Wilson Grey

ator brasileiro

Wilson Grey, nome artístico de Wilson Chaves (Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1923 – Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1993), foi um ator brasileiro de cinema, teatro e televisão.

Wilson Grey
Wilson Grey
Nome completo Wilson Chaves
Outros nomes Wilson Grey
Nascimento 10 de dezembro de 1923
Rio de Janeiro, DF
Morte 3 de outubro de 1993 (69 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Maria Vieira de Sá Chaves
Ocupação ator
Período de atividade 1942—1993

Considerado um dos melhores atores do cinema nacional e o artista que mais fez filmes no Brasil, Grey participou de 150 a 250 longas-metragens.

Biografia

editar

Primeiros anos

editar

Teve a vontade de ser ator desde cedo. Não obteve graduação na área, tendo diversas profissões antes de ingressar na carreira artística, como anotador do jogo do bicho e até entregador de refeição de prostitutas.[1][carece de fonte melhor]

Em 1942, Grey entrou para o Teatro do Estudante, de Paschoal Carlos Magno, após ter várias ocupações, algumas delas à margem da lei. Fazia trabalhos administrativos no teatro durante o dia, e à noite figurava no elenco de Hamlet, em um pequeno papel de soldado, sem fala.[2]

Carreira

editar

Cinema

editar

Grey começou sua carreira cinematográfica em 1948, com Hóspedes da Noite, de Ugo Lombardi, e não parou mais.[3] Participou de vários filmes produzidos pela Atlântida, na época áurea das chanchadas, invariavelmente no papel de vilão, ao lado de José Lewgoy. Seu tipo franzino e sua voz bem característica faziam dele um ator perfeito para interpretar o malandro carioca, personagem recorrente do cinema brasileiro das décadas de 1940 e 1950.[4][2]

 
Wilson em cena de Quando o Carnaval Chegar, de 1972.

Após a estreia, atuou em dois filmes, em 1952, Amei Um Bicheiro e Carnaval Atlântica. E seguiu atuando em muitos filmes por ano, num período que o cinema era mais simples e fazer um grande número de gravações anuais era possível. Em 1953, fez mais dois longas, A Dupla do Barulho e Balança Mas Não Cai. Em 1954, dobrou o número, com quatro filmes, entre eles O Petróleo é Nosso.. Em 1955, fez mais cinco, incluindo Chico Viola Não Morreu. Seguiu com vários filmes por ano, chegando a sete em 1958, recorde que seria batido em 1970, quando fez oito filmes, repetindo os sete de 1958 em 1971. Bateria mais uma vez o recorde em 1975, quando fez nada mais que doze filmes em um ano. Entre os anos 1950 e 1970, manteve a média de dois filmes por ano, com anos que passava de quatro ou cinco filmes.[2]

   
Wilson atuou em uma grande quantidade de filmes e com diversos atores, como Adriana Prieto, com o qual trabalhou em Lúcia McCartney, e Grande Otelo, com o qual trabalhou em O Homem do Pau-brasil.

Fontes afirmam que contracenou em entre 150 e 250 filmes.[5][6] Também considerava que seu recorde era mundial, mas a imprensa norte-americana especializada sempre o atribuía a um ator da Índia.[2] De acordo com a Folha de S.Paulo, "Este rol mostra a importância que o próprio Grey hasteava, dizendo ser o "recordista mundial em participações em filmes". Podia ser verdade, mas o fato é que sempre foi o ator coadjuvante, o pano-de-fundo da trama, lembrado pelo público, sim, mas sempre atrás de Oscarito e Anselmo Duarte, por exemplo."[7] Entretanto, em 1982, Wilson Grey faz seu primeiro papel principal, o professor Expedito Vitus em O Segredo da Múmia, com o qual ganhou o Candango de Melhor Ator, no Festival de Brasília.[8][9]

Além das "chanchadas", Grey participou de filmes marcantes do cinema brasileiro, como Memórias do Cárcere[10] e o O Beijo da Mulher Aranha.

Ainda estava na ativa, às vésperas de completar setenta anos, quando morreu.[carece de fontes?] Em 1996, foi lançado postumamente seu último filme, O Lado Certo da Vida Errada.[11]

Grey afirmou em entrevistas que seu papel em Vai Trabalhar, Vagabundo era "vagamente autobiográfico".[carece de fontes?]

Televisão

editar

Apesar da longa carreira cinematográfica, Wilson Grey fez poucos papeis na televisão. Como destaque, foi um crupiê na minissérie A, E, I, O... Urca, da Rede Globo[12] e atuou também no programa Os Trapalhões e na novela Guerra dos Sexos.[13]

Vida pessoal

editar

Era casado com Maria Vieira de Sá Chaves, com quem teve dois filhos: Gildete e Giovânio. Sofreu uma isquemia cardíaca em 1989, e dois AVC's em 1990. Faleceu em 1993, vítima de infarto, no Rio de Janeiro. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista, em Botafogo.[carece de fontes?]

Filmografia

editar
 Ver artigo principal: Filmografia de Wilson Grey

Televisão

editar
Ano Título Papel Notas
1991 Estados Anysios de Chico City
1990 A, E, I, O... Urca João
1988 Armação Ilimitada Bandido Episódio:" O Caso Júnior Filho"
1986 Tele Tema Mineiro Episódio: " Luz, Câmera, Ação"
Cambalacho Lacraia
1983 Guerra dos Sexos Ismael
Sítio do Picapau Amarelo Caveirinha Episódio: " Robson Crusoé"
1982 Feiticeiro Episódio:" Era Uma Vez Bela Adormecida"
Caso Verdade Linderley Episódio: " A Grande Promessa"
1982–90 Chico Anysio Show Linguiça / Vários personagens
1981 Chico Total Linguiça
1979–81 Plantão de Polícia Vários personagens
1978 Maria, Maria Raimundo Alves
1977–83 Os Trapalhões Vários personagens
1977 Sítio do Picapau Amarelo Jeca Tatu
1975 Azambuja & Cia. Linguiça
1973 Chico City

Referências

  1. «WILSON GREY». Papo de Cinema. 2017. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  2. a b c d «WILSON GREY». Museu da TV. 2020. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  3. «Wilson Grey». Jornal GGN. 18 de setembro de 2011. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  4. «Filmes Produzidos Pela Atlântida Cinematográfica» (PDF). Agência Nacional do Cinema. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  5. Rogério Sganzerla (2016). «PAINEL DOS PERSONAGENS». Itaú Cultural. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  6. «Ator alemão teve carreira de 80 anos no cinema». Terra. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  7. Paulo Santos Lima (5 de outubro de 1998). «Wilson Grey é protagonista em SP». Folha de S.Paulo. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  8. «"Fui ressuscitado", anuncia Ivan Cardoso». Folha de S.Paulo. 25 de janeiro de 2002. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  9. «15º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (1982)». Metrópoles. 2020. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  10. «MEMÓRIAS DO CÁRCERE». Cinemateca brasileira. 2020. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  11. «O LADO CERTO DA VIDA ERRADA». Cinemateca brasileira. 2020. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  12. «A, e, i, o...Urca». Memória Globo. 2020. Consultado em 10 de agosto de 2020 
  13. Nilson Xavier (2015). «Guerra dos Sexos (1983)». Tele Dramaturgia. Consultado em 10 de agosto de 2020 

Ligações externas

editar

Precedido por
Edson Celulari
por Asa Branca - Um Sonho Brasileiro
Troféu Candango de Melhor Ator
por O Segredo da Múmia

1982
Sucedido por
Nelson Xavier
por O Mágico e o Delegado