Catolicismo liberal

O catolicismo liberal foi uma corrente de pensamento dentro da Igreja Católica Romana influenciada pelo liberalismo clássico e que promovia a separação entre Igreja e Estado, liberdade religiosa na esfera cívica, sufrágio expandido e educação ampla. Foi influente no século XIX e na primeira metade do século XX, especialmente na França. É amplamente identificado com teóricos políticos franceses como Felicité Robert de Lamennais, Henri Lacordaire e Charles Forbes René de Montalembert, influenciados, em parte, por um movimento contemporâneo semelhante na Bélgica.

Hugues Félicité Robert de Lamennais

Sendo predominantemente político por natureza, o catolicismo liberal como movimento era distinto do movimento teológico contemporâneo do modernismo. O movimento também é diferente da atitude dos católicos romanos históricos e atuais, que são descritos como teologicamente progressistas ou liberais.

Elementos do catolicismo liberal foram repetidamente condenados pela Santa Sé pré-Vaticano II, particularmente nas encíclicas Mirari vos (1832) do Papa Gregório XVI, Quanta cura (1864) do Papa Pio IX e na constituição dogmática Pastor aeternus (1870) do Primeiro Concílio do Vaticano.[1]

Também é veementemente criticado na obra O Liberalismo é Pecado, de Félix Sardà y Salvany, publicada em 1884, após o Vaticano I (1869–70) e a tomada de Roma (1870).

Definição

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O catolicismo liberal foi definido como "em essência uma tendência entre os católicos sinceros de exaltar a liberdade como um valor primário e de tirar disto consequências na vida social, política e religiosa, procurando reconciliar os princípios sobre os quais a França cristã foi fundada com aqueles que derivaram da Revolução Francesa".[2] A frase foi usada para descrever as correntes de pensamento e ação que surgiram após a reconstrução da Europa por Napoleão e a restauração das monarquias tradicionais.

Ver também

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Referências

  1. «Liberalism». Catholic Answers. Consultado em 3 de janeiro de 2023 
  2. "Essentiellement une tendance, chez des catholiques sincères, à exalter la liberté comme valeur première avec les conséquences que cela entraîne pour les principes qui régissent la vie sociale, politique et religieuse : on en vient à vouloir concilier des inconciliables, les principes sur lesquels étaient fondés la France chrétienne et ceux qui découlent de la Révolution" (Arnaud de Lassus, Connaissance élémentaire du Libéralisme catholique, 1988).