Turquinho
Antônio Felix Filho (década de 1910 – ?, Mariana), mais conhecido como Turquinho, foi o primeiro patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal.[1]
Antônio Felix Filho | |
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Pseudônimo(s) | Turquinho |
Nascimento | Mariana |
Estatura | mais de 1,80 m |
Ocupação | Inspetor de Tráfego da Polícia das Estradas |
Início de vida
editarFoi filho de um imigrante sírio com uma mineira. Viajou para a Síria ainda adolescente, mas não conseguiu encontrar seus parentes e passou por dificuldades no país. Chegou a passar fome e frio e viveu de trabalhos informais. Após quatro anos no país, cansou-se de suas condições de vida e decidiu voltar para o Brasil. Para tanto, trabalhou como grumete em um navio.[2]
Polícia Rodoviária Federal
editarAntônio trabalhou na construção da Rodovia Rio-Petrópolis e em 1927 militou pela criação de uma polícia de patrulhamento, o que aconteceu no Governo Washington Luis no ano seguinte. Em 1933, virou crítico da recém-criada Polícia de Estradas por ela nunca ter sido verdadeiramente implementada. Ele, então, foi diversas vezes ao Palácio do Catete exigir a implementação efetiva das patrulhas.[2][3]
Cansado das respostas negativas, comprou uma moto Zundapp KS 750 e passou a fazer as patrulhas sozinho, munido apenas de um revólver e binóculos. Em uma dessas patrulhas, Antônio se encontrou com Getúlio Vargas, o qual já conhecia, e seu segurança, Gregório Fortunato, onde ele questionou o presidente sobre a implementação da polícia.[2]
Em 1935, foi chamado pelo administrador Natal Crosato, a mando de Yeddo Fiuza, Chefe da Comissão de Estradas e Rodagem, para ser o primeiro Inspetor de Tráfego, onde deveria ajudar a treinar e organizar a patrulha das rodovias Rio-Petrópolis, Rio-São Paulo e União Indústria. Para isso, ganhou uma moto Harley Davidson e passou a fazer rondas com cerca de 450 homens da Comissão de Estradas de Rodagem. Ele também foi um dos maiores conselheiros de Carlos Rocha Miranda.[4]
O primeiro quadro de policiais foi criado oficialmente em 23 de julho de 1935 com o auxílio de Carlos Rocha Miranda. Eram eles: Antônio Wilbert Sobrinho, Alizue Galdino Neves, Ranulpho Pereira de Carvalho, Manoel Fonseca Soares, Nicomedes Rosa e Silva, Waldemar Barreto, Andelson José dos Santos, Manoel Gomes Guimarães, Pedro Luiz Plum, Mário Soares, Luciano Alves e Nelson Azevedo Barbosa.[5]
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa
editarNo dia 30 de dezembro de 1936, Turquinho estava dirigindo em uma ronda noturna na Rio-Petrópolis quando pensou ter atropelado uma mulher que atravessava a rodovia distraida. Quando voltou para prestar socorro, a rodovia estava deserta, e no local estava uma medalha com a imagem de uma santa. Neste dia, ele jurou criar a maior força policial do brasil. Mais tarde, a santa foi identificada como a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Turquinho carregou a medalha consigo até o fim da vida, e, em 2004, ela virou a padroeira da Polícia Rodoviária Federal.[6]
Referências
- ↑ Ricardo, Sinomar Szczypior (9 de dezembro de 2014). «Instrumentos de Transação Administrativa Disciplinar : impacto da Portaria Ministerial nº 1038/2014 na gestão da 2ª Superintendência de Polícia Rodoviária Federal». Consultado em 15 de novembro de 2022
- ↑ a b c Patrulheiro 01 (PDF). [S.l.]: Polícia Rodoviária Federal. 2021
- ↑ gentedeopiniao.com.br. «POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL FAZ 80 ANOS». Gente de Opinião. Consultado em 15 de novembro de 2022
- ↑ «PRF 90 anos». Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Rio de Janeiro. Consultado em 14 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2022
- ↑ «Livro de Comemoração dos 90 Anos da PRF - 2018». Polícia Rodoviária Federal. 26 de maio de 2021. Consultado em 4 de maio de 2024
- ↑ «Estradas - Sacrifício e orgulho são destaques no Dia do Policial Rodoviário Federal». Estradas. 23 de julho de 2020. Consultado em 15 de novembro de 2022