Xenodon matogrossensis
Xenodon matogrossensis | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Não avaliada | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Sobre
editarXenodon matogrossensis é uma serpente da Família Dipsadidae que ocorre na região central da América do Sul, principalmente no Pantanal e eco-regiões vizinhas. Possui como sinônimo o nome Lystrophis matogrossensis. Ela é comumente confundida com uma coral-verdadeira (serpentes do gênero Micrurus, Família Elapidae), pois essa serpente apresenta um padrão de cores mimético ao das corais-verdadeiras. Portanto podemos considerá-la como uma “falsa-coral”.
Características
editarAs serpentes são animais ápodos, ou seja, não possuem patas, e também possuem olhos sem pálpebras móveis, e assim como todos os integrantes da Ordem Squamata, possuem um corpo recoberto por escamas, e como fazem parte do clado Autarchoglossa (clado que abrange o grupo das serpentes), possuem língua bífida, útil para sua orientação no ambiente. As espécies do gênero Xenodon possuem uma escama rostral elevada, em forma de “pá”, quilhada e projetada posteriormente, separando as internasais. Essa característica confere um apelido popular de “cobras-narigudas” para algumas espécies desse gênero. As características diagnósticas da espécie são: escamas dorsais no meio do corpo em 21 fileiras; ponta da cauda arredondada, não pontiaguda; anéis de coloração dorsal formando um padrão: anéis vermelhos, pretos, brancos, pretos, vermelhos, pretos em 9 a 15 pares; escamas ventrais que variam de 122 a 141. A serpente X. matogrossensis se alimenta principalmente de anfíbios, mas também consome ovos de outros pequenos vertebrados, incluindo outras espécies da Ordem Squamata. Em relação a reprodução, todas as serpentes machos possuem um hemipênis para realizar a cópula e então transferir os gametas para a cloaca da fêmea, essas que ao serem fecundadas, irão gerar seus filhotes. A espécie X. matogrossensis é ovípara, ou seja, fazem a postura de ovos, de onde eclodirão as formas jovens da espécie. Seu ciclo reprodutivo é sazonal, ocorrendo principalmente no período entre os meses de outubro a abril, que compreende um período mais quente e úmido na região onde elas ocorrem.
Hábitat e Distribuição Geográfica
editarOs membros deste grupo de espécies são considerados psamófilos, habitando áreas abertas com solo arenoso. A espécie X. matogrossensis prefere áreas úmidas, ocorrendo na região central da América do Sul, principalmente nos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e está associada à planície de inundação do Pantanal.
Referências
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Scrocchi G J. Cruz F. 1993. Descrição de uma nova espécie do gênero Lystrophis Cope e uma revalidação de Lystrophis pulcher (Jan, 1863), (Serpentes; Colubridae). Pap. Avul, avul. Zool., São Paulo 38 (10): 171-185.
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Cristiano C. Nogueira, Antonio J.S. Argôlo, Vanesa Arzamendia, Josué A. Azevedo, Fausto E. Barbo, Renato S. Bérnils, Bruna E. Bolochio, Marcio Borges-Martins, Marcela Brasil-Godinho, Henrique Braz, Marcus A. Buononato, Diego F. Cisneros-Heredia, Guarino R. Colli, Henrique C. Costa, Francisco L. Franco, Alejandro Giraudo, Rodrigo C. Gonzalez, Thaís Guedes, Marinus S. Hoogmoed, Otavio A.V. Marques, Giovanna G. Montingelli, Paulo Passos, Ana L.C. Prudente, Gilson A. Rivas, Paola M. Sanchez, Filipe C. Serrano, Nelson J. Silva, Christine Strüssmann, João Paulo S. Vieira-Alencar, Hussam Zaher, Ricardo J. Sawaya, and Marcio Martins "Atlas of Brazilian Snakes: Verified Point-Locality Maps to Mitigate the Wallacean Shortfall in a Megadiverse Snake Fauna," South American Journal of Herpetology 14(sp1), 1-274, (31 December 2019). https://doi.org/10.2994/SAJH-D-19-00120.1
Castellari Gonzalez, Rodrigo & Diesel Abegg, Arthur & Matheus, Diego & Mendes, Mello & Silva, Marcélia & Machado-Filho, Paulo & Mario da Rosa, Conrado & Passos, Daniel & Ribeiro, Maurivan & Benício, Ronildo & Oliveira, Jane. (2020). LISTA DOS NOMES POPULARES DOS RÉPTEIS NO BRASIL - PRIMEIRA VERSÃO.
FERREIRA, Vanda Lúcia et al. Répteis do Mato Grosso do Sul, Brasil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, v.107, supl. e2017153, 2017. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212017000200253&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Dec. 2020. Epub May 02, 2017. https://doi.org/10.1590/1678-4766e2017153.
Site Reptile Database: https://reptile-database.reptarium.cz/species?genus=Xenodon&species=matogrossensis&search_param=%28%28search%3D%27Xenodon+matogrossensis%27%29%29