Vice-Reino de Nápoles
O Vice-Reino de Nápoles foi um vice-reino do Império Espanhol, que correspondia aos territórios do antigo Reino de Nápoles, que englobava todo o sul da Itália e a ilha da Sicília. O vice-reino espanhol na zona perdurou entre 1505 e 1707, quando foi incorporado por um vice-reino austríaco, membro do Sacro Império Romano-Germânico, pois depois da Guerra da Sucessão Espanhola, o território foi ocupado por tropas leais à Casa de Habsburgo.
Origem
editarO reino de Nápoles, constituído como entidade independente após a sua cisão do reino da Sicília durante as vésperas sicilianas de 1282, perdeu a sua independência em 1501 durante a guerra de Nápoles, quando Federico I foi destronado pelas tropas da França e Aragão e o seu reino dividido entre ambos segundo o estabelecido no tratado de Granada de 1500.
Em 1504, pelo tratado de Lyon, a França cedeu a totalidade do reino a Aragão, que posteriormente o integraria ao Império Espanhol. Em 1707, durante a Guerra da Sucessão Espanhola, passou às mãos da Áustria, parte do Sacro Império Romano Germânico, e em 1734 Nápoles recobrou novamente a sua independência durante a Guerra de Sucessão Polaca.
A que segue é uma lista dos vice-reis que governaram o território do antigo reino de Nápoles durante o período em que este foi vice-reino dos anteriormente citados países.
Vice-reino francês
editarSegundo os termos acordados no tratado de Granada de 1500, o reino de Nápoles foi dividido entre Luís XII da França, que ficou com as províncias napolitanas de Labor e Abruzzo a norte, com o título de rei de Nápoles, e Fernando o Católico, que foi designado duque das províncias de Apúlia e Calábria, a sul.
Vice-rei | Período | Notas | |
Reino dividido entre Luís XII da França e Fernando II de Aragão | |||
Luís de Armagnac, duque de Nemours | 1501 - 1503 | Morto durante o seu mandato na batalha de Cerignola. | Guerra de Nápoles |
Ludovico II de Saluzzo, marquês de Saluzzo | 1503 | General das tropas francesas em substituição do anterior. |
Vice-reino espanhol
editarEm 1504 França, derrotada pelas tropas aragonesas de Gonzalo Fernández de Córdoba na guerra de Nápoles, cedeu a totalidade do reino a Aragão mediante o tratado de Lyon de 1504. Começou assim o período de dominação espanhola[1], no qual a maioria deles, especialmente a partir do reinado de Filipe II, foram designados dentre a nobreza castelhana, assim como os remanescentes vice-reis e governadores dos estados italianos sob soberania espanhola, com laços familiares entre eles.[2]
Lista de Vice-Reis de Nápoles
editarFim do Vice-Reino
editarEm 1734, após a batalha de Bitonto ocorrida durante a Guerra de Sucessão Polaca, o vice-reino foi conquistado militarmente para o duque de Parma Carlos (futuro Carlos III da Espanha), que se veria reconhecido oficialmente como rei de Nápoles pela França em virtude do primeiro pacto de família, pelos Estados Pontifícios em 1737 e pelo Sacro Império Romano Germânico no tratado de Viena de 1738. Carlos recebeu também o reino da Sicília, unindo ambos e inaugurando a dinastia bourbônica de Nápoles.
Ver também
editarReferências
- ↑ «Vice-reis de Nápoles». de José Raneo, com notas de Eustaquio Fernández Navarrete, incluído na "Colección de documentos inéditos para la história de España", vol. XXIII., faz uma relação de todos os vice-reis espanhóis de Nápoles. Internet Archive
- ↑ Rogelio Pérez Bustamante. «O governo dos Estados da Itália sob os Áustrias: Nápoles, a Sicília, Sardenha e Milão (1517-1700). A participação da nobreza castelhana» (PDF) (em espanhol). Revistas.ucm.es
Notas
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Anexo:Virreyes de Nápoles», especificamente desta versão.
Bibliografia
editar- Parrino, D.A. Teatro eroico e politico dei governi de’ vicerè del Regno di Napoli, Nápoles, presso M. Lombardi, 1875 (1708)
- Coniglio, G. I vicerè spagnoli di Napoli, Nápoles, Fausto Fiorentino, 1967.
- «El gobierno de las imágenes. Ceremonial y mecenazgo en la Italia española de la segunda mitad del siglo XVII» (em espanhol). , Madrid, Iberoamericana, 2008.