São Vicente (São Paulo)

município brasileiro do estado de São Paulo
(Redirecionado de Cidade de São Vicente)
 Nota: Para outras cidades com este nome, veja São Vicente.

São Vicente é um município brasileiro do estado de São Paulo. Pertence à Região Metropolitana da Baixada Santista. Sua população, no censo de 2022, era de 329 911 habitantes, sendo a terceira cidade mais populosa do litoral paulista, atrás apenas de Santos e Praia Grande. Sua área territorial é de 148,151 km², o que lhe confere uma densidade demográfica de 2 226,86 habitantes por km².[6]

São Vicente
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de São Vicente
Bandeira
Brasão de armas de São Vicente
Brasão de armas
Hino
Lema Cellula mater
"Célula-mãe"
Gentílico vicentino[1]
Localização
Localização de São Vicente em São Paulo
Localização de São Vicente em São Paulo
Localização de São Vicente em São Paulo
São Vicente está localizado em: Brasil
São Vicente
Localização de São Vicente no Brasil
Mapa
Mapa de São Vicente
Coordenadas 23° 57′ 46″ S, 46° 23′ 31″ O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana Baixada Santista
Municípios limítrofes Norte: São Paulo, São Bernardo do Campo, Cubatão;
Leste: Santos e
Sudoeste: Itanhaém, Praia Grande e Mongaguá.
Distância até a capital 70 km[2]
História
Fundação 22 de janeiro de 1532 (492 anos)
Administração
Prefeito(a) Kayo Amado (PODE)
Vereadores 15
Características geográficas
Área total [3] 148,151 km²
 • Área urbana (IBGE/2019[3]) 26,23 km²
População total (Censo IBGE/2022[3]) 329 911 hab.
 • Posição SP:22º
Densidade 2 226,9 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 6 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 11300-000 até 11399-999
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,768 alto
PIB (IBGE/2020[5]) R$ 5 728 474,24 mil
PIB per capita (IBGE/2020[5]) R$ 15 551,50
Sítio saovicente.sp.gov.br (Prefeitura)
saovicente.sp.leg.br (Câmara)

São Vicente é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante, a esses municípios, uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de "Estância Balneária", termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

Foi fundada pelo militar e administrador colonial português Martim Afonso de Sousa em 1532, conforme ordens do Rei Dom João III de Portugal, em uma ilha descoberta na expedição de Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, em 1502, que a batizou em homenagem a São Vicente Mártir, sendo a primeira vila da América Portuguesa.[7][8][9] Em 22 de agosto de 1532, ocorreu a primeira eleição da América, em que foram escolhidos os primeiros oficiais da Câmara,[10] atualmente equivalente ao cargo de vereador.[11] Hoje, a cidade, situada na metade ocidental da Ilha de São Vicente, que compartilha com Santos, baseia a sua economia no comércio e turismo.

Parte do município se estende pelo continente, em duas porções distintas: o bairro de Japuí, ligado à cidade por uma ponte construída em 1914 pelo engenheiro Saturnino de Brito no caminho que ruma à Praia Grande, e o distrito de Samaritá, que inclui também os bairros do Humaitá, Parque Continental, Parque das Bandeiras, Jardim Rio Branco, Samaritá, Vila Nova São Vicente, Vila Ema e o Quarentenário, situados ao longo da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, entre Cubatão, Praia Grande e os contrafortes da Serra do Mar, se estendendo até a Terra Indígena Rio Branco, na divisa com os municípios de Itanhaém e São Paulo.[12]

História

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Fundação de São Vicente (Benedito Calixto)

A Ilha de São Vicente originalmente era denominada Gohayó e teve como primeiros habitantes os indígenas tapuias, expulsos para o interior por volta do ano 1000 pelos tupis, que conquistaram a região.[13][14][15]

A Ilha de Gohayó foi descoberta em 22 de janeiro de 1502, pela expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, e, por ser o dia do santo mártir Vicente de Saragoça, foi batizada como Ilha de São Vicente.[7][8][9][15]

Nas primeiras décadas do século XVI, existiu, onde hoje é o centro de São Vicente, um povoado, fundado pelo enigmático Bacharel de Cananeia, um degredado português que se fixou no litoral de São Paulo provavelmente entre 1498 e 1502. Em 1526, essa povoação descrita como sendo “de dez ou doze casas, uma feita de pedra com seus telhados e uma torre para defesa contra os índios no tempo de necessidade. Estão providos de coisas da terra, de galinhas de Espanha e de porcos, com muita abundância de hortaliças”. Dessa forma, o Bacharel de Cananeia pode ser considerado o verdadeiro fundador de São Vicente.[16][17]

Entre 1530 e 1532, a expedição liderada pelo fidalgo português Martim Afonso de Sousa explorou a costa brasileira. No dia 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso e um grupo de colonos portugueses desembarcaram na Ilha de São Vicente e o fidalgo ordenou ali a construção de casas, igreja, pelourinho, fortim, estaleiro e edifícios de órgãos administrativos, assim fundando a vila de São Vicente, sob oposição dos indígenas locais. Em 22 de agosto de 1532, ocorreram as primeiras eleições do continente americano, para escolher os membros da Câmara Municipal de São Vicente, motivo pelo qual a cidade é conhecida como o berço da democracia nas Américas.[7][8][9][16][18]

"Sustentou, por espaço de três anos, contínuas guerras com os bárbaros índios carijós, guaianases e tamoios, que os conquistou apesar da oposição que neles achou, sendo-lhe necessário valer de todo o seu esforço contra a contumácia com que lhe resistiu; porque, na posse da liberdade natural, reputavam em menos as vidas que a sujeição do poder estranho; mas, vencidos em vários encontros, cedeu a rebeldia para que, com maior merecimento e glória, fundasse Martim Afonso a vila de S. Vicente".

Martim Afonso também introduziu a cultura canavieira na região de São Vicente, mas ela durou pouco tempo, devido às condições geográficas desfavoráveis.[16] As primeiras cabeças de gado a chegarem ao Brasil vieram do arquipélago de Cabo Verde, em 1534, para a capitania de São Vicente.

 
Biquinha de São Vicente.

No início da colonização portuguesa, o Padre José de Anchieta contribuiu na catequização dos índios e na harmonização do povoado através do colégio vicentino. Ele ministrou suas aulas de catecismo junto à denominada "Bica da Fonte do Povoado", que, atualmente, é fonte histórica denominada afetivamente como "Biquinha".

A Guerra de Iguape ocorreu entre os anos de 1534 e 1536, na região de São Vicente. Em virtude de uma interpretação particular do Tratado de Tordesilhas, alguns espanhóis, liderados por Ruy Garcia de Moschera, instalaram-se nos arredores da província vicentina. Aliados aos índios carijós, fundaram uma vila (a I-Caa-Para) e venceram algumas batalhas contra corsários franceses. Quando as forças de defesa luso-brasileiras enfrentaram o contingente espanhol, foram prontamente derrotadas. Em contrapartida, Garcia de Moschera e seus seguidores embarcaram no navio francês e atacaram a vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, levando inclusive o Livro do Tombo, deixando-a praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes. No entanto, em virtude das incursões sistemáticas das forças luso-brasileiras (que arregimentaram outros índios rivais, "de serra acima", cf. Donato, p. 89), os espanhóis foram forçados a se retirarem: primeiro, para a Ilha de Santa Catarina e, depois, para Buenos Aires.[20]

No final do ano de 1541, ocorreu o pior desastre natural em São Vicente, quando uma onda gigante, um possível maremoto, danificou seriamente a vila, destruindo essa povoação, que abrigava um total de 150 habitantes. O porto, que funcionava como fonte da economia, mudou-se para onde está hoje. A Igreja Matriz, a Casa do Conselho, a Cadeia, os estaleiros, o pelourinho e inúmeras casas foram destruídos. A Vila teve que ser reconstruída um pouco mais distante do mar.[21][22][23]

Em meados do século XVI, a vila de São Vicente entrou em decadência, o que se deve ao fracasso da cultura canavieira na região e a progresso de Santos. Com isso, muitos de seus moradores migraram para o Planalto Paulista, sobretudo para a vila de São Paulo de Piratininga, fundada pelos jesuítas em 1554.[16]

Por volta de 1560, São Vicente sofreu um ataque maciço dos tamoios, os quais se aproveitaram da ausência dos homens, que haviam sido chamados para uma missão de socorro no Rio de Janeiro, e queimaram as plantações, quebraram as ferramentas e utensílios agrícolas e destruíram as fazendas.[23]

 
Mapa holandês de São Vicente, de 1624.

Em dezembro de 1591, a São Vicente foi saqueada pelo pirata inglês Thomas Cavendish, que retornava de um ataque a Santos. Ele e seus homens roubaram e atearam fogo em diversas partes da Vila, causando enormes prejuízos. O pirata fugiu, mas um temporal o impediu de seguir viagem, ele retornou e tentou uma nova investida, porém, desta vez, a população das duas vilas estava preparada e Cavendish foi repelido.[23]

 
Mapa da Capitania de São Vicente em 1641.

Em 1615, outro pirata atacou São Vicente. O holandês Joris van Spielbergen dividiu seus homens e, enquanto um grupo saqueava a Vila para obter alimentos, o restante dos homens invadia a vila vizinha. Os piratas ocuparam o engenho e entraram em luta com os moradores locais. Os invasores foram expulsos e a vida, aos poucos voltou ao normal.[23]

Em 1624, devido a disputas entre os descendentes de Martim Afonso, a sede da Capitania de São Vicente foi transferida de São Vicente para Itanhaém. O berço da democracia nas Américas recuperou o título de sede da capitania em 1679, mas o perdeu para a vila de São Paulo dois anos depois.[16]

A Lei municipal n° 31, de 31 de dezembro de 1895, concedeu a São Vicente o título de cidade.[16]

Segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, “São Vicente, que através dos séculos resistira a todas as vicissitudes, numa soberana vontade de sobreviver, venceu a sua própria decadência e ingressou no século XX. E aquilo que mais fortemente contribuiu para o seu declínio – a sua inadaptação para porto comercial – foi o que, aliado à suavidade do seu clima, deu impulso à urbe vicentina, transformando-a em uma das joias do nosso litoral”.[16]

Geografia

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Imagem de satélite da ilha de São Vicente.
 
Vista da orla da cidade.
 
Ilha Porchat.

O Território do Município de São Vicente integra a complexa planície sedimentar da Baixada Santista, formada pelas planícies de Praia Grande e Bertioga. Estas planícies apresentam morros isolados na ilha de São Vicente (Santos/São Vicente) e de Santo Amaro (Guarujá), sendo delimitada pela linha de costa, e em sua porção interior, pelas cristas da escarpa da Serra do Mar.

O Morro do Voturuá é um acidente geográfico explorado para a prática do voo livre, tem seu acesso a partir do Morro José Menino na divisa com Santos e permite a visão dessas cidades, além de Guarujá, Praia Grande e até Cubatão. O local, também conhecido como Morro da Asa Delta, também pode ser acessado por meio de um teleférico, localizado na orla da Praia do Itararé.[24]

A Ilha Porchat é um local muito frequentado em época de veraneio. Abriga o Monumento dos 500 Anos do Brasil, projetado por Oscar Niemeyer e localizado no pico da ilha, de onde é possível se obter uma vista panorâmica da cidade.

Hidrografia

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Entre os acidentes físicos hidrográficos destacam-se no município: a Baía de São Vicente; a Baía de Santos; o Mar Pequeno; os rios: Bugres, Piassubuçú, Branco, Cacheta, Emídio, Cruz, Cobras, Cubatão, Cubatão de Baixo, Cubatão de Cima, Pilões, Branco de Cima, Acarau de Baixo, Acarau de Cima, Tapuá, Santana, Guaramar e Pompeba; os córregos: Divisa e Mãe Maria, o Ribeirão Cagecas, a Cachoeira de Itu e o Canal Barreiros.

Sem dúvida o grande atrativo da cidade para os visitantes são as praias. A cidade possui cinco praias: Praia do Itararé, Praia dos Milionários, Praia de São Vicente (mais conhecida como praia do Gonzaguinha), Praia de Paranapuã e Praia de Itaquitanduva.

Uma das características da região é a alta taxa de umidade relativa durante todo o ano, sempre superior a oitenta por cento. Essa taxa tão elevada resulta de intensa evaporação e das constantes inversões de massa de ar de origem polar associado ao relevo escarpado. As temperaturas médias durante o verão são em torno de 24 graus centígrados; no inverno, em torno dos dezessete graus centígrados.

Dados climatológicos para São Vicente
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 28,2 28,8 28 26,1 24,6 23 22,6 22,5 23,6 24,9 26,1 27 25,4
Temperatura média (°C) 25,1 25,4 24,3 22,2 20,4 18,8 18,8 19,3 20,3 21,7 22,8 23,5 21,9
Temperatura mínima média (°C) 22,1 22 20,7 18,4 16,2 14,7 15 16,2 17,1 18,5 19,6 20,1 18,4
Precipitação (mm) 324 318 317 229 160 110 103 101 150 231 222 286 2 551
Fonte: Climate-Data.[25]

Demografia

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Região central vista a partir do Teleférico de São Vicente.

Religião

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A cidade possui em sua maioria, adeptos do Cristianismo em suas diversas vertentes, tanto no catolicismo quanto no protestantismo e espiritismo. Há também no município adeptos de religiões de matriz africana como candomblé e umbanda e de religiões orientais.[carece de fontes?]

O município pertence à Diocese de Santos.[carece de fontes?] O município pertence aos Presbitérios de Santos e São Vicente (Para as igrejas protestantes presbiterianas, um conjunto de igrejas forma um presbitério, um conjunto de presbitérios forma um sínodo e por fim o conjunto dos sínodos o concilio, sendo o Supremo concilio a presidência da igreja no Brasil. No caso do município de São Vicente a igreja Matriz mais as igrejas de Santos, Guarujá, Cubatão e Bertioga formam o Presbitério de Santos enquanto as outras igrejas do município mais as de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe formam o Presbitério de São Vicente).[carece de fontes?]

Política

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Cidades-irmãs

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A cidade de São Vicente tem dez cidades em seis países diferentes que são consideradas suas irmãs.[26] São elas:

Economia

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Edifícios residenciais na orla de São Vicente.

O centro de São Vicente (arredores das praças 22 de Janeiro, Coronel Lopes e Barão do Rio Branco) é um ponto de comércio que tem se desenvolvido em relação a outros pontos da região metropolitana desde meados da década de 2000, deixando de ser predominantemente utilizado por pessoas de baixa renda a partir de obras de revitalização central e políticas de atração com investimentos privados, como a instalação de shopping center em 2007, que impulsionou hipermercados, trouxe grandes redes de lojas, cinemas e restaurantes, explorando finalmente seu potencial estagnado das décadas anteriores.

Tal área privilegia-se de localização centralizada, pois atende tanto à demanda dos munícipes situados na área insular, quanto da área continental através da Ponte dos Barreiros como, ainda, de quem desce a serra para acessar ao município de Santos na parte da zona noroeste e de outro às praias e proximidades na zona leste ou, por fim, como acesso ao município de Praia Grande pela esplendorosa Ponte Pênsil. Por isso, atentou-se em identificar nas vias denominadas como linhas amarela e vermelha, para integrar o trânsito que aproxima-se à região entre o Centro e os bairros do Itararé e Gonzaguinha.

Infraestrutura

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Transportes

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Vista aérea da Ponte Pênsil de São Vicente.

A região da Baixada Santista é ligada à Grande São Paulo por rodovia através do Sistema Anchieta-Imigrantes. A Rodovia dos Imigrantes atinge o Município, cruzando a área da ilha urbana e seguindo em direção à Praia Grande pela transposição do Canal dos Barreiros através da Ponte do Mar Pequeno. Em direção ao Litoral Sul, partindo da Rodovia dos Imigrantes, tem-se a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que corta toda a porção Continental do Município entre Serra do Mar e a planície de Samaritá. O Município é cortado de leste a oeste na ilha e na parte continental pelas linhas da América Latina Logística - ALL (antiga malha da Ferrovia Paulista - FEPASA), que em direção a oeste, interliga São Vicente com Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe; em direção a leste com Santos e em direção ao norte, chega ao Planalto Paulistano, ao sul da Grande São Paulo, em Embu-Guaçu.

A Ponte Pênsil foi construída em 1914, tendo sido projetada pelo engenheiro Saturnino de Brito, que, na época, fez aplicação de tecnologia alemã de escoamento de esgoto para a Ponte de Itaipu. Hoje, liga a ilha de São Vicente ao continente pelo acesso ao município de Praia Grande e é também uma das principais atrações turísticas da cidade pela sua beleza.

Comunicações

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Na telefonia fixa, a cidade era atendida pela Cia. Telefônica do Litoral Paulista, quando em 1976 passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP),[28] que construiu as centrais telefônicas utilizadas até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica,[29] sendo que em 2012 foi adotada a marca Vivo[30] para suas operações.

Cultura

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São Vicente não guardou muitos vestígios de sua história antiga, embora existam testemunhos valiosos. A cidade hoje é eminentemente turística, e desenvolveu-se muito no século XX devido ao turismo de veraneio, mas tem por base a sua condição histórica antiga com títulos de Cidade Monumento da História Pátria, ou de Cellula Mater da Nacionalidade. Embora a rede hoteleira seja restrita, os veranistas em geral alugam imóveis mobiliados para a temporada. Por ser um balneário antigo, a cidade possui infraestrutura consolidada, especialmente com bares, restaurantes e clubes.

Na semana de aniversário da cidade, ocorrida na data de 22 de janeiro, é realizado o evento que reúne artistas e população, utilizando-se de um grande palco ao ar livre onde se dá a Encenação da vila de São Vicente e se reafirma sua condição histórica.

Pontos turísticos

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Praças
 
Praça 21 Irmãos Amigos.

A Praça 22 de Janeiro, antigamente conhecida como Largo da Fonte, passou a ser chamada por Largo Treze de Maio com a abolição da escravatura em 1888 e, a partir de 1918, passou a ser como uma praça que leva a data da fundação da vila em sua denominação. Nela, podem ser vistos o Relógio do Sol, e as estátuas de Benedito Calixto e do Soldado Pérsio de Queiroz Filho.

A Praça João Pessoa abriga o Mercado Municipal, inaugurado em 1929, onde era o centro de abastecimento local. O local antigamente denominado por Largo Santo Antônio quando abrigava a Casa da Câmara e a Cadeia, foi construído em 1729 e em 1925 foi demolido. Hoje, abriga algumas lojas em prédio histórico e a atual Igreja Matriz, que teve a sua primeira construção próxima à praia concluída em 1532 e destruída por maremoto dez anos depois, reconstruída pelo povo já na praça, em 1559, e atacada pelos piratas Thomas Cavendish em 1590 e Joris van Spilbergen em 1615. A terceira reconstrução ocorreu em 1757 a partir das bases da segunda e permanece até hoje, tendo sofrido um incêndio no ano de 2000 que revelou algumas características da antiga igreja. A igreja passa atualmente por restauração.

Desde 1998, a Praça Kotoku Iha passou a abrigar um recanto japonês, simbolizando a união da cidade de São Vicente com a de Naha, situada na Província de Okinawa, no Japão, abrigando a construção de um portal e a pedra da sorte à denominada Rua Japão.

Marcos arquitetônicos
 
Marco Padrão em São Vicente.

Em 1895, foi erguido um casarão por Rafael Tobias de Aguiar, conhecido como o II Barão de Piracicaba, que possui nos fundos a mais antiga construção de alvenaria do Brasil, datada da primeira década do século XVI, construída por Cosme Fernandes, o Bacharel de Cananéia, que passou a ser denominada Martim Afonso de Sousa em 1932.

Em memória à colônia portuguesa, surgiu, à região, o Marco Padrão, construído em 1932 sobre uma pequena ilha denominada Pedra do Mato. O marco apresenta escudos representativos de Portugal Quinhentista, da Ordem de Cristo, da atual pátria brasileira e de Martim Afonso de Sousa. Ao atravessar a plataforma de pesca e lazer e apreciar-se a vista de toda a Baía de São Vicente, chega-se ao acesso para a Ponte Pênsil.

A Casa do Barão é um casarão térreo com reserva ecológica de 6 500 metros quadrados construída em 1925 com tijolos, cobertura em telhas francesas, porão e uma grande varanda apoiada em colunas duplas. Serviu de residência ao Barão Kurt Von Pritzelwitz, gerente da firma exportadora de café Theodor Wille & Cia. Em 1946, o imóvel passou a sediar o Instituto São Vicente, e em 1972 o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, que expõe seu acervo aos visitantes. O casarão conta também com a Biblioteca Municipal em suas dependências. Foi tombado como patrimônio histórico pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico em 1988.

Ver também

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Referências

  1. Editores do VOLP (2009). «Busca no vocabulário». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 29 de abril de 2013 
  2. «Distâncias entre a cidade de São Paulo e todas as cidades do interior paulista». Consultado em 24 de janeiro de 2011 
  3. a b c «São Vicente (SP) -panorama». IBGE Cidades. Consultado em 7 de maio de 2024 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 1 de agosto de 2013 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - São Vicente». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  6. «São Vicente (SP)». Cidades e Estados - IBGE. Consultado em 7 de maio de 2024 
  7. a b c «A Expedição de Martim Afonso de Sousa (1530-1532)». As feitorias e a colonização acidental. MultiRio Multimeios RJ. Consultado em 14 de março de 2018 
  8. a b c «São Vicente, a primeira cidade brasileira». De Lá Pra Cá. TV Brasil. Consultado em 14 de março de 2018 
  9. a b c «A Fundação da Cidade de São Vicente». História do Brasil. História Mais. Consultado em 14 de março de 2018 
  10. «Brasil foi o primeiro país americano a fazer eleições, em 1532, para a Câmara de São Vicente». Senado Federal. 22 de setembro de 2006. Consultado em 14 de março de 2018 
  11. FERREIRA, Tito Lívio. História de São Paulo. vol. 2, pág. 94
  12. Paulo, Comissão Pró-Índio de São (29 de agosto de 2020). «Terra Indígena Rio Branco». Comissão Pró-Índio de São Paulo. Consultado em 12 de fevereiro de 2023 
  13. PORTELINHA, R. Trendalert. Disponível em http://trendalert.me/de-gohayo-a-s-vicente/ Arquivado em 23 de maio de 2013, no Wayback Machine.. Acesso em 6 de março de 2013.
  14. BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
  15. a b «História da Cidade». Prefeitura de São Vicente. 12 de janeiro de 2017. Consultado em 7 de maio de 2024 
  16. a b c d e f g Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (PDF). 30. Rio de Janeiro: IBGE. 1958. pp. 274–278 
  17. «São Vicente, o Bacharel e Martim Afonso». São Vicente Alternativa. Consultado em 7 de maio de 2024 
  18. Online, Backsite Serviços. «Cellula Mater». www.saovicente.sp.gov.br. Consultado em 7 de maio de 2024 
  19. [[Pedro Taques de Almeida Leme|Taques, Pedro. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Edições do Senado Federal, 2003.
  20. Barreto (1958) menciona o episódio do saque de São Vicente por Moschera, porém datando-o de 1537 (op. cit., p. 258).
  21. Gombata, Texto Marsílea (11 de outubro de 2020). «Como São Vicente, primeira vila do Brasil, acabou sendo devastada por uma onda em 1541». Aventuras na História. Consultado em 22 de abril de 2023 
  22. «Considerado o berço da democracia nas Américas, São Vicente completa 489 anos». www.al.sp.gov.br. Consultado em 22 de abril de 2023 
  23. a b c d «Ameaças dos índios». Prefeitura Municipal de São Vicente. 12 de janeiro de 2017. Consultado em 7 de maio de 2024 
  24. «Teleférico leva turista a morro de 180 metros de altura em São Vicente, SP». São Paulo. 3 de fevereiro de 2012 
  25. «Clima: São Vicente». Climate Data. Consultado em 10 de julho de 2015. Cópia arquivada em 10 de julho de 2015 
  26. «aduaneiras.com» 
  27. «Site oficial da Prefeitura» 
  28. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  29. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  30. GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1 

Bibliografia

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  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • BUENO, Eduardo. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. 288 p. il. ISBN 8573022523
  • DONATO, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras. São Paulo: Ibrasa, 1987.
  • Luz Soriano, Simão José da. Historia da Guerra Civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal, comprehedendo a historia diplomática, militar e política d'este reino desde 1777 até 1834. Lisboa, Impr. Nacional, vol IV, 1870 p. 497.
  • YOUNG, Ernesto G. Esboço Histórico da Fundação da cidade de Iguape. Revista do IHGSP, vol II, São Paulo, 1896 pp. 49–151.
  • LÍVIO FERREIRA, Tito. História da Civilização Brasileira.
  • CONDEPHASV - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Cultural e Turístico de São Vicente.

Ligações externas

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