Trágico Black-Out

Trágico Black-Out é um romance da artista brasileira Luz del Fuego, pseudônimo de Dora Vivacqua, lançado em 1942.[1]

Trágico Black-Out
Trágico Black-Out
Autor(es) Luz del Fuego
Idioma português
Gênero Noir
Editora Editora Coelho Branco Filho
Lançamento 1942; há 82 anos

Resenha

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A história é um noir sobre Paula, uma prostituta que se regenera ao se apaixonar por um leproso durante um blecaute na Segunda Guerra Mundial.[2]

Conteúdo

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A obra possui elementos autobiográficos, com Paula sendo o alter ego da própria Luz del Fuego.[3] Nele, Dora usa as confissões da personagem para relatar a hipocrisia, conservadorismo e traumas que sofreu durante o início de sua fase adulta. O livro usa as ideias de êxtase e morte para relatar suas sensações corpóreas.[4] Ele traz relatos comprometedores sobre a sua vida, como o abuso que sofreu de seu cunhado, Carlos, que a fez ser enviada ao manicômio Casa de Saúde Dr. Eiras, e alusões à prostituição.[5][6] O livro também expõe as opiniões de Dora sobre o que chamou de "blecaute social"[7] e sobre naturismo.[8]

Histórico

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A obra foi escrita por Luz del Fuego em 1942, sendo publicada pela Editora Coelho Branco Filho.[2][9] Várias fontes trazem a data de publicação como 1947, o que é um erro.[10][11] O livro não fez grande sucesso comercial. Além da baixa tiragem, mil exemplares,[12] seu irmão, o senador Atílio Vivacqua, comprou mais da metade dos exemplares por causa dos elementos autobiográficos da obra e os incinerou.[13][14] Atualmente, a única cópia física conhecida do livro está na Biblioteca Pública de Nova Iorque.[15]

Ver também

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Referências

  1. Eva Ban (12/5/1951). "Luz del Fuego entregou os pontos!... E assim?... Pode?!...". A Noite. N.º: 1 163. Pág.: 8. Disponível na Hemeroteca Digital Brasileira/Biblioteca Nacional do Brasil. Consultado em 12 de fevereiro de 2017.
  2. a b Luís Antônio Giron (10 de maio de 1994). «Luz del Fuego fez sucesso sem talento». Folha de S.Paulo. Consultado em 6 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2024 
  3. Rocha, Silvana Maria Gomes da (2017). «O Silêncio a Respeito de Luz del Fuego» (PDF). Editora Bonecker, Editora da Universidade Federal do Amapá. Subjetividades em Trânsito: Memória, Emoção, E-Imigração e Identidades: 51-66. ISBN 978-85-5476-000-7. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  4. Amaral, Santos, Emmanuele (24 de novembro de 2023). «Reunir o corpo em poesia: o erotismo e as pulsões sublimadas em Gilka Machado a partir da obra Sublimação (1938)» (PDF). Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalho de Conclusão de Curso em Letras. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  5. Schumaher, Schuma; Vital Brazil, Erico (2000). Dicionário mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. Brasil: Zahar. ISBN 978-85-711-0573-7 
  6. Agostinho, Cristina (1994). Luz del Fuego - A Bailarina do Povo. Brasil: Editora Best Seller. ISBN 978-85-712-3375-1 
  7. Carmo, Michele Christina Durães do (2005). «À Luz dos Olhos: O Racionamento de Energia Elétrica e suas Justificativas nos anos 1951 e 2001» (PDF). Universidade Federal da Bahia. Consultado em 8 de junho de 2024 
  8. Jung, Anelise Beatriz (2003). «O Naturismo enquanto Prática Social e sua Inserção no Ordenamento Jurídico Brasileiro» (PDF). Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  9. Bueno, Eric Allen (2012). «Uma História Visual da Nudez e Sensualidade Feminina na Revista O Cruzeiro (1966-1970)» (PDF). Universidade do Estado de Santa Catarina. Pós-Graduação em História. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  10. Eva Ban (12/5/1951). "Luz del Fuego entregou os pontos!... E assim?... Pode?!...". A Noite. N.º: 1 163. Pág.: 8. Disponível na Hemeroteca Digital Brasileira/Biblioteca Nacional do Brasil. Consultado em 12 de fevereiro de 2017.
  11. Freddy (19/1/1945). "A mulher e a cobra". O Jornal. Ano: XXVII. N.º: 7 586. Pág.: 10. Disponível na Hemeroteca Digital Brasileira/Biblioteca Nacional do Brasil. Consultado em 12 de fevereiro de 2017.
  12. Sandro Fortunato. "Mais Luz. Livros: Trágico Black-out". Memória Viva. Consultado em 18 de fevereiro de 2017.
  13. Luiza Villaméa (10 de maio de 2018). «Luz del Fuego e o "Meu corpo, minhas regras"». ARTE!Brasileiros. Consultado em 6 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2024 
  14. Silva, Aline Layane Souto da (25 de janeiro de 2021). «Lilith e Medeia: mulheres-pesadelo da sociedade patriarcal» (PDF). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestrado em Estudos da Linguagem. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  15. Bolívar Torres (7 de fevereiro de 2024). «Biblioteca Desacato resgata obras literárias malditas de vedetes e artistas que chocaram o país». O Globo. Consultado em 6 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2024