Convento de Nossa Senhora da Arrábida

antigo convento na Serra da Arrábida

O Convento da Nossa Senhora da Arrábida, Convento de Santa Maria da Arrábida ou apenas Convento da Arrábida, foi um convento de religiosos franciscanos que pertenceu à Província Franciscana de Arrábida, localizado na vertente sul da Serra da Arrábida, virado para o mar, no atual município de Setúbal.[1]

Convento de Nossa Senhora da Arrábida
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Convento de Nossa Senhora da Arrábida

Esta construção religiosa do século XVI inclusa no Parque Natural da Arrábida pertence actualmente à Fundação Oriente.[2]

Pela sua importância histórica e originalidade, o Convento da Arrábida foi, em 1977, classificado como Imóvel de Interesse Público.[3]

História

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A fundação de um Convento na Serra da Arrábida data de 1538-1539, quando Dom João de Lencastre 1.º Duque de Aveiro prometeu ceder um terreno a Frei Martinho de Santa Maria, um frade descalço andaluz da Ordem de São Francisco com origens nobres, para criar uma comunidade que levasse uma vida eremítica e dedicada exclusivamente a Nossa Senhora.[4]

 
Convento de Nossa Senhora integrado na Serra da Arrábida.

Para tanto, o Duque de Aveiro cedeu-lhe uma área da Serra da Arrábida, onde já se existia uma ermida em que se venerava a imagem de Nossa Senhora da Arrábida, tendo pouco depois convidado São Pedro de Alcântara a vir para a Arrábida a fim de ajudar Frei Martinho, designadamente a criar os estatutos da custódia franciscana da Arrábida então sujeita ao Ministro-Geral dos franciscanos conventuais.[4] Mais tarde a custódia da Arrábida foi elevada a Província da Arrábida e ficou formalmente sujeita, embora com um elevado grau de autonomia, ao Ministro-Geral dos Franciscanos Observantes. Os frades arrábidos, como eram popularmente conhecidos, começaram por se intitular oficialmente como Franciscanos Descalços e mais tarde, como seguiam as constituições elaboradas por S. Pedro de Acântara, Franciscanos Descalços Alcantarinos ou abreviadamente Franciscanos Alcantarinos.[5]

D. Jorge de Lencastre, filho do primeiro Duque de Aveiro, continuou as obras no Convento da Arrábida e fez construir uma cerca para vedar a área do convento. Mais tarde, D. Álvaro de Lencastre, seu primo, mandou edificar a hospedaria que lhe servia de alojamento e projectou as guaritas, na crista do monte, que ligam o convento ao sopé da montanha, deixando, no entanto, três por acabar. Em 1650, D. Ana Manique de Lara, viúva do duque de Torres Novas e nora de D. Álvaro, mandou construir duas capelas. Por sua vez, o filho de D. Álvaro, D. António de Lencastre, mandou edificar o Santuário do Bom Jesus.

Neste Convento viveu o poeta franciscano Frei Agostinho da Cruz, que fizera noviciado no convento de Santa Cruz, na serra de Sintra, vulgarmente conhecido como 'convento capuchos', e cuja poesia seria publicada no século XVIII.

O filme O Convento, de Manoel de Oliveira, foi rodado no Convento da Arrábida[6].

Ver também

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Na Serra da Arrábida, actualmente apenas permanece activo o Convento de clausura monástica das Monjas de Belém, da Assunção da Virgem e de São Bruno.

Fontes

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  • História do Convento da Arrábida no site da Fundação Oriente.
  • PACHECO, Ana Ruela Ramos de Assis, " Construção de um mundo interior. Arquitectura franciscana em Portugal, Índia e Brasil (séculos XVI-XVII ) ", 2013. (Tese de Doutoramento em Arquitectura, Universidade de Coimbra)
  • PACHECO, Ana Assis, " Convento de Nossa Senhora da Arrábida ", Colecção de estudos de teoria e história da arquitectura, nº 4, 2021.
  • PACHECO, Ana Assis, ' "Humilde e abreviada arquitectura": os arrábidos e a materialização da Estrita Observância (1542-1698)', in Lusitânia Sacra, 44 (julho-dezembro 2021), 111-136.

Notas

Ligações externas

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