Maria Ifigênia de Alvarenga (São João del-Rei, c. 1779Itabirito, 14 de julho de 1797) é a filha primogênita do casal inconfidente Bárbara Heliodora e Alvarenga Peixoto.

Maria Ifigênia

Maria Ifigênia, em óleo sobre tela encontrado nos porões da antiga Fazenda Boa Vista em São Gonçalo do Sapucaí.
Nome completo Maria Ifigênia de Alvarenga
Nascimento c. 1779
São João del-Rei, Minas Gerais, Brasil
Morte 14 de julho de 1797
Itabirito, Minas Gerais, Brasil
Nacionalidade brasileira

Biografia

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Consta que o casamento de Bárbara Heliodora com Alvarenga ocorrera após o nascimento de Maria Ifigênia, quando esta tinha aproximadamente três anos de idade. Ela teria nascido, portanto, por volta de 1779, em São João del-Rei.[1]

Viveu com os pais entre São João del-Rei, Campanha e São Gonçalo do Sapucaí, lugares onde seus pais possuíam incontáveis propriedades.[2] Ao completar sete anos Alvarenga escreveu e dedicou-lhe o poema intitulado Amada Filha, contendo conselhos religiosos.[3]

Nos Autos da Devassa, um inconfidente chegou a confessar que Alvarenga cogitava ser o rei do então governo dissidente, Bárbara a rainha, e Maria Ifigênia a princesa.[4][5]

Em 2020, a genealogista Maria Celina Exner Godoy Isoldi publica na revista de número 20 da ASBRAP - Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia -, o então descoberto registro de matrimônio de Maria Ifigênia, que em Itabirito se casou aos 9 de fevereiro de 1797 com Joaquim Martins da Silva, filho do sargento mor João Martins da Silva e sua mulher Bárbara Joana Pereira.[6]

Falecimento

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Por muitos anos, muitos historiadores afirmavam que Maria Ifigênia morrera em um acidente quando em percurso entre o arraial de São Gonçalo e a vila da Campanha da Princesa da Beira, tendo caído do cavalo que conduzia e não resistido.[7][8] Ifigênia contaria com 15 anos de idade. Contudo, o assento paroquial de óbito, apontado na década de 1920 pelo vigário de São Gonçalo do Sapucaí como sendo de Ifigênia, não apresenta nome completo, nem filiação ou causa da morte, tão só citando sepultamento no adro da capela de São Gonçalo. Por fim, visitando o livro de óbitos da mesma localidade, encontra-se o registro do falecimento de Maria Ifigênia, que ali ocorreu aos 14 de julho de 1797. Não deixou descendência.

Em meados da década de 20, os restos mortais de Bárbara e seus filhos foram trasladados ao cemitério da cidade.[9]

Referências

  1. «Alvarenga Peixoto e Bárbara Eliodora». São João del Rei Online. Consultado em 10 de julho de 2012 
  2. de Sousa e Silva, Joaquim Norberto (1865). Obras poéticas de Inácio José de Alvarenga Peixoto. Rio de Janeiro: Livraria Garnier. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  3. Malard, Letícia (2006). Literatura e dissidência política. Belo Horizonte: Editora UFMG. ISBN 85-7041-488-9. Consultado em 24 de novembro de 2012 
  4. Rodrigues, André Figueiredo. A mulher na Inconfidência Mineira (PDF). Guarulhos: Academia Guarulhense de Letras. Consultado em 10 de maio de 2012 
  5. Autos da Devassa da Inconfidência Mineira. Brasília: Câmara dos Deputados. 1976 
  6. Isoldi, Maria Celina Exner Godoy (2020). Matrimônio de Joaquim Martins da Silva com Maria Ifigênia da Silveira Alvarenga (PDF). Revista Asbrap 27. Belo Horizonte: [s.n.] p. 122. Consultado em 7 de setembro de 2023 
  7. da Silva, Domingos Carvalho (outubro de 1958). «Bárbara Heliodora - poetisa». São Paulo. O Estado de S. Paulo (25.591): 36. Consultado em 1º de junho de 2015 
  8. Coelho, Nelly Novaes (2002). Dicionário crítico de escritoras brasileiras: 1711-2001. [S.l.]: Escrituras. p. 86–87. ISBN 978-85-7531-053-3 
  9. Leonel de Rezende, Roberto (1992). Rudimentos Históricos de São Gonçalo do Sapucaí. Três Corações: Excelsior Gráfica e Editora