Trogloditídeos

família de aves
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Os trogloditídeos (Troglodytidae) são uma família de aves passeriformes que ocorrem predominantemente no Novo Mundo, apresenta espécies conhecidas como carriças, corruíras, cambaxirras, garrinchas, garrinchões e uirapurus. A família inclui 88 espécies divididas em 19 gêneros.[1] Apenas a carriça-eurasiática (Troglodytes troglodytes) ocorre no Velho Mundo, onde, nas regiões lusófonas, é comumente conhecida apenas como "carriça", pois é o nome de origem. O termo "carriça" foi aplicado a outras aves não relacionadas com a família dos trogloditídeos, particularmente as carriças neozelandesas (Acanthisittidae) e as carriças australianas (Maluridae). Na taxonomia de Sibley-Ahlquist era considerada uma subfamília de Certhiidae.[2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTrogloditídeos
Uma corruíra-dos-cactos fotografada no México
Uma corruíra-dos-cactos fotografada no México

Canto de um uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus arada) gravado no Equador
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Passeri
Família: Troglodytidae
Swainson, 1832
Géneros
19, ver texto

A maioria das aves dessa família são pequenas e imperceptíveis,[3] embora tenham cantos altos e frequentemente complexos. As exceções incluem os membros relativamente grandes do gênero Campylorhynchus, que podem ser bastante ousados ​​em seu comportamento. Possuem asas curtas que as impedem de fazerem voos longos (motivo pelo qual existe a separação de várias espécies de uirapurus pela Bacia Amazônica), que são barradas na maioria das espécies e geralmente mantêm suas caudas eretas. São principalmente insetívoros, comendo insetos, aranhas e outros pequenos invertebrados, mas muitas espécies também comem matéria vegetal e algumas comem pequenos sapos e lagartos.[4]

Descrição

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São pássaros de pequeno porte. A carriça-eurasiática está entre os menores pássaros em sua distribuição, enquanto as espécies menores das Américas estão entre os menores passeriformes daquela parte do mundo. Variam em tamanho desde a corruíra-de-barriga-branca (Uropsila leucogastra), que tem em média menos de 10 cm e 9 g, até a garrincha-gigante (Campylorhynchus chiapensis) que tem em média cerca de 22 cm e pesa quase 50 g. As cores dominantes de sua plumagem são geralmente monótonas, compostas de cinza, marrom, preto e branco, e a maioria das espécies mostra algum destaque em cores claras, especialmente na cauda ou nas asas. Nenhum dimorfismo sexual é visto na plumagem das espécies dessa família, e existe pouca diferença entre pássaros jovens e adultos.[4] Todos têm bicos razoavelmente longos, retos a ligeiramente decurvados (curvos para baixo).[4]

Tem cantos altos e muitas vezes complexas, às vezes dadas em dueto. As canções dos uirapurus (membros dos gêneros Cyphorhinus e Microcerculus) foram consideradas especialmente agradáveis ​​ao ouvido humano, levando a nomes comuns como musicista, flautista e rouxinol.[4]

Distribuição

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O garrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus longirostris) é uma espécie de garrinchão endêmica do Brasil, que ocorre na mata atlântica costeira e na caatinga.

Os trogloditídeos são uma família de origem do Novo Mundo, distribuída do Alasca e Canadá até o Brasil e Argentina, com a maior quantidade de espécies nos Neotrópicos. Como sugerido por seu nome, a carriça-eurasiana é a única espécie encontrada fora das Américas, restrita à Europa, Ásia e norte da África, que antigamente era considerada coespecífica com a Troglodytes hiemalis e a Troglodytes pacificus. As espécies insulares incluem a Troglodytes tanneri e a Troglodytes sissonii das Ilhas Revillagigedo, no Oceano Pacífico, e a Troglodytes cobbi nas Ilhas Malvinas, mas poucas ilhas caribenhas têm espécie de cambaxirras endêmicas, com apenas algumas subespécies da corruíra nas Pequenas Antilhas e Ilha de Cozumel, além da Ferminia cerverai altamente restrita em um único pântano de Cuba.

As várias espécies ocorrem em uma ampla variedade de habitats, variando de regiões secas e com poucas árvores a florestas tropicais. A maioria das espécies é encontrada principalmente em altitudes baixas, mas membros do gênero Campylorhynchus são frequentemente encontrados em níveis mais elúnicos e os dois unicos membros do gênero Odontorchilus estão restritos ao dossel da floresta.[4] Algumas espécies, notavelmente a corruíra e a carriça, são frequentemente associadas aos humanos, por vezes nidificando até em casas. A maioria das espécies é residente, permanecendo na América Central e do Sul durante todo o ano, mas as algumas espécies encontradas em regiões temperadas do Hemisfério Norte são migratórias, passando o inverno mais ao sul.

Géneros e espécies

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Esta família agrupa 19 gêneros e 88 espécies. Estes são os gêneros e espécies que compõem esta família de acordo com estudos genéticos e filogenéticos,[5][6] e seguindo a ordem de classificação do Congresso Ornitológico Internacional (IOC - Versão 4.4, 2014):[1]

Referências

  1. a b Gill, Frank; Donsker, David, eds. (2018). «Dapple-throats, sugarbirds, fairy-bluebirds, kinglets, hyliotas, wrens, gnatcatchers». World Bird List Version 8.2. International Ornithologists' Union. Consultado em 20 de outubro de 2021 
  2. BirdLife International. 2020. Troglodytidae. Lista Vermelha de espécies ameaçadas da IUCN 2020.2 (em inglês). Consultada em 20 de outubro de 2020.
  3. «21 Facts on Wren - Tweetapedia - Living with Birds». www.livingwithbirds.com. Consultado em 17 de julho de 2020 
  4. a b c d e Kroodsma, Donald; Brewer, David (2005), «Family Troglodytidae (Wrens)», in: del Hoyo, Josep; Elliott, Andrew; Christie, David, Handbook of the Birds of the World. Volume 10, Cuckoo-shrikes to Thrushes, ISBN 84-87334-72-5, Barcelona: Lynx Edicions, pp. 356–447 
  5. Martínez Gómez, Juan E.; Barber, Bruian R. & Peterson, A. Townsend (2005) Phylogenetic position and generic placement of the Socorro Wren (Thryomanes sissonii); Auk 122(1): 50–56.
  6. Mann, Nigel I.; Barker, F. Keith; Graves, Jeff A.; Dingess-Mann, Kimberly A. & Slater, Peter J. B. (2006) Molecular data delineate four genera of "Thryothorus" wrens Arquivado em 2 de dezembro de 2007, no Wayback Machine.; Molecular Phylogenetics and Evolution 40: 750–759.
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