Universal Music Group
Universal Music Group N.V. (também conhecida pela sigla UMG ou apenas Universal Music) é uma companhia global da indústria da música. Sua sede corporativa está localizada em Hilversum, nos Países Baixos, enquanto suas operações são controladas em Santa Mônica, Califórnia.[3][4][5] É a maior empresa do ramo musical do planeta,[6] sendo parte e líder do grupo das "Três Grandes" gravadoras, em conjunto com a Sony Music e a Warner Music Group. Originalmente uma subsidiária completa do grupo francês Vivendi, a Universal Music é hoje uma empresa de capital aberto. A gigante da tecnologia chinesa Tencent adquiriu 10% da UMG em março de 2020, por 3 bilhões de euros,[7][8][9] aumentando sua participação para 20% em janeiro de 2021.[10] A firma Pershing Square Holdings também adquiriu 10% participação na UMG antes de sua oferta pública inicial, que aconteceu na Euronext Amsterdã em 21 de setembro de 2021.[11]
Universal Music Group | |
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Sede operacional da UMG, em Santa Mônica | |
Razão social | Universal Music Group N.V. |
Empresa de capital aberto (Naamloze vennootschap) | |
Cotação | Euronext: UMG |
Atividade | Música e entretenimento |
Fundação | 1934 (com o nome de Decca Records USA) 1990 (formação da MCA Music Entertainment Group) 1996 (primeira formação da UMG) 1998 (segunda formação da UMG) |
Sede | Hilversum, Países Baixos Santa Mônica, Califórnia, Estados Unidos |
Proprietário(s) |
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Pessoas-chave | Lucian Grainge (presidente e CEO) Zach Horowitz (COO) Boyd Muir (CFO) |
Empregados | 8 319 (2018)[1] |
Receita | 8,504 bilhões * € (2021)[2] |
LAJIR | 1,399 bilhões * € (2021)[2] |
Website oficial | universalmusic.com universalmusic.com.br (Brasil) universalmusic.pt (Portugal) |
Em 2019, a revista Fast Company elegeu a Universal Music Group como a empresa mais inovadora do ramo musical e uma das cinquenta mais inovadoras do mundo,[12] afirmando que "no meio da transformação digital da indústria musical, a Universal está redefinindo como uma gravadora moderna deve ser".[13] A empresa tem contratos de licenciamento assinados com mais de quatrocentas plataformas ao redor do mundo. É proprietária da Universal Music Publishing, o segundo maior catálogo musical do mundo, obtido após a aquisição da BMG Music Publishing em 2007; em tamanho, perde apenas para a Sony Music Publishing. As suas áreas de atuação se dividem em: gravação, catalogação, serviços para artistas e merchandising.[14]
História
editarOrigem
editarA Universal Music já foi uma empresa de música ligada ao estúdio de cinema Universal Studios. Suas origens remontam com a criação da filial norte-americana da Decca Records em 1934. Em 1939, The Decca Corporation of England cindiu-se da Decca estadunidense. A MCA Inc. adquiriu a Decca americana em 1962. A organização atual surgiu quando a empresa-mãe Seagram comprou PolyGram e fundiu-a com o grupo Universal Music em 1998. No entanto, o nome apareceu pela primeira vez em 1996, quando MCA Music Entertainment Group foi renomeada Universal Music Group. A aquisição da PolyGram incluiu a Deutsche Grammophon que traça sua ascendência a Berliner Gramophone fazendo mais antiga unidade da UMG. A Universal Music Canadá descende de uma empresa separada da Berliner Gramophone, a Compo Company.
Aquisição pela Vivendi
editarCom a aquisição da Vivendi Universal Entertainment pela General Electric em 2004, a Universal Music Group foi separada do estúdio de cinema com mesmo nome. Essa foi a segunda vez que uma empresa de música realiza essa separação, os primeiros foram a Warner Music Group a se separar da Warner Bros. Pictures, pertencente a Time Warner. Em fevereiro de 2006, a Vivendi adquiriu os 20% restantes da Matsushita, se tornando a única proprietária da UMG.[15] Em maio de 2007, a Vivendi adquiriu a BMG Music Publishing por €1,63 bilhão, após ter recebido a aprovação da União Europeia em setembro de 2006.[16]
Década de 2010 e aquisição da EMI
editarDoug Morris renunciou ao seu cargo de CEO em 1 de janeiro de 2011. O ex-presidente/CEO da Universal Music International, Lucian Grainge, assumiu o posto de CEO da empresa.[17] Grainge também assumiu a presidência em março de 2011. Morris se tornou presidente da Sony Music em 1 de julho de 2011. Com a nomeação Grainge como CEO da UMG, Max Hole foi promovido a COO da UMGI, efetivamente a partir de 1 de julho de 2011. A partir de 2011, a Interscope-Geffen-A&M da UMG irá assinar com os participantes do American Idol. Anteriormente, os idols assinavam com a RCA Records.[18] Em janeiro de 2011, a UMG anunciou a doação de 200 mil gravações datadas entre 1926 e 1948 para a Biblioteca do Congresso para a preservação.[19]
Em 11 de Novembro, a Universal Music, comprou o selo discográfico EMI Music e seu acervo por £ 1,2 bilhão.[20] O catálogo musical da EMI foi adquirido por um consórcio liderado pela Sony.[21]
Controvérsias
editarPayola
editarEm Maio de 2006, uma investigação liderada pelo então procurador-geral de Nova Iorque, Eliot Spitzer, concluiu que a Universal Music Group subornou estações de rádio para tocar músicas de Ashlee Simpson, Brian McKnight, Big Tymers, Nick Lachey, Lindsay Lohan e outros astros da gravadora. A Universal pagou US$ 12 milhões para o Estado em acordo.[22]
YouTube
editarEm Maio de 2007, a UMG foi acusada de abusar da Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA), para conter críticas, ao forçar o Youtube a remover diversos vídeos que contêm músicas da UMG nos mesmos, o que causou a ira e frustração de muitos usuários do site. Um dos vídeos retirados foi o de Michelle Malkin, crítica do cantor Akon.[23][24] Eventualmente, a UMG voltou atrás nas suas queixas após ser contestada pela Electronic Frontier Foundation.[25][26] No mesmo ano, a UMG foi acusada de usar a Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA) para remover de maneira indiscriminada conteúdos relacionados ao artista Prince, o mais notável um vídeo caseiro de vinte segundos em que crianças dançam para uma das músicas do cantor.[27]
Em Abril de 2013, o site TorrentFreak noticiou que tanto a UMG quanto o YouTube possuem um acordo mútuo que previne que conteúdos bloqueados no YouTube solicitados pela UMG sejam restaurados, mesmo se o reclamante registrar uma contranotificação DMCA.[28]
Em outras palavras, mesmo que nenhum direito autoral tenha sido infringido, este contrato não oferece nenhuma alternativa para os usuários além de contestar judicialmente a decisão do Youtube.[29]
Imeem
editarEm Dezembro de 2007 a UMG anuncia um acordo com a rede social Imeem, permitindo que usuários escutem qualquer faixa do catálogo da Universal gratuitamente, com uma parte dos lucros gerados pela divulgação das músicas sendo compartilhados com a gravadora.[30] Duas semanas após o acordo ser anunciado, Michael Robertson especulou a respeito dos termos secretos do acordo, e argumentou que ao final esse seria um mau negócio para a Imeem. Esta especulação levou a uma guerra inflamada na lista de e-mail da Pho digital à medida que representantes da Imeem negaram as queixas de Robertson e desconsideraram as suas teorias como infundadas.[31] Imeem é um site que não existe mais e todo o acesso ao mesmo foi redirecionado para o MySpace.
Megaupload
editarEm 9 de Dezembro de 2011, o Megaupload publicou um vídeo musical com vários artistas, como Kanye West, Snoop Dogg, Alicia Keys e will.i.am, apoiando a empresa.[32] O vídeo também foi enviado ao Youtube, mas foi removido mediante solicitações da UMG.
O Megaupload afirmou que o vídeo não possuía nenhum conteúdo infrator,[33] tendo assinado acordos de utilização com cada artista que apareceu no mesmo. E entrou com uma ação contra a UMG na Corte Distrital dos Estados Unidos, da Califórnia, em 12 de Dezembro de 2011.[34][35] A UMG negou que a solicitação de retirada foi baseada nos termos da Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA), e afirmou que a mesma foi "em cumprimento ao acordo entre a UMG e o YouTube, "que dá o direito de bloquear ou remover vídeos postados por usuários através do Serviço de Gerenciamento de Conteúdos (CMS) do YouTube, baseado em um número de critérios contratualmente especificados".[36] O vídeo foi posteriormente retornado ao YouTube, com os motivos para a retirada solicitada pela UMG ainda incertos.[37] Os advogados de will.i.am inicialmente argumentaram que ele nunca teria concordado com o projeto, mas em 12 de Dezembro ele negou qualquer envolvimento com a notificação de retirada.[38]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Vivendi Annual Report 2018» (PDF). Vivendi. Consultado em 30 de maio de 2019
- ↑ a b «Universal Music Group N.V. Reports Financial Results for the Fourth Quarter and Full Year Ended December 31, 2021» (PDF). Universal Music Group Official Website. 3 de março de 2022. Consultado em 30 de novembro de 2022
- ↑ «Vivendi: UMG BV Secures Financing» (em inglês). Yahoo! Finance. Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ «Vivendi: UMG BV Secures Financing» (em inglês). BusinessWire. 23 de março de 2021. Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ Tim Ingham (1º de abril de 2021). «Universal Music Group is raising $3.5 billion in financing. Will a spending spree follow?». Music Business Worldwide (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ Shan Li, Anthony Shevlin. «Tencent in Talks for Stake in Record Label of Ariana Grande, Queen». The Wall Street Journal (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ «Sir Lucian Grainge: After Tencent deal 'our strategic vision remains the same'». Music Business Worldwide (em inglês). 31 de dezembro de 2019. Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ «Tencent Agrees to Buy 10 Percent of Universal Music Group». The Hollywood Reporter (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ «Tencent's Universal Music Group acquisition is now official». Music Biz Nation. Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ «Vivendi: the Tencent-led consortium has completed the exercise of its call option and now owns 20% of UMG's share capital - Vivendi». www.vivendi.com. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ «Universal hits massive valuation of $54bn as it lists on Amsterdam Stock Exchange». Music Business Worldwide (em inglês). 21 de setembro de 2021. Consultado em 21 de setembro de 2021
- ↑ «The World's Most Innovative Companies 2019: Music Honorees». Fast Company. Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ McCorvey, J. J. (19 de fevereiro de 2019). «How $33 billion Universal Music Group is redefining the modern music label». Fast Company. Consultado em 13 de abril de 2021
- ↑ «Music - Vivendi». vivendi.com. Consultado em 8 de maio de 2019
- ↑ «Vivendi Universal Will Acquire Matsushita's Minority Interest and Own 100% of Universal Music Group and 20% of NBC Universal». 2 de fevereiro. Consultado em 5 de julho de 2011
- ↑ Forbes.com. «Vivendi Buys BMG Publishing». 09 de maio de 2006
- ↑ New York Times. «Doug Morris to Take Reins at Sony Music». 2 de março de 2011. Consultado em 5 de julho de 2011
- ↑ American Idol Brasil. «American Idol 2011: Sony Music está fora do programa». 08 de março de 2011. Consultado em 5 de julho de 2011
- ↑ Rolling Stones. «Universal Donates Enormous Music Archive to Library of Congress». 10 de janeiro de 2011. Consultado em 5 de julho de 2011
- ↑ Terra.com.br. «Universal Music confirma compra da EMI por £1,2 bilhões». 11 de novembro de 2011. Consultado em 28 de dezembro de 2011
- ↑ Mondo Pop. «EMI Music é desmembrada e vendida». 12 de novembro de 2011. Consultado em 28 de dezembro de 2011
- ↑ «Universal settles payola probe». USA Today. 11 de Maio de 2006. Consultado em 10 de Dezembro de 2011
- ↑ Michelle Malkin » Akon’s record company abuses DMCA to stifle criticism on YouTube
- ↑ Em 2007 o editor musical trendtraxx foi liberado pela companhia após falsas acusações. Press Releases: May, 2007 | Electronic Frontier Foundation
- ↑ Press Releases: Maio, 2007 | Electronic Frontier Foundation
- ↑ Michelle Malkin » UMG & YouTube retreat over Akon report
- ↑ Lenz v. Universal Music Corp.
- ↑ «Vídeos removidos ou bloqueados devido a obrigações contratuais do YouTube». Google. Consultado em 5 de Abril de 2013
- ↑ «YouTube's Deal With Universal Blocks DMCA Counter Notices». TorrentFreak. 5 de Abril de 2013. Consultado em 5 de Abril de 2013
- ↑ Universal Music Inks Deal With Imeem (Cópia do Internet Archive do link original)
- ↑ Digital Music War Gets Dirtier - News Blog - Daily Brief - Portfolio.com
- ↑ RIAA Label Artists & A-List Stars Endorse Megaupload In New Song
- ↑ «Universal Censors Megaupload Song, Gets Branded a "Rogue Label" * TorrentFreak» (em inglês). Consultado em 22 de novembro de 2023
- ↑ Megaupload threatens to sue Universal over YouTube video The Guardian, 13 de Dezembro de 2011. Acessado em 13 de Dezembro de 2011.
- ↑ Megaupload to Sue Universal, Joins Fight Against SOPA 12 de Dezembro de 2011. Acessado em 13 de Dezembro de 2011.
- ↑ UMG claims "right to block or remove" YouTube videos it doesn't own Ars Technica, 16 de Dezembro de 2011. Acessado em 16 de Dezembro de 2011.
- ↑ File-Sharing Company Sues Record Label, for a Change New York Times, 13 de Dezembro de 2011. Acessado em 25 de Dezembro de 2011.
- ↑ UMG, MegaUpload Case Gets Even Stranger; Will.i.am Says He Didn't Authorize A Takedown Techdirt. 15 de Dezembro de 2011. Acessado em 25 de Dezembro de 2011.