Acervo de brasões no Museu Paulista
O Acervo de brasões no Museu Paulista reúne brasões na coleção do Museu Paulista. Destacam-se no acervo nove peças de José Wasth Rodrigues, com imagens dos brasões das cidades mais antigas de São Paulo. São estas: Itanhaém, Itu, Parnaíba, Porto Feliz, Santos, São Paulo, São Vicente, Sorocaba e Taubaté.[1] São posteriormente adicionadas insígnias de outras cidades no acervo, inclusive de outros estados, como Santa Catarina.[2]
Os brasões foram integrais ao Programa Decorativo de Afonso Taunay, que inseriu uma perspectiva paulista na interpretação dominante da Independência.[3] Foi o próprio Taunay quem encomendou as peças a Rodrigues, em 1925. O trabalho foi pago pelo Automóvel Club de São Paulo e pelo Club Comercial de São Paulo. Os governos municipais das nove cidades representadas apoiou a inserção, em alto relevo, de informações como nome e data de fundação dos municípios representados.[1] Taunay participou diretamente da elaboração dos brasões assim como da escolha da localização de cada peça e da respectiva moldura. Em carta, por exemplo, debateu com o então prefeito de Porto Feliz, Antônio Henrique Sampaio, a inserção de bandeirantes ladeando o desenho principal e a redação da divisa.[4][5]
Expostos pela primeira vez no início de 1926, os brasões feitos por Rodrigues foram colocados em arcadas cegas, sobre a escadaria, no museu. A disposição foi: os brasões de Santos, São Paulo e São Vicente foram colocados perto do Salão de Honra do museu. Compõem, com as ânforas e os retratos dos artífices da Independência, a decoração da entrada do museu.[2]
Em nota, à época, o jornal Correio Paulistano destacou as obras de Rodrigues como elementos centrais na aspiração de reconstituir a influência dos bandeirantes.[1] Foi destacado que, em todas as insígnias, há a presença de elementos que remetam ao imaginário das bandeiras e monções.[5]
Em virtude da importância das obras realizadas por Rodrigues, brasões que produziu foram, posteriormente, instituídos como emblemas oficiais de alguns dos municípios representados.[2]
Lista de brasões
editarEdições feitas no conteúdo da lista serão removidas na próxima atualização!
Referências
- ↑ a b c Makino, Miyoko (2003). «Ornamentação do Museu Paulista para o Primeiro Centenário: construção de identidade nacional na década de 1920». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. 10-11 (1): 167–195. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/S0101-47142003000100010
- ↑ a b c Mueller, Edison (1986). «Afonso de Taunay e a heráldica municipal catarinense». ÁGORA: Arquivologia em debate. 2 (3): 22–26. ISSN 0103-3557
- ↑ Meneses, Ulpiano T. Bezerra de (dezembro de 1994). «Museu Paulista». Estudos Avançados. 8 (22): 573–578. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/S0103-40141994000300084. Consultado em 2 de fevereiro de 2019. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2010
- ↑ Hessel, Rodolfo Jacob (10 de novembro de 2006). «Iconografia monçoeira: imagens e ideologia»[ligação inativa]
- ↑ a b Waldman, Thais Chang (9 de março de 2018). «Entre batismos e degolas: (des)caminhos bandeirantes em São Paulo»