Trânsfuga de classe
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Trânsfuga de classe, desertor de classe ou desertor social são termos que designam um indivíduo que passou por uma transformação em seu ambiente social através da mobilidade social.[1][2]
Definição
editarO conceito de "transclasse" foi proposto pela primeira vez em 2014 pela filósofa francesa Chantal Jaquet - ela mesma produto de uma trajetória transclasse[3] - em seu livro Les Transclasses ou la Non-Reproduction.[1]
Um "desertor de classe" tornou-se um termo pejorativo que populariza artificialmente a ideia de mobilidade social num mundo onde as possibilidades reais de mobilidade são reduzidas[4] e pode fazer o "desertor" experimentar questionamentos sobre seu sucesso, conquistas e futuro.[5]
A mudança ascendente nas classes sociais pode carretar dificuldades sociológicas ou psicológicas, como a neurose de classe, quadro clínico causado pela confluência de fatores sociais e psíquicos com consequências como o complexo de inferioridade, o sentimento de culpabilidade e a vergonha.[6]
Referências
- ↑ a b Sonya, Faure. «La lutte des «transclasses»». Libération (em francês). Consultado em 6 de abril de 2021
- ↑ Interview sur le site Nathan Université "A propos de L'Homme pluriel : Les ressorts de l'action", Nathan, coll. "Essais & Recherches"
- ↑ «Les transclasses, retour sur un phénomène de société». radiofrance.fr. 5 de outubro de 2021
- ↑ «Dans "Trahir et venger", Laélia Véron se penche sur les récits de transfuges de classe | Les Inrocks». https://www.lesinrocks.com/ (em francês). Consultado em 28 de agosto de 2024
- ↑ «Laélia Véron, maîtresse de conférences en stylistique : « Dire qu'on est transfuge de classe, c'est parler de soi au passé, et moins se poser la question de ce qu'on est au présent »». Le Monde (em francês). 1 de abril de 2024. Consultado em 28 de agosto de 2024
- ↑ Ginette Francequin et Catherine, Valmorin (15 de março de 2017). «de Gaulejac, V. La névrose de classe. Trajectoire sociale et conflits d'identité suivi d'une lettre d'Annie Ernaux.». L'orientation scolaire et professionnelle (em francês) (46/1). ISSN 0249-6739. doi:10.4000/osp.5366. Consultado em 28 de agosto de 2024
Bibliografia
editar- Pierre Bourdieu, Esquisse pour une auto-analyse (em francês), Paris, Raisons d’agir, 2004.
- Claire Desmitt, « La figure du transfuge : illustration biographique d’un parcours de résistance et de recherche », In. Le sujet dans la cité (em francês), 2015/1 (Actuels n°4), p. 164-175.
- Didier Eribon, Retour à Reims (em francês), Paris : Fayard, 2009.
- Annie Ernaux, Écrire la vie (em francês), Paris, Gallimard, 2011.
- Vincent de Gaulejac, La névrose de classe : trajectoire sociale et conflits d’identité (em francês), Paris, Payot & Rivages, 2016.
- Chantal Jaquet, Les transclasses ou La non-reproduction (em francês), Paris, PUF, 2014.
- Chantal Jaquet, Gérard Bras (dir.), La fabrique des transclasses (em francês), Paris, PUF, 2018
- Rose-Marie Lagrave, Se ressaisir : enquête autobiographique d'une transfuge de classe féministe (em francês), Paris, la Découverte, 2021.
- Édouard Louis, En finir avec Eddy Bellegueule (em francês), Paris, Seuil, 2014.
- Laélia Véron, Karine Abiven, Trahir et venger. Paradoxes des récits de transfuges de classe (em francês), Paris, La Découverte, 2024.