A Tomada de Roma, decorrida em 20 de setembro de 1870, foi um confronto definitivo entre as forças do Reino de Itália e os Estados Papais e concluiu o longo processo de Unificação italiana (conhecido como Risorgimento), que unificou a península italiana sob o governo do Rei Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia.

Tomada de Roma
Parte de Unificação Italiana

Breccia di Porta Pia
Data 20 de setembro de 1870
Local Roma, Lácio, Itália
Desfecho Vitória italiana
Beligerantes
Itália Estados Papais
Comandantes
Vítor Emanuel II
Giovanni Lanza
Raffaele Cadorna
Papa Pio IX
Giacomo Antonelli
Hermann Kanzler
Forças
50 000 13 157

As regiões de Veneza Júlia, Trentino e Alto Adige continuaram sob domínio do Império Austríaco, sendo anexadas depois do fim da Primeira Guerra Mundial.

A tomada da cidade de Roma encerrou, de fato, os Estados Papais como entidade política soberana e escalou a já conflituosa relação entre o governo italiano e o Papado. Entre os anos de 1870 a 1929, o Papa passou a ser denominado como "Prisioneiro no Vaticano" até que o Tratado de Latrão resolveu as disputas diplomáticas entre as duas entidades ao reconhecer a soberania do atual Estado do Vaticano.

Captura

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O Exército italiano, comandado pelo general Raffaele Cadorna, atravessou a fronteira papal em 11 de setembro e avançou em direção a Roma, movendo-se lentamente, na esperança de que uma entrada pacífica pudesse ser negociada. As guarnições papais tinham recuado desde Orvieto, Viterbo, Alatri, Frosinone e outros redutos do Lácio. Pio IX estava convencido de que a rendição era inevitável.[1] Quando o exército italiano se aproximou da Muralha Aureliana que defendeu a cidade, a força papal foi comandada pelo general Hermann Kanzler, e foi composta pela Guarda Suíça e alguns zuavos pontifícios voluntários da França, Áustria, Holanda, Espanha, e outros países de um total de 13 157 homens contra cerca de 50 000 italianos.[2]

O exército italiano alcançou a Muralha Aureliana em 19 de setembro e colocou Roma em estado de sítio. Pio IX decidiu que a rendição da cidade seria concedida somente após suas tropas terem resistido suficiente para deixar claro que a tomada não tinha sido aceita facilmente. Em 20 de setembro, depois de um bombardeio de três horas que abriu uma brecha na Muralha Aureliana na Porta Pia, o corpo de infantaria piemontesa comandado pela bersaglieri entrou em Roma. Durante a tomada morreram 49 soldados italianos e 19 zuavos pontifícios.

A Cidade Leonina, incluindo o Palácio Apostólico, sede do Papa, foi ocupada no dia 21 de setembro. O governo italiano tinha a intenção de deixar o Papa manter a Cidade Leonina, mas o Papa não aceitou desistir de suas reivindicações a um território mais amplo.[3]

Roma e a região de Lácio foram anexadas ao Reino da Itália após um plebiscito.

A Via Pia, a estrada que começava na Porta Pia, foi rebatizada como Via XX Settembre ("20 de setembro"). Posteriormente, em inúmeras cidades italianas o nome Venti Settembre foi dado para a via principal que conduz à catedral local.

Os eventos do dia são celebrados em toda a Itália nessa Via XX e em praticamente todas as cidades italianas.

O escritor Edmondo De Amicis participou da captura de Roma como um oficial do exército italiano.

Ver também

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Referências

  1. Rendina, Claudio (2000). Enciclopedia di Roma. Rome: Newton Compton, p. 985
  2. De Cesare, Raffaele. (1909).The Last Days of Papal Rome. London: Archibald Constable & Co. p. 443 (em inglês)
  3. Para entender melhor esta questão veja também os artigos prisioneiro no Vaticano e Questão Romana.
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