Uê
Ernaldo Pinto de Medeiros, vulgo Uê (?, 24 de abril de 1968 — Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2002), foi o maior traficante de drogas brasileiro da década de 1990.
Uê | |
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Data de nascimento | 24 de abril de 1968 |
Data de morte | 11 de setembro de 2002 (34 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro |
Nacionalidade(s) | brasileira |
Crime(s) | tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio |
Pena | 280 anos |
Biografia
editarUê adquiriu personalidade criminosa desde sua tenra idade, a sua iniciação ao tráfico deveu-se em parte a seu pai. Ele guardava as armas dos criminosos do morro e por isso era estimado entre os bandidos. Uê ajudava como olheiro do tráfico, fugindo das aulas para esse intento, e posteriormente abandonou a escola para trabalhar na contenção sem conhecimento de seu pai, junto ao seu irmão.
Quando seu pai morreu e o bandido amigo de seu pai foi preso, o comando passou as suas mãos devido a sua valentia nos confrontos com a polícia. Quando o amigo traficante saiu da cadeia Uê fez um churrasco para comemorar sua volta, mas era uma cilada, já que não queria devolver a liderança do morro. Assassinou durante a suposta comemoração o bandido e seus fiéis e reafirmou a sua posição de líder do morro.
Uê fazia parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV), da qual foi expulso por tramar a morte do então líder Orlando Jogador, para lhe tomar o poder. Fundou então a facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), que passou a disputar com o CV o domínio do tráfico de drogas nas favelas cariocas.
Uê dominava o tráfico de drogas nos Morros do Adeus, Juramento, Primavera, Para Pedro e Complexo do Caju. Foi o primeiro traficante carioca a ter conexões diretas com traficantes do Paraguai, quando passou a ser o maior distribuidor de drogas e armas no Estado do Rio de Janeiro até o final dos anos 90.
O narcotraficante Uê foi preso no dia 5 de março de 1996, às 10 horas da manhã, em um hotel de luxo na Cidade de Fortaleza – CE, por policiais da extinta METROPOL VI da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, sob o comando do detetive de polícia José Carlos Guimarães, que chefiava a equipe de policias formada pelos detetives: Fernando Rodriguez, Hilton Menezes, João Coco, Marina Maggessi, Marcia Caputi, Amaury Fonseca, Carlos Ferreira, Rogério Barranco e Mauricio Garcia.
Uê chegou a possuir três aviões na fronteira do Brasil com a Bolívia, conforme relatado pela deputada Marina Maggessi, que coordenou por muitos anos a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no Rio de Janeiro. Também possuía vários negócios, principalmente imobiliários, na cidade de Novo Hamburgo, no estado do Rio Grande do Sul - salas e apartamentos colocados em uma identidade falsa da sua esposa, Mônica Constantino da Costa.[1]
Já preso, morreu carbonizado a mando do atual líder do CV, Fernandinho Beira-Mar, durante uma rebelião no ano de 2002 no presídio de Bangu 1.[2] Outros traficantes também foram executados na mesma ocasião, entre eles o cunhado de Uê, Robertinho do Adeus, chefe do tráfico no morro do Adeus, em Bonsucesso, no subúrbio carioca.
Ligações externas
editar- (em português) Sepultura do traficante Uê vira atração em cemitério no Rio na Folha Online
- (em português) Especial - 2004 - Tráfico no Rio na Folha Online
- (em português) Violência no CorreioWeb
Referências
- ↑ ABC, Diário do Grande (29 de janeiro de 2000). «CPI do Narcotráfico deve investigar traficante carioca». Diário do Grande ABC. Consultado em 24 de junho de 2017
- ↑ Moreira, Gabriela (14 de dezembro de 2008). «Rico, Uê morre carbonizado dentro de presídio». Extra. Consultado em 24 de junho de 2017