Usuário:Dantadd/Ortografia dos nomes próprios
A ortografia dos nomes próprios
editarOs nomes próprios (sejam topônimos ou antropônimos) pertencentes à onomástica da língua portuguesa devem respeitar, como os nomes comuns (substantivos comuns), a ortografia vigente da língua portuguesa.
Segundo o Formulário Ortográfico da língua portuguesa em vigor, os nomes de pessoas falecidas devem respeitar a ortografia, assim como qualquer outro nome comum. Portanto, escreve-se Sousa, Paiçandu etc. Assim fazem as melhores publicações do gênero, como o Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro da Fundação Getúlio Vargas. Isto não impede que descendentes de uma personalidade usem a grafia arcaica, pois é outra história. O mesmo vale para nomes de empresas, instituições e afins, não considerados topônimos nem antropônimos.
O que diz o formulário ortográfico em vigor:
- Os nomes próprios personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portugueses ou aportuguesados, estão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns. Para salvaguardar direitos individuais, quem o quiser manterá em sua assinatura a forma consuetudinária. Poderá também ser mantida a grafia original de quaisquer firmas, sociedades, títulos e marcas que se achem inscritos em registro público.
Os nomes próprios seguem as mesmas regras de ortografia que seguem os nomes comuns. Sugiro também a leitura do livro "A imprensa e o caos na ortografia" do jornalista Marcos de Castro pois não vou entrar aqui em pormenores filosóficos. A atualização ortográfica é obrigação editorial das melhores publicações do gênero, como o "Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro" da Fundação Getúlio Vargas e a "Galeria de Brasileiros Ilustres" do Senado Federal.
Resumindo
editarAssim, Antônio, Lívia, Sílvia e Sônia são acentuados por serem paroxítonas terminadas em ditongo. A lógica também se aplica à forma feminina Antônia.
Amílcar, é acentuado também por ser paroxítona terminada em R, assim como repórter, ímpar ou hambúrguer; Aírton e Nélson, por ser paroxítona terminada em N, assim como hífen, pólen, glúten ou próton; Teófilo, Débora e Ângela, por ser proparoxítona; André, por ser oxítona terminada em E, assim como você, café ou Pelé; Luís e Luísa, por serem hiatos. As formas Luiz e Luíza, muito usadas, são grafias incorretas, devem ser evitadas.
O erro ocorre porque a palavra 'prenome' (escrita com E) que significa primeiro nome ou nome de batismo, muitas vezes é confundida com sua parônima 'pronome' (escrita com O), cujo significado é 'palavra variável que substitui, modifica ou retoma o nome'.
Outras fontes de leitura
editar- http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=20
- http://www.migalhas.com.br/Gramatigalhas/10,MI50555,21048-Nomes+de+pessoas+como+escrever
- http://www.estadao.com.br/manualredacao/esclareca/nomesproprios.shtm
- http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/05/18/acento-em-nomes-proprios/
- http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/06/22/mario-quintana-com-acento/
- http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/05/15/manuela-ou-manoela/
- http://www.igutenberg.org/lage25.html
- http://www.editoras.com/record/05325.htm
- http://www.jornalismo.ufsc.br/bancodedados/resenhas.html
- http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/fd200620011.htm
- http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=73&rv=Gramatica
- Lista de nomes próprios admitidos e não admitidos em Portugal
- CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 1. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1999. p. 42.
- NISKIER, Arnaldo. Questões Práticas da Língua Portuguesa: 700 Respostas. Rio de Janeiro: Consultor, Assessoria de Planejamento Ltda., 1992. p. 45.
Citações
editar- "Hoje, no Brasil – e só no Brasil, nunca é demais insistir – não temos ortografia nenhuma. Vale tudo. É o salve-se quem puder. Pergunta-se: pode sobreviver um idioma assim?"
- Marcos de Castro, autor de A imprensa e o caos na ortografia.
- Mais Marcos de Castro para sentar e chorar:
- Hoje, em função desse respeito burocrático, cartorial, aos nomes próprios, caímos de novo numa bagunça cada vez pior. Você não pode mais ver um menino chamado Tiago que perguntam: "Tiago com ‘th’ ou não?" Quando "Thiago" com "th" é um absurdo etimológico completo. Todo mundo sabe que Tiago vem de uma cesura errada na palavra Santiago. Os espanhóis, como têm "San" José, "San" Antônio, "San" não sei quê, equivocaram-se ao grafar San Tiago em vez de Santo Iago. Não existe "h" nenhum. O nome primitivo é Ya'akob, que vem do hebraico, através do grego Iákobus. Mas não tem "h" em hipótese nenhuma. Não tem sentido. É apenas um absurdo etimológico. Hoje as mães acham bonito porque os jornais publicam "Thiago" com "th" e elas passam a querer "Thiago" com "th". Temos sofrido um monte de bobagens nesse sentido. Como Euclides com "y", outro absurdo etimológico. Teresa com "z", ainda um outro absurdo etimológico.
- Mas essas coisas, honra seja feita, não se dão em Portugal. Em Portugal não temos Sousa com "z". Sousa é com "s" e só se escreve com "s". Se o sujeito for registrado lá, o Sousa é com "s". No Brasil, não; o escrivão no cartório pergunta: "Sousa com ‘s’ ou com ‘z’?" Eu tenho experiência pessoal porque fui registrar uma filha com o nome de Luísa, e o escrivão perguntou: "Com ‘s’ ou com ‘z’?" Eu disse: "Da única forma correta em língua portuguesa". Ele não sabia. Eu disse: "Com acento no ‘i’ e com ‘s’. Mas, depois disso, quantas "Luizas" com "z" nós temos encontrado no Brasil; em Portugal, não.
- Chegamos ao absurdo, nas redações, de algum redator virar-se para outro e perguntar: "Esse Luís é com 's' ou com 'z'?" Imaginem alguém na França virar para o companheiro e perguntar: "Louis é com 's' ou com 'z'?" Isso seria um absurdo completo.
- Nunca se escreveu e falou tão mal o idioma de Rui Barbosa (Arnaldo Niskier, Folha de S. Paulo, 15 de janeiro de 1998)