Usuário(a):Isabela Spin/Perda auditiva induzida por ruído
Tema: PAIR - Perda auditiva induzida por ruído
editar1 - O que é PAIR?
2 - O que PAIR provoca ou dificulta na vida das pessoas?
3 - Como as pessoas adquirem PAIR?
4- Jurisdição e PAIR no trabalho
5- Como evitar a PAIR.
Introdução
editar1 - O que é PAIR?
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) tem característica de diminuição da audição devido a exposição a níveis elevados de pressão que provocam lesões nas células ciliadas externas e internas do órgão de Corti [1]. É uma das doenças mais frequentes, sendo o segundo maior fator de perda de audição [2]. Tem prevalência em indivíduos do gênero masculino (88,2%), pele branca (59,1%), e faixa etária de 50 a 59 anos (33%), com emissões dominantes de ruído de trabalho (41,1%) [3]. E não indica incapacidade de trabalho, de acordo com a portaria nº 6.734 de 9 de março de 2020, embora a saúde do trabalhador seja assegurada pela Constituição Federal de 1989, incluindo as áreas interdisciplinares e os trabalhadores [4]
A PAIR ocorre de forma progressiva ocasionando alterações nos limiares auditivos e não é reversível, mas costuma possuir diagnóstico tardio por conta de seu agravo lento. Ela está entre as dez principais causas de perdas auditivas, mas pode ser prevenida com uso de Equipamento de Proteção Individual. O seu diagnóstico possui classificação do tipo neurossensorial, quase sempre bilateral e não ultrapassa 40db nas frequências baixas e 75db nas frequências altas da audiometria, apresentando entalhes nas frequências de 3,4 e 6KHz, além da comprovação de exposição a ruído no trabalho, que aumenta de três a quatro vezes os acidentes de trabalho, podendo diminuir o rendimento, a atenção em atividades de contração e favorece incidentes. É estimado que ¼ da população exposta ao ruído possui PAIR em algum grau, dependendo apenas do nível do ruído e da duração das exposições ocupacionais [5] .
Além disso, em estudos se observou a efetividade das emissões otoacústicas para avaliação coclear na PAIR, sendo uma ferramenta complementar quando há correlação entre audiometria e teste de emissões otoacústicas por produto de distorção [6]. Além de as emissões otoacústicas transientes e as emissões otoacústicas por produto de distorção serem úteis no diagnóstico precoce da PAIR. Pois as emissões otoacústicas por produto de distorção são mais sensíveis às mudanças e as emissões otoacústicas transientes por produto de distorção observam as alterações nas frequências agudas que são as primeiras lesionadas por exposição a ruído [7].
2 - O que PAIR provoca ou dificulta na vida das pessoas?
De acordo com a portaria nº777, de 28 de Abril de 2004, a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é um agravo à saúde do trabalhador de notificação compulsória, sendo mais difundida como perda auditiva ocupacional [8]. A perda auditiva é a terceira condição crônica entre os adultos dos Estados Unidos e 24% das alterações são ocasionadas por exposições ocupacionais. Podem ser ocasionados incidentes de trabalho em decorrência da PAIR, pois é um dos grupos de doenças prioritárias[9].
A deficiência auditiva tem impactos sociais, emocionais, ocupacionais e pessoais negativos ao indivíduo. Podendo ocorrer efeitos extra- auditivos como alterações na circulação, digestão, tonturas, dificuldades no sono, dores de cabeça, zumbidos e diminuição do rendimento no trabalho [10]
3 - Como as pessoas adquirem PAIR?
A causa da PAIR pode ocorrer devido a ruídos altos (85db) e produtos químicos ototóxicos, como solventes (estireno, tricloroetileno, tolueno), metais e compostos (compostos de mercúrio, chumbo, compostos orgânicos de estanho), asfixiantes ( monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio), nitrilas (3-butenonitrila, cis-2-pentenonitrila, acrilonitrila) e produtos farmacêuticos. Há 22 milhões de trabalhadores que são expostos a ruídos intensos por ano, enquanto 10 milhões são expostos a solventes químicos [11]
A exposição a ruído associada a substâncias químicas e temperaturas extremas também são fatores de risco [12]. O chumbo, estireno, tolueno e tricloroetileno são ototóxicos, enquanto etilbenzeno, n- hexano e p-xileno são possivelmente ototóxicos quando têm concentrações relevantes. Já o monóxido de carbono intensifica a PAIR, e o tolueno interage com o ruído e induz a perdas auditivas mais graves. Embora existam evidências de exposição a solventes, metais e asfixiantes estarem relacionados com maior risco a perda auditiva, bem como a exposição ao ruído simultânea a produtos químicos aumentar a probabilidade de desenvolver PAIR, não há regulamentação de monitoramento auditivo onde há apenas exposição a produtos ototóxicos sem exposição simultânea ao ruído [13]
4- Jurisdição e PAIR no trabalho
Mesmo que 56,2% relatam estar preparados para identificar problemas de saúde relacionados ao trabalho, apenas 43,7% se sentem aptos a identificar PAIR, pois não possuem formação em saúde do trabalhador, e possuem receio devido ao tempo reduzido das consultas. Podendo- se concluir que embora os profissionais da saúde saibam identificar os casos de PAIR, eles não são notificados, pois não identificam a saúde do trabalhador como um programa que faz parte dos serviços [14]. O que ocasiona prejuízos nas políticas de saúde do trabalhador [15]. E não indica inaptidão ao trabalho, de acordo com a Portaria n° 6.734, de 9 de março de 2020 [16]. Ela é monitorada pela vigilância em saúde do trabalhador (VISAT) e a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), possui 210 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) responsáveis pela coordenação das ações [17]. A Norma Regulamentadora nº 7 estabelece necessidade de realização exames audiométricos admissionais periódicos e sempre que o ambiente possuir níveis de pressão sonora superiores a 85dB em 8 horas de exposição [18].
5- Como evitar a PAIR
É importante que sejam realizadas ações de promoção, prevenção, assistência e vigilância em saúde do trabalhador [19]. Pois se sabe que o ruído em excesso é um risco global à saúde, podendo ocasionar alterações fisiológicas [20]
De forma que os programas de conservação auditiva aos trabalhadores expostos a níveis elevados de ruído podem contribuir ensinando como e porque utilizar equipamento de proteção auditiva individual de forma correta, pois além de prevenir a perda auditiva extinguem a evolução da perda [21]. Enfatizando que o uso intermitente dos protetores auriculares não corresponde ao seu uso ideal, diminuindo sua proteção e podendo causar danos auditivos [22]. O programa de preservação auditiva em ambiente de trabalho inclui ações de controle de produtos ototóxicos, monitoramento auditivo e conscientização dos trabalhadores a respeito das consequências negativas e da prevenção necessária [23]. Auxiliando os trabalhadores e os supervisores a terem conscientização em relação às causas, sintomas e formas de prevenção [24].
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