Usuário(a):Ricardo Guimarães de Siqueira/Testes
Quartel do Segundo Batalhão de Guardas | |
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Quartel do Segundo Batalhão de Guardas | |
Informações gerais | |
Construção | 1842 |
Estado de conservação | São Paulo |
Património nacional | |
Classificação | CONDEPHAAT |
Data | 28 de agosto de 1981 |
Geografia | |
Cidade | São Paulo |
O Quartel do Segundo Batalhão de Guardas é um edifício que encontra-se no Parque Dom Pedro II, na região conhecida como Centro Histórico de São Paulo. O edifício foi tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo em agosto de 1981.[1]
O imóvel teve inúmeros usos e proprietários ao longo dos anos. Inicialmente foi a sede da Chácara do Fonseca, depois abrigou o Seminário dos Educandos, o Hospício dos Alienados e por fim foi o quartel do 2º Batalhão de Guardas, como é conhecido até hoje.[2]
História
editarNão se sabe a autoria e em que ano o prédio começou a ser construído, mas sabe se que sua obra foi concluída em 1842 e que funcionou em seus primeiros anos como sede da Chácara do Fonseca. [3]
Segundo o historiador Antonio Egídio Martins no livro "São Paulo Antigo" (paginas 58/61) o prédio foi adquirido pela Fazenda Provincial com o objetivo de instalar o Seminário dos Educandos em 1859. O historiador Ernani da Silva Bruno em "História e Tradições da Cidade de São Paulo", Vol. III (página 1197) discorda de Antonio Egídio Martins, afirmando que o Seminário dos Educandos foi instalado apenas em 1960. Ambos os autores concordam em relação a data em que o edifício passou a abrigar o Hospício dos Alienados, sendo 1862 o ano em questão.[4]
O hospício permaneceu no imóvel localizado no Centro Histórico de São Paulo até 1903, quando os pacientes que residiam no imóvel foram transferidos para o município de Juqueri.[4]
Após ser feita uma série de obras de adaptação, o prédio passou a ser utilizado como quartel no ano de 1906. O quartel passou a abrigar o Segundo Batalhão de Guardas e até hoje é conhecido como tal. Em 1992 o imóvel foi transferido para a Polícia Militar, quando o batalhão foi deslocado para nova sede localizada no município de Osasco.[4]
O Quartel do Segundo Batalhão de Guardas foi tombado em 1981 pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) com o objetivo da instalação do Museu Militar de São Paulo no edifício.
Descrição Técnica
editarA construção do imóvel foi feita a partir de tijolos e taipa de pilão. O corpo mais antigo do prédio, construído 1842, preserva suas características clássicas originais. Esta área conta com pilastras na e platibandas na fachada e foi erguida em dois pavimentos. A edificação conta com piso de pinho-de-riga, vitrais coloridos, uma claraboia construída em forma de cone e um teto alto sustentado por imensas vigas. [2]
Segundo o processo de tombamento do CONDEPHAAT o edifício possui a "curiosa característica" de possuir, a linguagem arquitetônica colonial e neoclássica ao mesmo tempo, embora a técnica construtiva da taipa de pilão tenha sido utilizada para ambas.[5] A influência do neoclassicismo pode ser observada nas molduras de vãos, forros, vergas retas ou em arcos pleno, portas com as com as respectivas bandeiras de vidros coloridos e assoalhos originais conservados na parte mais antiga do imóvel.[3]
Dentre as reformas feitas na construção, podemos destacar as alas laterais que foram construídas nas últimas décadas do século XIX. Uma grande interligação entre as alas laterais foi a última grande obra feita no prédio. A construção ainda conta com uma varanda que percorre internamente o pátio inteiro.[3]
Atual estado de abandono
editarDesde a mudança do Segundo Batalhão de Guardas para Osasco, o imóvel se encontra fechado em estado de abandono e deterioração. Com inúmeras janelas quebradas, rachaduras nas paredes, telhas quebradas, pichações e muito entulho acumulado do lado de dentro, o edifício parece estar “caindo aos pedaços” para os pedestres que passam na região do Parque Dom Pedro II.[6]
No processo de tombamento do CONDEPHAAT, feito em 1981, afirmava-se que externamente o imóvel se encontrava em boas condições, mas que internamente necessitava de reparos "imediatos" .[7]
Galeria
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Telhas quebradas mostram o estado de conservação do imóvel.
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Detalhe de janela quebrada na fachada do imóvel.
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Portas quebradas mostram o estado de conservação do imóvel e facilitam possíveis invasões.
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Detalhe de janela quebrada na fachada do imóvel.
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Detalhe da fachada do imóvel.
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Detalhe de janela quebrada na fachada que denuncia o abandono dentro do imóvel.
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Fachada do imóvel vista da Avenida do Estado.
Significado Histórico-cultural
editarDevido ao seu significado histórico-cultural para a cidade, o quartel foi tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) da Secretária de Cultura do Governo do Estado de São Paulo no dia 28 de agosto de 1981. Antônio Henrique Bittencourt Cunha Bueno, o secretário extraordinário da Cultura do Governo do Estado durante a gestão de Paulo Salim Maluf, assinou o parecer do processo no dia 1 de agosto de 1981.[8]
Apesar de não possuir um estilo arquitetônico definido e diferentes fontes divergirem sobre datas impossibilitando de se elaborar uma resenha história precisa, o argumento de que o edifício é depositário da memória nacional pelos inúmeros usos que teve ao longo dos anos foi utilizado para justificar a decisão do tombamento da construção.[4] No processo de tombamento consta que pelo porte e localização do quartel dentro da paisagem urbana, o imóvel assumiu um "papel marcante na fisionomia da região tradicional da cidade", tornando-se impossível de ser separado da memória urbana dos cidadãos de São Paulo.[9]
O processo também objetivava a criação do Museu Militar de São Paulo no quartel[4], o que não aconteceu, tendo em vista que o edifício continuou apenas como sede do Segundo Batalhão de Guardas e como almoxarifado da Secretaria de Justiça.[2]
O processo do tombamento é o nº 21740/81 nos arquivos do CONDEPHAAT e está disponível para consulta on-line. No Livro do Tombo Histórico do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) o número de inscrição do patrimônio consta como o 153, feito no dia 22 de dezembro de 1981.[3]
Ver também
editar- 2.º Batalhão de Guardas
- Parque Dom Pedro II
- Centro Histórico de São Paulo
- São Paulo (cidade)
- Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
- Lista de bens tombados pelo Condephaat
- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
- Tombamento
- História da cidade de São Paulo
Referências
- ↑ Processo nº 21740. São Paulo, SP: Secretaria do Estado da cultura. 1981
- ↑ a b c http://www.arquicultura.fau.usp.br/index.php/menu-identificacao-quartel-segundo-batalhao-guardas
- ↑ a b c d «Quartel do Segundo Batalhão de Guardas». Bens tombados pelo CONDEPHAAT. Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Consultado em 17 de novembro de 2016
- ↑ a b c d e Processo nº 21740. São Paulo, SP: Secretaria do Estado da cultura. 1981. pp. 64 e 65
- ↑ Processo nº 21740. São Paulo, SP: Secretaria do Estado da cultura. 1981. 13 páginas
- ↑ Nascimento, Douglas (31 de março de 2010). «2º Batalhão de Guardas». 2º Batalhão de Guardas. São Paulo Antiga. Consultado em 17 de novembro de 2016
- ↑ Processo nº 21740. São Paulo, SP: Secretaria do Estado da cultura. 1981. pp. 14 e 15
- ↑ Processo nº 21740. São Paulo, SP: Secretaria do Estado da cultura. 1981. 99 páginas
- ↑ Processo nº 21740. São Paulo, SP: Secretaria do Estado da cultura. 1981. 66 páginas