Yoyes

ativista espanhola

Dolores González Catarain (em basco: Dolores Gonzales Katarain), conhecida pelo codinome 'Yoyes', foi uma dirigente da organização terrorista basca Euskadi Ta Askatasuna (ETA), nasceu em Ordizia (Guipúzcoa, País Basco, Espanha) em 14 de maio de 1954 e foi assassinada pela própria ETA na mesma localidade em 10 de setembro de 1986. É famosa por ter sido a primeira mulher a dirigir a ETA e por ter sido morta pelas mãos da mesma organização, depois de ser acusada de traição.

Maria Dolores Gonzáles Catarain
Nascimento 14 de maio de 1954
Ordizia, País Basco, Espanha
Morte 10 de setembro de 1986 (32 anos)
Ordizia, País Basco, Espanha
Nacionalidade espanhola

Incorporação à ETA

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Ingressou à ETA em princípios da década de 1970 e teve um relacionamento com Joxe Etxeberría, Beltza, outro membro da ETA, que faleceu em Getxo, depois que a bomba que carregava explodiu.

Yoyes era encarregada de dirigir um comando de membros não fichados formado por mulheres e planejou dinamitar um ônibus em que viajavam membros da Guarda Civil Espanhola.[1] Em 1978 formava parte do Comitê Executivo do braço militar da organização. Um ano mais tarde, a polícia francesa a deteve, confinando-a em uma prisão no sudeste da França.[2]

Exílio no México e o abandono da organização

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Depois do assassinato em 1978 do dirigente da organização José Miguel Beñarán Ordeña, Argala, pelas mãos do grupo paramilitar de extrema direita Batallón Vasco Español, foi se afastando paulatinamente da mesma, descontente com a chamada "linha dura" da organização, que ia se impondo. Em 1980 saiu da ETA e se exilou no México, onde estudou Sociologia e Filosofia, trabalhando para as Nações Unidas. Em 1984, viajou a Paris onde obteve o estatuto de refugiada política.

Em agosto de 1985, ao não haver nenhuma causa judicial aberta contra ela e ao teor dos dispostos pela "Lee de Anistía" de 1977, graças a ajuda de um amigo no Ministério de Economia, entrou em contato com o dirigente socialista, e diretor da Seguridade do Estado Espanhol, Julián Sancristobal e decidiu regressar ao País Basco acertando também seu regresso com o dirigente etarra Txomin Iturbe com a condição de que se fizesse discretamente para que não sua volta não fosse utilizada com fins propagandísticos.[3]

A reinserção de Yoyes, que durante anos havia sido a militante mais procurada não podia deixar de ser utilizada nem de ter repercussão midiática; o governo espanhol apresentou este feito como uma acolhida às medidas de reinserção que até então vigoravam e o semanário espanhol Cambio 16 publicou uma ampla reportagem com o título "El regreso de la etarra" (O regresso da Etarra) e a fotografia de Yoyes em sua capa, considerado como o estopim de sua condenação à morte.

No dia 17 de outubro terminaram as negociações para seu regresso, e finalmente, no dia 11 de novembro de 1985, Yoyes chegou à Espanha com seu marido e seu filho, se instalando em San Sebastián. Pouco tempo depois escreve em seu diário:

Não foi esclarecido a razão que fez com que Yoyes regressasse, consciente sem dúvida do perigo que corria, ela mesma havia manifestado:

Yoyes não realizou declarações públicas quando regressou, tentando passar "despercebida".

Assassinato

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Quando regressou à Espanha, o grupo terrorista realizou uma consulta urgente para decidir o que fariam com ela. Seu contato na organização, “Txomín”, líder com quem Yoyes havia se contactado para realizar seu regresso, havia sido deportado pela França para a Argélia, não podendo interceder por ela. A cúpula etarra se reuniu de novo para tomar medidas frente à antiga dirigente, incomodados pelas críticas duríssimas que esta seguia fazendo. Nesta reunião, Iñaki de Juana Chaos, então un dos que possuíam mais poder de influência na cúpula etarra, afirmou que não tinha nenhuma dúvida, que se a encontrasse, a matava.

Já existiam outros precedentes, como o assassinato de Pertur e o mais próximo de 1984, quando ETA acabou com outro "arrependido", Miguel Francisco Solaun, que foi considerado o cérebro da fuga de presos da organização da cadeia de Basauri em 1968 e que posteriormente se negou a realizar um atentado contra habitações da Guarda Civil Espanhola.[4]

Acusando Yoyes de traição, Francisco Mujika Garmendia, "Pakito", originário como Yoyes da localidade de Ordizia, ordenou sua morte. Yoyes foi assassinada a tiros por Antonio López Ruiz, Kubati, enquanto passeava durante as festas de sua cidade natal com seu filho de três anos.

A prefeitura municipal da cidade decidiu suspender as festas como sinal de repulsa a um atentado "fascista e totalitário", sem que o irmão de Yoyes, vereador do município pelo partido Herri Batasuna, condenasse o assassinato de sua própria irmã.[5] Por sua parte, dirigentes próximos ao entorno da ETA justificaram seu assassinato.[6]

Kubati foi detido em novembro de 1987, quando realizava uma ligação telefônica desde uma cabine em Tolosa, em uma operação em que a Guarda Civil Espanhola denominou com o nome do filho de Yoyes. Hoje em dia (2008), Kubati permanece na prisão.[7]

Yoyes na atualidade

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Na atualidade Yoyes continua sendo um ícone midiático.[8][9] Sua morte é considerada um ponto de inflexição na sociedade vasca e na ETA, no momento em que os diversos setores da organização estavam revisando o futuro de sua atividade, conseguindo a ETA acabar com as reinserções.[10]

Yoyes tem sido definida como uma mulher "muito admirada" e "comprometida, com clarividência política" e também por "sua condição de mulher" em uma organização liderada majoritariamente por homens.[11]

Filmografia

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  • Documentário "Yoyes" do programa "Documentos TV" da TVE.[12]
  • No filme biográfico Yoyes dirigido em sua "obra prima" pela diretora navarra Helena Taberna em 1999.[13] Ana Torrent interpreta o papel de Dolores González [14] e se sugere que eram os serviços secretos espanhóis que realmente estavam por trás das reportagens e notícias e que tinham como objetivo criar tensões e debilitar o mundo da ETA, ainda que à custa da morte da própria "Yoyes".

Referências

  1. Hoy se cumplen 20 años del asesinato: "Yoyes había intentado reventar un autobús de la Guardia Civil en la carretera de Martutene a Donostia con casi 100 kilos de Goma-2" (artículo de El Mundo, 2006).
  2. El asesinato que marcó una inflexión Arquivado em 10 de agosto de 2009, no Wayback Machine. (Diario de Noticias de Alava, 2006)
  3. El 'mito Yoyes' sobrevive a ETA Su insumisión estuvo además aderezada con un goteo lento y discreto, pero firme y sonoro, de críticas públicas a la actuación y deriva de la organización armada, así como a la postura seguidista y poco política de HB. Sus catilinarias contra los que años antes eran sus correligionarios tomaron carta de naturaleza en el libro "Desde mi ventana", publicado a mediados de los 80. (Deia, 2008)
  4. Solaun, el precedente del asesinato de 'Yoyes' Arquivado em 11 de agosto de 2009, no Wayback Machine. De esta manera, Solaun rehízo su vida trabajando para una empresa de construcciones, que fue la encargada de hacer 105 viviendas en el barrio Arene de Algorta que, posteriormente, fueron compradas en su totalidad por el Ministerio de Obras Públicas para cederlas a la Guardia Civil. ETA aprovechó esta situación para chantajear al ex miembro y obligarle a colaborar en un atentado en ese mismo edificio. Así, colocó una importante carga explosiva que sería activada una vez inaugurado el nuevo cuartel y con los miembros de la Guardia Civil dentro. Sin embargo, esa carga nunca fue explosionada porque, al parecer, Solaun no conectó los explosivos al transformador eléctrico que debía hacerlos estallar. El 18 de noviembre de 1981 se descubrió la dinamita en un techo falso del edificio y, diez días después, fue detenido junto con otras siete personas acusadas de estar involucradas en el fallido atentado… Ingresó en la prisión de Carabanchel, donde los milis le expulsaron de su entorno. Posteriormente, lo trasladaron a Soria y allí los presos de ETA militar le propinaron una fuerte paliza. El nombre de Solaun apareció publicado en diversos medios informativos después de que él enviara una carta al juez mostrándose contrario a la lucha armada y con la intención de acogerse a la vía de la reinserción iniciada por Bandrés. Por esto, después de la paliza fue trasladado a la prisión de Nanclares de Oca y recibió amenazas de ETA hasta que en noviembre de 1982 se le concedió el indulto
  5. Hace 20 años: ETA asesina a YOYES en presencia de su hijo Arquivado em 12 de agosto de 2009, no Wayback Machine. (La Voz de Salamanca, 2006)
  6. Iñaki Aldekoa: "Un ejército no puede permitirse el lujo de la traición de sus militantes y mucho menos de sus generales". Iñaki Esnaola: "Yoyes no era Santa Teresita del niño Jesús". Ambos posteriormente abandonarían ETA.
  7. 'Kubati' no podrá salir mañana de prisión, como estaba previsto, al aplicarle la Audiencia Nacional la 'doctrina Parot' El asesino de Yoyes, que cuenta con más de 1.000 años de condenas, cumpliría los 30 años de cárcel en noviembre de 2017 … López Ruiz fue detenido el 11 de noviembre de 1987 en el interior de una cabina telefónica, en Tolosa, acusado de ser el responsable del "comando Goyerri Costa". Ha sido condenado a 1.076 años de cárcel, entre otros por el asesinato de Dolores González Catarain "Yoyes" … En agosto de 1994, reconoció que el miedo le impedía manifestar públicamente su oposición a la "lucha armada", por temor a que le "metan un tiro". Sin embargo, días más tarde negó en una carta difundida a través de los medios de comunicación que él haya cuestionado la lucha armada, … "No deseo ni vuestro perdón, ni vuestra comprensión, ni vuestros grados penitenciarios, ni el segundo, ni el tercero", sentenció en aquel momento.
  8. Los fantasmas de Pertur y Yoyes acechan a Aralar: La corriente crítica de EH mide las consecuencias de salir del entorno de ETA. En Pamplona aparecen pintadas contra Patxi Zabaleta, líder de la corriente Aralar: «Patxi, no a la traición, no a la escisión». Aralar avanzaba hacia la ruptura con EH. El día anterior Zabaleta había declarado a La Voz que la lucha de ETA ya no era positiva para Euskadi. Cuarenta y ocho horas después salía a la calle un panfleto en el que se le tildaba de chantajista. Julen de Madariaga, fundador de ETA y ahora en las filas de «los traidores», hablaba días después de las pintadas. «Era un mensaje para todos nosotros. No sé si obra de algún loco o de alguien mandado por la Mesa Nacional o por ETA». Soares Gamboa, el etarra arrepentido, cuenta en su peculiar biografía: «ETA intimida a sus disidentes de muchas formas; desde la amenaza directa, a las pintadas en las paredes elaboradas por chavales de quince años o las sentencias de muerte enviadas por los propios parlamentarios de HB… El día en que ETA dé libertad de elección a sus militantes se quedará en cuadro. Por eso tiene que mantener el bloque aunque sea a costa del miedo y la coacción física».». ("La Voz de Galicia", Mayo 2001)
  9. Bono cree que Otegi tiene el «complejo Yoyes»[ligação inativa] porque sabe que «puede hablar hasta cierto límite», ya que si lo hace «con más claridad y más firmeza lo matarán como mataron» a la etarra Dolores González Katarain. ("La Razón", Septiembre 2008)
  10. El asesinato que marcó una inflexión Arquivado em 10 de agosto de 2009, no Wayback Machine. Xabier Euzkitze: "Fue un punto de inflexión para aquéllos que querían seguir el camino de Yoyes"; en ese aspecto, cree que el atentado contra la ex-dirigente cumplió su objetivo. Patxi Bastarrika, viceconsejero de Política Lingüística del Gobierno Vasco: "La autodisolución de ETA político-militar no era del agrado de los que pensaban perpetuar la violencia, pero cuando entre ellos también hay gente que empieza a abandonar ese mundo, percibían cierto riesgo" considera que el atentado cumplió su función de evitar fisuras en la escisión militar y mantener su unidad … Juan Infante: "el atentado fue un aviso muy serio a la gente de la escisión militar, ya que existía el peligro de que siguieran el ejemplo de Yoyes"; … de todos modos, Infante no tiene constancia de que hubiera muchos ahí que quisieran reinsertarse, aunque el gobierno de entonces pensara que el proceso de reinserción anterior podría servir de acicate para los milis. Kepa Korta, alcalde de Ordizia cuando se produjo el asesinato: "gente que no estaba encuadrada en ninguna organización pusiera una mesa debajo del ayuntamiento para pedir firmas a favor de un manifiesto en contra del asesinato era muy fuerte … la dureza estaba en que la gente que no condenaba el asesinato podían ser tus vecinos, amigos o familiares" ("Diario de Noticias de Alava", 2006)
  11. «Por atreverse a discrepar» (Recoge opiniones de sus compañeros.) Yoyes señalaba que la lucha armada estaba «degenerando en algo terrible, dictatorial y mítico, contrario a mis valores y sentires más profundos».("Diario Vasco", 2006)
  12. Los mejores fragmentos de los reportajes dedicados a la figura de la ex etarra "Yoyes" y Diana El programa, que lleva 22 años en antena, emitirá en esta edición secuencias de los reportajes “Yoyes”, premiado documental sobre la tristemente famosa historia de la ex etarra muerta a manos de sus antiguos compañeros
  13. "Yoyes": Información sobre la película: casting, equipo técnico, …
  14. La actriz Ana Torrent da vida a una Yoyes comprometida y humana "Es el personaje más difícil que he hecho nunca. No sólo porque era una mujer real, y eso implica menos libertad y más condicionantes, sino también porque era una mujer con muchos matices, militante, enamorada, madre", reconoció Torrent … ero, en un momento dado, se intentó alejar y olvidar para abordar un personaje más de ficción, con el que recorre dos épocas distintas de la vida de esta mujer, desde 1973 hasta su muerte trece años más tarde. "He descubierto a una persona muy comprometida, muy trabajadora y muy pensativa, que quería llegar a sus propias conclusiones sin ayuda de nadie, muy severa a veces", confesó Ana Torrent. El filme Yoyes está dedicado al hijo de Dolores, que en la película una niña.("El País")

Bibliografia

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  • Pedro Ibarra Güell.- "Yoyes: ética y política". (Mientras tanto, ISSN 0210-8259, Nº. 29, 1987)