Wanda Wasilewska
Wanda Wasilewska (Cracóvia, 21 de janeiro de 1905 – Kiev, 29 de julho de 1964) foi uma novelista a ativista política comunista polonesa e soviética. Teve um importante papel na criação de uma divisão polonesa do exército soviético durante a II Guerra Mundial e na formação da República Popular da Polônia. Ela deixou a Polônia após o ataque alemão ao país em setembro de 1939 e fixou residência na cidade de Lvov, ocupada pelos soviéticos, e depois na URSS.[1]
Wanda Wasilewska | |
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Nascimento | Wanda Wasilewska 21 de janeiro de 1905 Cracóvia, Polônia |
Morte | 29 de julho de 1964 (59 anos) Kiev, União Soviética |
Sepultamento | Cemitério de Baikove |
Nacionalidade | polonesa soviética |
Cidadania | União Soviética, República Popular da Polónia |
Progenitores |
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Cônjuge | Alexandr Evdokímovich Korneichuk |
Alma mater | |
Ocupação | política, novelista, jornalista |
Distinções |
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Causa da morte | enfarte agudo do miocárdio |
Biografia
editarFilha de um político integrante do Partido Socialista Polonês, estudou filosofia na Universidade de Varsóvia e Língua polonesa e Literatura polonesa na Universidade Jaguelônica, em sua cidade natal. Antes de conseguir o doutorado em 1927, ainda na universidade integrou a União da Juventude Socialista e a Sociedade dos Trabalhadores de Universidades.[1]
Depois que completou os estudos, começou a trabalhar como professora e jornalista para vários jornais de esquerda na Polônia. Ela também se tornou editora de duas revistas mensais para crianças, onde introduziu propaganda soviética, para protestos gerais depois da pulbicação.[1] Apesar de frequentemente criticada por suas opiniões radicais de esquerda, filiou-se ao Partido Socialista ao invés do Partido Comunista, onde em pouco tempo foi promovida para o conselho central. No início de sua carreira política, ela apoiou a união de todos os partidos de esquerda contra o nacionalista Sanacja no poder e foi uma das principais ativistas pelas greves na Polônia. Numa das demonstrações políticas em Cracóvia ela conheceu Marian Bogatko, com quem se casou.
Após a invasão nazista em 1939 e a derrota e partilha do país em zonas ocupadas por alemães e soviéticos, Wanda foi para Lvov, ocupada pelos soviéticos, onde se tornou automaticamente cidadã da União Soviética. A pedido da NKVD, a polícia secreta soviética, a Gestapo ajudou-a a se transferir de Varsóvia, onde morava, para Lvov. Na cidade, tornou-se membro de várias organizações comunistas, unindo os comunistas locais ucranianos e poloneses.[2]
No começo de 1940, Josef Stalin a investiu com um assento no Soviete Supremo da União Soviética.[1] Ela também se tornou presidente do Teatro Dramático de Lvov. Após a invasão alemã da URSS, Wanda fugiu antes da chegada das tropas nazistas e alistou-se no Exército Vermelho, onde atuou como correspondente de guerra e como funcionária do comando político do exército, recebendo a patente de coronel.[3]
Após consultas com Stalin - e provavelmente sob suas ordens - Wanda tornou-se a líder do novo partido União de Patriotas Poloneses (Związek Patriotów Polskich - ZPP) um governo provisório criado pelos soviéticos com vistas a dirigir uma Polônia comunista.[1] Em 1944, também tornou-se vice-presidente do Comitê Polonês para a Libertação da Polônia, outro governo provisório criado para se opor ao governo polonês no exílio como governo legal da Polônia. Ela defendia a incorporação da Polônia como uma república da União Soviética.[1]
Ao fim da guerra, depois da ocupação da Polônia pela URSS, ela decidiu continuar vivendo na União Soviética, onde se envolveu com o dramaturgo Oleksandr Korniychuk, com quem se mudou para Kiev e renunciou à cidadania polonesa.[1] Apesar de ter limitações na língua russa e ucraniana, Wanda continuou como membro do Soviete Supremo por várias décadas, sem entretanto retornar à vida pública. Morreu aos 59 anos em Kiev, onde encontra-se sepultada no Cemitério de Baikove, o histórico cemitério da cidade.[1]
Durante a vida de Stalin, Wanda era considerada uma escritora clássica de literatura soviética. Vários de seus trabalhos foram incluídos no currículo escolar do país e por três vezes recebeu o Prêmio Stalin de literatura (1943, 1946, 1952), mas após a morte do líder comunista ela foi quase completamente esquecida pelos novos líderes do país.