Inácio José de Alvarenga Peixoto

poeta e advogado fluminense (1744–1793)
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Inácio José de Alvarenga Peixoto (Rio de Janeiro, 1742[1]Ambaca, Angola, 27 de agosto de 1792)[2] foi um advogado e poeta carioca, e um dos principais articuladores da Inconfidência Mineira. Foi detido e julgado por participar desse movimento revolucionário, tendo sido condenado ao degredo perpétuo na África. A Alvarenga Peixoto é atribuída a autoria da inscrição latina na bandeira de Minas Gerais: "Libertas quae sera tamen".[3]

Alvarenga Peixoto
Nome completo Inácio José de Alvarenga Peixoto
Nascimento 1742
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Estado do Brasil
Portugal
Morte 27 de agosto de 1792 (50 anos)
Ambaca, Angola, Portugal
Nacionalidade Reino de Portugal Português

Biografia

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Nascido na cidade do Rio de Janeiro, era filho de Simão Alvarenga Braga e Ângela Micaela da Cunha.[4] Estudou no Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro, chamado Humberto de Souza Mello. Tendo se transferido para Portugal, onde obteve o Bacharelato, com louvor, em Direito na Universidade de Coimbra. Aí conheceu o poeta Basílio da Gama, de quem se tornou amigo.[4]

No Reino exerceu o cargo de juiz de fora na vila de Sintra. De volta ao Brasil, o de senador pela cidade de São João del-Rei, na capitania de Minas Gerais. Aí também exerceu o cargo de ouvidor da comarca de Rio das Mortes e desposou a poetisa Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, com quem teve quatro filhos:[5] Maria Ifigênia, José Eleutério, João Damasceno (que posteriormente mudara o nome para João Evangelista) e Tristão de Alvarenga.

Participação na Inconfidência

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Frequentava a então Vila Rica. Deixou a magistratura, ocupando-se da lavoura e mineração na região do sul de Minas Gerais, mais especificamente nas cidades de Campanha e São Gonçalo do Sapucaí, última cidade esta onde despendeu quase toda sua fortuna para a abertura de um canal de cerca de 30 quilômetros para abranger as melhores minas de ouro do arraial e fazer a lavagem das terras.[4]

Foi amigo dos poderosos da época e partilhava com os demais intelectuais de seu tempo idéias libertárias advindas do Iluminismo. Entre essas personalidades destacam-se os poetas[4] Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga (seu parente), o padre José da Silva e Oliveira Rolim, o militar Joaquim José da Silva Xavier (o "Tiradentes") e Joaquim Silvério dos Reis, que delataria os conjurados. Foi amigo e compadre de João Rodrigues de Macedo, rico contratador de impostos de Vila Rica que ajudou a esposa de Alvarenga Peixoto, Bárbara Heliodora, a pedido desta depois de que a fazenda de Alvarenga Peixoto, a Sesmaria da Boa Vista em São Gonçalo do Sapucaí foi leiloada em praça pública pelo governo em 1795. Macedo arrematou a metade da fazenda se tornando sócio da esposa de Alvarenga.

Condenação, degredo e morte

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Pressionado por dívidas e impostos em atraso, acabou por se envolver na Inconfidência Mineira. Denunciado, detido (prisioneiro na Ilha das Cobras),[3] julgado e condenado, foi deportado para Angola, onde veio a falecer, pouco após sua chegada, vítima de uma febre tropical que à época assolava o local.[2]

A sua diminuta obra inscreve-se entre a dos poetas do Arcadismo, e foi recolhida por Rodrigues Lapa.[4] Apresenta alguns dos sonetos mais bem acabados do Arcadismo no Brasil. A temática amorosa foi uma das vertentes da sua poesia, em que também se observa uma postura crítica quanto à sociedade da época.

  • A Dona Bárbara Heliodora, poesia
  • A Maria Ifigênia, poesia
  • Canto Genetlíaco, poesia, 1793
  • Estela e Nize, poesia
  • Eu Não Lastimo o Próximo Perigo, poesia
  • Eu Vi a Linda Jônia, poesia
  • Sonho Poético, poesia
  • Traduziu para o português a peça teatral Mérope, de Scipione Maffei [3]

Ver também

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Wikisource
A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Inácio José de Alvarenga Peixoto

Referências

  1. Autos de Devassa da Inconfidência Mineira. Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais. 2015. Consultado em 28 de abril de 2015 
  2. a b Angola e Brasil: estudos comparados. São Paulo: Arte & Ciência. 2002. ISBN 85-7473-098-X. Consultado em 29 de abril de 2015 
  3. a b c MONTEIRO,Clóvis - Esboços de história literária - Livraria Acadêmica - 1961 - Rio de Janeiro - Pgs. 122-123
  4. a b c d e de Sousa e Silva, Joaquim Norberto (1865). Obras poéticas de Inácio José de Alvarenga Peixoto. Rio de Janeiro: Livraria Garnier. Consultado em 10 de julho de 2012 
  5. «Alvarenga Peixoto e Bárbara Eliodora». São João del Rei Online. Consultado em 10 de julho de 2012 
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