio Ambiente. 7 de junho de 2022. Consultado em 12 de junho de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 14 de junho de 2022