Vermelho Velho é um distrito do município de Raul Soares, Minas Gerais.[1][2] Sua população estimada é de 2.625 (IBGE/2000). A Escola, Anexo e Caixa d’água de Vermelho Velho foram tombados pela Prefeitura Municipal de Raul Soares por sua importância cultural para a cidade.[3]

Vermelho Velho
Vermelho Velho
Tipo povoamento humano
Geografia
Coordenadas 19° 59' 55.376" S 42° 20' 58.754" O
Mapa
Localização Minas Gerais - Brasil

História

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A história oral indica que havia uma aldeia indígena Puri onde atualmente é a chamada "Rua da Estação”. Também pode ter havido migração de indígenas Botocudo. Os indígenas trabalharam para os brancos e também ocorreram casamentos forçados. Foram dizimados pelo sarampo entre o final do século XIX e o início do século XX.[1]

A ocupação branca da região do município de Raul Soares iniciou-se com as expedições do sertanista Domingos Fernandes Lana, que trabalhava com extração da poaia. Em 1841, chegou José Alves do Vale que comprou terras de Domingos e é considerado um dos fundadores do distrito então chamado de Ribeirão Vermelho. Existem relatos de que José Alves do Vale teria comprado 100 escravizados. Foi tornado distrito em 4 de junho de 1858.[3][4][5]

Em 1852, Francisco Antunes da Costa havia doado um terreno para a construção da Igreja. Seis anos depois, em 18 de maio de 1858, Ribeirão Vermelho se tornou paróquia (a mais antiga da diocese de Caratinga). Recebeu o primeiro pároco, o padre João José deSouza, em 1879. Por conta do padroeiro escolhido (São Francisco de Assis), em 1882, o distrito passa a ser chamado de "São Francisco do Vermelho".[4][5]

Em 1882, recebe a primeira escola e, em 1890, um cartório (gerido por Manuel Luís da Cunha).[5]

O distrito era cortado pela Estrada de Ferro Leopoldina, tendo uma estação ferroviária localizada a 12 km do atual núcleo urbano do município. A Estação Vermelho Velho foi inaugurada em 12 de fevereiro de 1931, quando a população local era de 1.500 pessoas, e funcionou até meados da década de 1980, sendo neste período o principal acesso de pessoas e mercadorias à cidade.[3][6]

A economia local esteve embasada na cafeicultura no período de 1930 a 1960, levando o distrito a ser emancipado em 1947. Mas as mudanças econômicas e sociais da década de 1970 promoveram o êxodo rural; levando ao esvaziamento do distrito.[4]

Em 2001, o conjunto de construções de Vermelho Velho era

composto por edificações de tipologia neocolonial, em estado regular de conservação e encontram-se implantadas no alinhamento da estrada de terra, a qual é paralela à estrada de asfalto que liga Raul Soares e Caratinga. O entorno é cercado por montanhas ricas em quartzo branco.[6]

Em termos administrativos, o distrito esteve ligado aos seguintes municípios:[5]

Patrimônio tombado

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Pela importância da localidade para a histórica local, a Prefeitura Municipal de Raul Soares tombou a escola ferroviária, seu anexo e a caixa d'água como patrimônio municipal, como parte do denominado "conjunto dos bens imóveis pertencentes à antiga Rede Ferroviária".[3][7]

Referências

  1. a b Gamito, José Aristides Silva. «A história de Vermelho Velho, distrito de Raul Soares/MG: Construção de uma referência bibliográfica sobre o primeiro centenário (1837-1947)». Consultado em 10 de outubro de 2023 
  2. «História de Raul Soares». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 11 de outubro de 2023 
  3. a b c d «Raul Soares – Escola, Anexo e Caixa d'água de Vermelho Velho | ipatrimônio». Consultado em 10 de outubro de 2023 
  4. a b c Caratinga, Diário de (26 de agosto de 2022). «"História de São Francisco do Vermelho: Memórias e Perspectivas"». Diário de Caratinga. Consultado em 11 de outubro de 2023 
  5. a b c d Gamito, José Aristides da Silva. A História de Vermelho Velho - 1837 A 1948.
  6. a b «Vermelho Velho -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 11 de outubro de 2023 
  7. «Raul Soares – Bens Imóveis da Antiga Rede Ferroviária | ipatrimônio». Consultado em 11 de outubro de 2023