Usuário(a):Ramal da Fome/Ramal da Fome
Estrada de Ferro Sorocabana | |||||
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Informações principais | |||||
Sigla ou acrônimo | EFS | ||||
Área de operação | São Paulo | ||||
Ferrovia(s) antecessora(s) Ferrovia(s) sucessora(s)
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Diagrama e/ou Mapa da ferrovia | |||||
Mapa da Rede | |||||
Historia
editarLocomotiva Alsthom_EC-386 | |
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Diagrama e/ou Mapa da ferrovia | |
A Companhia Estrada de Ferro Sorocabana foi criada em 2 de fevereiro de 1870 por empresários sorocabanos liderados pelo comerciante de algodão Luís Mateus Maylasky, cidadão austro-húngaro. [1]
A Sorocabana serviu a inúmeras cidades do Oeste Paulista. Sua linha tronco expandiu-se e chegou a Presidente Prudente em 1919 e a Presidente Epitácio, às margens do rio Paraná, seu ponto final em 1922. Antes disso a EFS construiu vários ramais. Em 1909 o ramal de Itararé ligava Iperó [2]a Itararé, conectando a rede ferroviária Paulista às estradas de ferro do Paraná, pelo antigo caminho dos tropeiros, que viajavam até o sul do Brasil, trazendo grande desenvolvimento para o sudoeste Paulista. Ramal este que está sendo objeto de nosso trabalho. [3]
Em 1998, o governador de São Paulo, Mário Covas, transferiu a FEPASA [4] para a Rede Ferroviária Federal S.A. - R.F.F.S.A., como parte do pagamento de uma enorme dívida do governo estadual devia ao Banco do Estado de São Paulo - BANESPA, junto ao governo federal. Posteriormente a empresa é privatizada, sendo transferidas sob regime de concessão para a Ferrovias Bandeirantes - FERROBAN no início de 1999 [5] que passou a operá-las. Em 2006, a América Latina Logística comprou o grupo Brasil Ferrovias, que mantinha a Ferroban, e desde então vem administrando e operando toda a antiga malha ferroviária da Sorocabana.[6]
Ramal de Itararé ou Ramal da Fome
editarCom a desativação, em 1979, do transporte de passageiros no Ramal de Itararé, desapareceu a figura folclórica do "Ramal da Fome". A denominação deve-se ao fato de que, os trens de passageiros, vindos de São Paulo, ao chegarem na linha tronco de Iperó, tinham sua composição dividida em dois trens, seguindo alguns carros de passageiro para Itararé, numa viagem de 07:00hs, sem o vagão restaurante e o restante da composição seguia para Bauru.
Versões contrárias, no entanto, dão conta que a denominação foi em relação à pobreza da região, abandonada pelos governantes que preferiam investir em zonas mais produtivas do Estado. A designação "Ramal da Fome", apenas pitoresca, passou a nomear a nossa fértil região. [7]
Reflexos Sócio-Econômicos para a Região Sudoeste Paulista
editarAs primeiras estradas carroçáveis do município de Buri foram abertas para dar escoamento a lenha oriunda das matas nativas, derrubadas para abastecer o grande consumo das locomotivas da Estrada de Ferro Sorocabana. O ciclo do corte de lenha no município de Buri contribuiu decisivamente para a colonização do perímetro rural, que através da abertura das primeiras estradas carroceiras, permitiu o adentramento nas matas. Posteriormente facilitou o cultivo das terras e serviram ao escoamento dos produtos agrícolas, aquecendo a economia e impulsionando o pequeno comércio da cidade na época. Provavelmente isso aconteceu também em todas as cidades da região sudoeste Paulista em que este ramal da ferrovia passou.[8]
Para região sudoeste Paulista, foi a melhor e única forma real de contato com a capital, pois gêneros alimentícios industrializados, começaram a chegar a região com regularidade, coisas simples, tais como: fósforo para acender fogo, creme dental, querosene, sal, açúcar, medicamentos e claro, o transito de pessoas.[9] Em contra-partida, a região fornecia madeira para as locomotivas, gado para abate com bom volume ( as estações, disponibilizavam embarcadouro para gado bovino, em área da ferrovia ), produtos agrários como algodão.
Iniciado em 1.885, terminado em 1.909, o ramal de Itararé [10], foi o meio de ligação entre a capital paulista, São Paulo, até o Rio Grande do Sul, servindo de transporte de cargas, quando não haviam estradas, servindo de comunicação através do telegrafo, quando não havia telefone. Por ser uma região isolada, sem grandes ou pequenas empresas, a ferrovia tornou-se com relação a trabalho, uma “meta” a ser atingida, pois pagava muito bem (para a realidade local) a seus funcionários. Com isso, qualquer funcionário da ferrovia sorocabana, sem querer, tinha um certo “status” na sociedade. [11]
Cidades como Itapetininga e Itararé, concentravam um grande número de funcionários, pois dispunham de oficinas de conserto de locomotivas e vagões, equipes como maquinistas e ajudantes de maquinista, além telegrafistas, portadores, chefes de estação, truqueiro ( mecânicos de vagões ), artífice ( mecânicos de locomotivas), uma grande quantidade de ajudantes de serviços gerais entre outros, teve um impulso interessante em seu crescimento: situação idêntica a outras quatro cidades ( na devida proporção de funcionários ),Tatui, Buri, Itapeva.[12]
As estações que foram construídas em bairros ou cidades já existentes, colaboraram para que esse locais progredissem bastante. A importância, era tão grande, que as cidades dessa região, cresceram tendo como referência a localização das estações, como pode ser comprovado pelos mapas dos municípios onde a ferrovia “existe”.[13] [14] [15]
Reflexos Culturais para a Região Sudoeste Paulista
editarTiro de Laço
editarTiro de Laço, Laço Cumprido ou como é muito conhecido em nossa região Prova de Laço. É hoje uma das mais tradicionais provas campeiras que vem da cultura gaucha.[16]
Estação Cultural
editarApesar de algumas estações hoje nem mais existir ou estarem totalmente demolidas algumas foram tombadas como patrimônio histórico e outras foram utilizadas pelas prefeituras da região, como a de Buri que funciona a Made in Buri, fazendo e ensinando gratuitamente a população a fazer artesanato local e a de Itapeva que funciona a Estação Cultural que através da Lei nº 1443/99 autorizou a instalação de um espaço cultural permanente da Secretaria Municipal da Cultura.[17]
Museu da Estrada de Ferro Sorocabana ( EFS )
editarA inauguração ocorreu em novembro de 1997. O prédio do museu, um casarão em estilo inglês, que era antiga residência dos engenheiros da EFS, datada do século XIX. A finalidade deste museu é preservar a história da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), fundada em 1875, para fins de estudo, pesquisa entre outros. O acervo do museu é composto por biblioteca e acervo documental, importante para o público interessado em pesquisas, aparelho de telégrafo, antigos móveis da estação ferroviária, miniaturas de trens, fotografias, máquinas e objetos em geral de cunho ferroviário. Conta com uma réplica da autorização de funcionamento da empresa, assinada por D. Pedro II. Junto ao museu, há um casarão histórico também conhecido como Chalé Francês. O imóvel que serviu de moradia para os engenheiros, supervisores e chefes da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, atualmente funciona como espaço cultural, sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil Sorocaba. [18]
Malha Ferroviária Ramal de Itararé
editarTrecho | Abertura | Extensão (km) |
Extensão Soma (km) |
Tatuí - Engº Hermilo | 1907-10-16 | [97] | [97] |
Engº Hermilo - Buri | 1908-05-04 | [36] | [133] |
Buri - Jaó | 1909-01-01 | [36] | [169] |
Jaó - Rio Verde | 1909-03-01 | [66] | [235] |
Rio Verde - Itararé | 1909-04-01 | [15] | [250] |
A construção das estações, com distâncias aproximadas de 10 km entre elas, é pelo fato das locomotivas, na época, movida a vapor (conhecidas Maria Fumaça), precisavam ser abastecidas além da madeira, de muita água. Portanto, o fator que definia o local de construção de uma estação, era de fato, a facilidade na captação de água. Este fator, justificou na época a construção de vinte e oito estações, no ramal, infelizmente, nem todas as estações, foram construídas em cidades, ou bairros que margeavam a ferrovia.[20][21]
Fotos de Estações (Ligações externas)
editar- _Estação Iperó_http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/ipero.htm
- _Estação Guilherme Wendel_http://www.estacoesferroviarias.com.br/g/guilwendell.htm
- _Estação Tatuí_http://www.estacoesferroviarias.com.br/t/tatui.htm
- _Estação Santa Adelaide_http://www.estacoesferroviarias.com.br/s/staadelaide.htm
- _Estação Morro do Alto_http://www.estacoesferroviarias.com.br/m/morroalto.htm
- _Estação Peixoto Gomide_http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/peixgomide.htm
- _Estação Itapetininga_http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/itapetininga.htm
- _Estação Engenheiro Mendonça_http://www.estacoesferroviarias.com.br/e/engmendonca.htm
- _Estação Cezario_http://www.estacoesferroviarias.com.br/c/cezario.htm
- _Estação Juruti_http://www.estacoesferroviarias.com.br/j/juriti.htm
- _Estação Rechan_http://www.estacoesferroviarias.com.br/r/rechan.htm
- _Estação Angatuba_http://www.estacoesferroviarias.com.br/a/angatuba.htm
- _Estação Engenheiro Hermilo_http://www.estacoesferroviarias.com.br/e/enghermillo.htm
- _Estação Ligiana_http://www.estacoesferroviarias.com.br/l/ligiana.htm
- _Estação Aracaçu_http://www.estacoesferroviarias.com.br/a/aracacu.htm
- _Estação Vitorino Carmilo_http://www.estacoesferroviarias.com.br/v/vitcarmilo.htm
- _Estação Buri_http://www.estacoesferroviarias.com.br/b/buri.htm
- _Estação Rondinha_http://www.estacoesferroviarias.com.br/r/rondinha.htm
- _Estação Engenheiro Bacelar_http://www.estacoesferroviarias.com.br/e/engbacellar.htm
- _Estação Jaó_http://www.estacoesferroviarias.com.br/j/jao.htm
- _Estação Itapeva_http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/itapeva.htm e
http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/itapeva-nova.htm
- _Estação Alfredo Nunes_http://www.estacoesferroviarias.com.br/a/alfnunes.htm
- _Estação Itanguá_http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/itangua.htm
- _Estação Muniz de Souza_http://www.estacoesferroviarias.com.br/m/munizsouza.htm
- _Estação Engenheiro Maia_http://www.estacoesferroviarias.com.br/e/engmaia.html
- _Estação Gorita_http://www.estacoesferroviarias.com.br/g/gorita.htm
- _Estação Rio Verde_http://www.estacoesferroviarias.com.br/r/rioverde.htm
- _Estação Ibiti da Sorocabana_http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/ibiti.htm
- _Estação Itararé_http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/itarare.htm}}
Fotos de Locomotivas (Ligações externas)
editar
Videos de Entrevistas de Funcionários da Época
editarFotos
editarhttps://up.wiki.x.io/wikipedia/commons/e/e4/Mapa_Sao_Paulo_Sorocabana.png
https://up.wiki.x.io/wikipedia/commons/1/1e/Alsthom_EC-386_Fepasa_2201.jpg
Ver também
editar- Estrada de Ferro Sorocabana
- Estrada de Ferro Paulista S/A
- Museu Ferroviário de Sorocaba
- Buri
- Luís Mateus Maylasky
Referências
- ↑ https://pt.wiki.x.io/wiki/Lu%C3%ADs_Mateus_Maylasky
- ↑ http://www.cidadedeipero.com.br/ferrovia.html
- ↑ Livro "Histórico do Início, Fundação, Construção e Inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana", escrito por Antônio Francisco Gaspar, ex-membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba
- ↑ Lei nº 10.410, de 28 de outubro de 1971
- ↑ http://www.rffsa.gov.br/principal/MP353_extincao.htm
- ↑ http://www.fazenda.sp.gov.br/download/secretario/relatorio_secretario_ano_1999.pdf
- ↑ Alberto Isaac — Vivas Memórias, volume I — histórias, personagens, crônicas, 2009, Editora Correio de Itapetininga, Itapetininga — SP;Alberto Isaac, nascido em 1925, de Itapetininga — SP, cronista e jornalista, é colunista do jornal Correio de Itapetininga.
- ↑ http://www.ihggi.org.br/pag.php?pag=estradadeferrosorocabana
- ↑ (DEAN, WARREN, in: História geral da civilização brasileira, O Brasil republicano, tomo III, 1º volume, Estrutura de poder
- ↑ http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-10090-24-novembro-1888-542936-publicacaooriginal-52612-pe.html
- ↑ CAMARGO, J. F. Crescimento da população do Estado de São Paulo e seus aspectos econômicos: ensaio sobre as relações entre a demografia e a economia. São Paulo, 1952. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
- ↑ HOLLOWAY, T. H. Imigrantes para o café: café e sociedade em São Paulo (1886-1934). Tradução: Eglê Malheiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
- ↑ MATOS, O. N. de. Café e ferrovias: a evolução ferroviária de São Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira. São Paulo: Alfa-Omega, 1974.
- ↑ MONBEIG, P. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. Tradução: Ary França e Raul de Andrade e Silva. São Paulo: Hucitec/Polis, 1984.
- ↑ SAES, F. A. M. de. As ferrovias de São Paulo (1870-1940) . São Paulo: Hucitec, 1981.
- ↑ http://pt.wiki.x.io/wiki/Tiro_de_la%C3%A7o
- ↑ http://www.ihggi.org.br/pag.php?pag=estacaocultura
- ↑ «Turismo Pelo Brasil.net: Museu da Estrada de Ferro Sorocabana - Sorocaba-SP». turismopelobrasil.net. 2011. Consultado em 14 de maio de 2011
- ↑ DNEF - Departamento Nacional de Estradas de Ferro in Estradas de Ferro do Brasil - 1945 (suplemento da Revista Ferroviária) tabulação: Flavio R. Cavalcanti
- ↑ Livro "Sorocaba 3 séculos de história", escrito pelo monsenhor Luiz Castanho de Almeida
- ↑ Notícia publicada na edição de 10/07/11 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno de Domingo
Continua.........
Ramal da Fome (discussão) 16h14min de 27 de setembro de 2014 (UTC)