Villa Torlonia (Frascati)

 Nota: Se procura a Villa Torlonia em Roma, veja Villa Torlonia (Roma).

A Villa Torlonia em Frascati foi um palácio italiano da família Torlonia. Ficava situado em Frascati, na Província de Roma, região do Lácio.

Fonte de cima, nos jardins da Villa Torlonia em Frascati.

A terra onde a villa foi construída pertencia originalmente à Abadia de Grottaferrata, a qual o doou, em 1563, a Annibale Caro. O novo proprietário encomendou uma pequena villa onde passou os últimos dias da sua vida a traduzir a Eneida[1]. Para a realização das obras chamou o arquitecto Nanni di Baccio Bigio, o qual seguiu as várias realizações ao longo de muitos anos.

Em 1579, Beatrice Cenci comprou a villa aos herdeiros de Caro, a qual passou, em 1596, para a posse do Cardeal Tolomeo Galli, Secretário de Estado do Papa Gregório XIII, o qual encomendou a primeira ampliação.

Em 1606, o Cardeal Scipione Borghese, sobrinho do Papa Paulo V, que procurava em Frascati uma villa digna de hospedar o novo pontífice e que não ficasse atrás da magnífica Villa Aldobrandini, pertencente à família com o mesmo nome. Os Borghese empregaram para as obras de ampliação e de embelezamento o arquitecto Flaminio Ponzo. Os trabalhos de canalização usados para alimentar as fontes dos jardins e o espectacular Teatro de Água, com um lanço de degraus de água, data do período compreendido entre 1607 e 1625[2], desenhado e dirigido por Girolamo Fontana, Carlo Maderno e Flaminio Ponzo, e completado na base com uma grande parede de retenção com nichos e fontes.

Posteriormente, por 34.000 escudos, a villa foi adquirida pelo Duque de Gallese, Giovanni Angelo Altemps, que a cedeu ao Cardeal Ludovico Ludovisi, sobrinho do Papa Gregório XV. O papa Ludovisi tinha uma predilecção por esta villa, onde passava muito do seu tempo livre. A família Ludovisi chamou Carlo Maderno, o mais importante arquitecto da época, para trabalhar nas adaptações do núcleo mais antigo do palácio; em 1622, todas as recordações presentes na villa, cerca de 50 peças, foram transferidas para a Villa Ludovisi de Roma, mais tarde transformada em museu romano.

Em 1661, a villa foi adquirida por Pompeo Colonna, passando por herança para Lucrezia Colonna que a deu, em 1680, a Giuseppe Lotario Conti.

A família Conti vendeu a villa à família Cesarini-Sforza que, em 1841, a passou, por fim, à família Torlonia. Durante a Era Napoleónica, os Torlonias, beneficiados pelas dificuldades da Santa Sé, tinham acumulado uma fortuna através de transacções especulativas. Além disso, adquiriram títulos e redimiram a sua origem plebeia.

Todas estas personagens e famílias possuiam, no seu tempo, grandes fortunas, tendo realizado as obras de extraordinária beleza que o sítio merecia e que ainda hoje são admiráveis.

Teatro de Água, nos jardins da Villa Torlonia em Frascati, por Carlo Maderno, 1607-1625.

Os grandes jardins barrocos aterraçados e as suas fontes serviram de inspiração para algumas aguarelas do pintor norte-americano John Singer Sargent, além de servirem de tema para outros pintores.

A velha villa foi quase completamente destruída no dia 8 de Setembro de 1943, quando Frascati foi bombardeada, ao ponto de ser demolida e construído no seu lugar um edifício residencial. Durante a Segunda Guerra Mundial, o palácio alojou o tribunal marcial e um destacamento dos SS. Por esse motivo, numerosos partidários trazidos dos Castelli Romani, na área das Colinas Albanas, foram transferidos para ali e executados.

Em 1954, o Duque Andrea Torlonia fez uma troca de propriedades com o município de Frascati, entre os Jardins da Villa Torlonia e a Tenuta Quadrato ("Herdade Quadrato"). Actualmente, os jardins formam um parque público.

Nota

  1. Em 1896, o Príncipe Leopoldo Torlonia colocou uma pedra memorial para relembrar este evento.
  2. Robert W. Berger, "Garden Cascades in Italy and France, 1565-1665" The Journal of the Society of Architectural Historians 33.4 (Dezembro de 1974), pp. 304-322.