Paz de Presburgo
Paz de Presburgo[1] (em alemão: Pressburg) refere-se a quatro acordos assinados em Presburgo, no Reino da Hungria (hoje Bratislava, Eslováquia).
Primeira Paz
editarA primeira Paz de Presburgo foi assinada em 2 de julho de 1271 entre o rei Otacar II da Boêmia e o rei Estêvão V da Hungria. Nos termos deste acordo, o Reino da Hungria renunciou às suas reivindicações sobre partes da presente Áustria e da Eslovénia, e a Boêmia renunciou às suas alegações sobre territórios conquistados na Hungria.
Segunda Paz
editarA segunda Paz de Presburgo (também conhecida como o Tratado de Presburgo ou Tratado de Bratislava) foi assinada em 7 de novembro de 1491, entre Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico e Vladislau II da Hungria. Nos termos deste acordo, Vladislau renunciou a sua reivindicação sobre a Baixa Áustria e concordou que Maximiliano deveria suceder à coroa húngara se Vladislau não tivesse descendência masculina. Vladislau teve um filho em 1506, fazendo com que esta condição não tivesse qualquer efeito.
Terceira Paz
editarA terceira Paz de Presburgo foi assinada em 30 de dezembro de 1626 entre Gabriel Bethlen da Transilvânia, o líder de uma revolta contra a Monarquia de Habsburgo de 1619-1626, e Fernando II, Sacro Imperador Romano-Germânico. O acordo pôs fim à revolta, confirmando a Paz de Nikolsburg (31 de dezembro de 1621). Em contrapartida, Bethlen não havia acordado para lutar contra o imperador, nem ele para ser aliado aos Otomanos.
Quarta Paz
editarA quarta Paz de Presburgo foi assinada em 26 de dezembro de 1805 entre a França e o Império Austríaco, como consequência da derrota austríaca pela França em Ulm (25 de setembro-20 de outubro, ano de 1805) e Austerlitz (2 de dezembro de 1805). Uma trégua foi acordada em dezembro e começaram as negociações para o tratado. O tratado foi assinado no Palácio do Primaz em Presburgo (atual Bratislava) por Johann I Josef de Liechtenstein e o Conde Ignác Gyulai pela Áustria e Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord pela França.
Para além das cláusulas, que estabelece "a paz e a amizade" e a retirada da Terceira Coalizão pelos austríacos, o tratado também teve substancial importância no estabelecimento das fronteiras dos territórios europeus da Áustria. Os ganhos dos anteriores tratados de Campoformio e Lunéville foram retomados e as participações austríacas na Itália e na Baviera foram cedidas pela França. Certas participações austríacas na Alemanha foram transferidas para os aliados da França - o rei da Baviera, o rei de Württemberg e do Eleitor de Baden. Os créditos austríacos sobre os estados alemães foram renunciados, sem excepção. O mais notável intercâmbio territorial em causa foi que o Tirol e Vorarlberg, a Baviera, Veneza, a Ístria e a Dalmácia, foram incorporadas ao Reino de Itália de Napoleão, que tinha se tornado rei no início daquele ano. Augsburg foi cedida à Baviera. Como uma pequena compensação, a Áustria recebeu o eleitorado de Salzburgo.
O tratado marcou o efetivo fim do Sacro Império Romano-Germânico. Francisco II tornou-se, por sua vez, imperador Francisco I da Áustria e de uma nova entidade, a Confederação do Reno, que mais tarde foi criada por Napoleão. Uma indenização de 40 milhões de francos para a França foi também incluída no tratado.
Referências
- ↑ Lousada 2009, p. 99.
Bibliografia
editar- Lousada, Maria Alexandre; Ferreira, Maria de Fátima Sá e Melo (2009). D. Miguel. Lisboa: Temas e Debates