Villa Giulia

palácio de Roma

A Villa Giulia é um palácio de Roma, situado numa zona que era conhecida como Vigna Vecchia (Vinha Velha), e que confinava, em tempos, com a muralha da cidade. Ergue-se na encosta dos montes Parioli que desce até ao Tibre. A villa actual constitui apenas uma pequena parte de uma propriedade anterior que continha três vinhas.

Villa Giulia
Villa Giulia modified.jpg, Museo Etrusco Villa Giulia facade.jpg
Tipo villa
Inauguração 1551 (473 anos)
Administração
Proprietário(a) Itália
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 41° 55' 7.31" N 12° 28' 39.34" E
Mapa
Localização Flaminio (quartiere), Roma - Itália
Patrimônio Herança nacional italiana
Criador/Fabricante Taddeo Zuccari
Homenageado Papa Júlio III


Fachada de Vignola na Villa Giulia.

Este palácio foi construído para o Papa Júlio III, um afável humanista, um profundo conhecedor das artes, mas não um teológo.

A Villa Giulia hospeda, actualmente, o Museo Nazionale Etrusco.

História e Arquitectura

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Vista geral do ninfeu

Como todas as villas suburbanas, a Villa Giulia possuía uma entrada urbana (sobre a Via Flamínia, uma antiga via romana) e um jardim formal, embora rural, atrás. A própria villa constituía o limiar entre dois mundos, uma concepção essencialmente romana que foi adoptada em todas as culturas urbanas da Europa Ocidental.

O edifício foi construído segundo um projecto de Jacopo Barozzi da Vignola entre 1551 e 1553. Também contribuíram para a sua execução Bartolomeo Ammanati, Giorgio Vasari e Michelangelo; o Papa despendeu de elevadas cifras de dinheiro para aumentar a beleza da villa, a qual é um dos exemplos mais delicado sda arquitectura maneirista.

A frente urbana, de Vignola, é constituída por uma severa fachada de dois andares, possuindo ambos os pisos a mesma altura. Ao centro possui o ritmo triplo de um arco triunfal plenamente detalhado, flanqueado por duas alas simétricas de apenas duas janelas. A fachada é fechada em cada extremidade por uma pilastra dórica. Esta fachada da Villa Giulia costitui a ideia apontada pelas villas georgianas do século XVIII com sete janelas, reproduzidas frequentemente nas residências da Virgínia.

A parte posterior da construção mostra a grande loggia de Ammanati, a qual permite olhar sobre o primeiro dos três pátios. A loggia dá acesso ao jardim, sendo a passagem ao pátio central obtida por dois lanços de escadas em mármore que conduzem ao coração do complexo da villa - um Ninfeu construído para permitir refeições ao fresco, fugindo do calor estival. Esta estrutura, com três níveis de galerias cobertas e decoradas com estátuas de mármore e balaústre, foi construída em volta de uma fonte central: neste ambiante fresco, protegido do sol ardente, deviam realizar-se festas que duravam todo o dia. A fonte central, Fontana dell'Acqua Vergine (Fonte da Água Virgem), é uma obra de arte maravilhosa por si só; projectada e esculpida por Vasari e Ammannati, representa as divindades dos rios e as cariátides. A água é a mesma da Fontana di Trevi, em Roma.

O Casino della Vigna (Casa da Vinha), como é por vezes conhecida, e os seus jardins estavam situados no centro de vinhas bem tratadas. Naquele tempo, antes que se tornasse moda os jardins à inglesa, a vista mais agradável que se podia imaginar num jardim era a de uma agricultura ordenada, onde a mão do homem havia domado a desordem caprichosa e o perigo representado pela natureza. Os convidados papais entravam em barcos às portas do Vaticano e eram transportados pelo Tibre até ao grande desembarcadouro reservado, para gozar os prazeres e a magnificência da Villa Giulia, para passear nos jardins e comer os luxuosos pratos no ninfeu.

Depois da morte do Papa Júlio III, o Papa Paulo IV, chegado ao trono pontifício depois do brevíssimo pontificado (20 dias) do Papa Marcelo II, confiscou todas as propriedades que Júlio III havia reunido; a Villa Giulia foi dividida, com a construção principal e parte dos jardins a tornarem-se propriedade da Câmara Apostólica. A villa foi reservada para uso dos Borromeo, sobrinhos do novo papa.

O edifício foi restaurado em 1769 por iniciativa do Papa Clemente XIV, e tornou-se, em 1870, propriedade do Reino de Itália.

O Museu Nacional Etrusco

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Desde o início do século XX o palácio aloja o Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia (Museu Nacional Etrusco da Villa Giulia), fundado em 1889 com o objectivo de recolher e juntar todas as antiguidades pré-romanas do Lácio, da Etrúria meridional e da Úmbria pertencentes à civilização etrusca e falisca. O tesouro individual mais famoso é um monumento funerário de terracota, o Sarcofago degli Sposi (Sarcófago dos Esposos), o qual representa uma cópia dos esposos, em tamanho quase natural, que se recostam felizes como se fossem a um almoço.

Entre os outros tesouros guardados no museu encontram-se:

  • As Tavolette di Pyrgi (Tábuas de Pirgos), um texto Etrusco-Fenício;
  • O Apollo di Veio (Apulu de Veios);
  • Os restos de um templo redescoberto em Alatri
  • Um baixo relevo reconstruído que representa o pugilista Creuga a comer o cérebro do seu inimigo;
  • As colecções Barberini, Castellani e Pesciotti.

Desde 1947, tem lugar no ninfeu da Villa Giulia a escolha do vencedor do Prémio Strega.

Ligações externas

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