Imperador do Divino
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2021) |
O “Imperador do Divino” é o personagem principal da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, na cidade de Pirenópolis, Goiás.
Imperador do Divino
editarA presença do Imperador, figura central da Festa, bem como sua corte, faz representar o Rei e a Corte lisbonense, com toda sua pompa. O trajeto feito da casa do Imperador à Igreja, para hora da Missa, quando o Imperador vai dentro do quadro formado por quatro varas e segurado nas pontas por quatro virgens, é também um resquício, do que, outrora , se fazia na corte de Lisboa.
Depoimento: A honra de ser Imperador
editarPara o cidadão pirenopolino não existe honra nem glória maior do que ser Imperador do Divino. A escolha, realizada através de sorteio, é atribuída ao próprio Divino Espírito Santo, sendo considerada uma benção. A Festa do Divino é Bem Antiga. Começou no século XIII, em Portugal, com a Rainha Isabel (mais tarde Santa Isabel). A soberana, esposa de Dom Dinis, rei de Portugal, era filha de Dom Pedro III, Rei de Aragão (hoje, Espanha). Como Portugal e Aragão estavam em guerra, a Rainha Isabel, ofereceu a sua Coroa ao Divino Espírito Santo, suplicando-lhe que fizesse a paz. Alcançada esta, a rainha levou a coroa à igreja, em procissão, no Domingo de Pentecostes, pedindo que se repetisse a cerimônia todos os anos, nessa ocasião. A festa foi introduzida no Brasil na época da colonização. Tem-se notícia dela em Pirenópolis já na segunda metade do Século XVIII. Contudo, é escassa a literatura sobre o assunto. Cuidaram dele Jarbas Jaime (Esboço Histórico de Pirenópolis, 1971) e Glória Grace Curado (Pirenópolis - uma cidade para turismo, 1980). Esta publicação contém excertos do mencionado livro de Glória Grace Curado. O texto constitui mera transcrição do original, restrito aquilo que me pareceu mais apropriado ao objetivo da divulgação. É um breve relato sobre a festa e alguns de seus componentes. A relação dos Imperadores s do Divino, de 1819 a 1944, foi obtida do citado livro de Jarbas Jayme, de 1945 a 1971, de anotações deixadas por Braz Wilson Pompeu de Pina, e a partir de 1972, de dados coletados por Valdo Lúcio Cardoso Silva. Pelo registro histórico se verá que, em Pirenópolis, até 1988 a festa do Divino Espírito Santo teve cento e setenta imperadores. Sou, portanto 171º Imperador do Divino. Desejo manifestar meu profundo reconhecimento, não só aqueles que estão colaborando diretamente na organização e nos preparativos da festa, como também a todos os que, de um modo ou de outro, têm contribuindo para seu maior brilhantismo, fazendo dela um belo espetáculo de religiosidade e folclore. A festa do Divino pertence a todos os pirenopolinos, indistintamente, pois é feita com o entusiasmo de cada um. Sem a sua participação jamais haveria essa maravilhosa demonstração de fé, alegria e beleza, que a todos comove, encantam e seduzam.
Carlos Hercílio de Campos Curado 171º Imperador do Divino
Pirenópolis, 5 a 16 de maio de 1989.
Coroação
editarA solenidade é precedida de uma Procissão que leva à Igreja o Imperador, cujo mandato está vencendo. Há celebração de missa ou realização de cerimônia simples. Após a pregação, o padre convida o Imperador do ano, juntamente com o que promoverá a festa do ano seguinte, a se aproximarem do Altar. Ali, o padre depois de dá - lá a beijar, aos dois, coloca-se sobre a cabeça do novo Imperador. É um momento de tristeza para o imperador que sai, e de regozijo para o que entra.
Coroa e Cetro
editarAmbos em pura prata. Foram mandados fazer em 1826 pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, quando Imperador.
Solenidade
editarA escolha do Imperador é feita por sorteio. Todos os Pirenopolinos que se julgam em condições de realizar a festa podem se inscrever. Não se faz distinção entre ricos e pobres. Se rico, promove a festa com suas posses, se pobre, com a ajuda do povo. Não há limite de vezes para uma pessoa ser Imperador, bastando ser sorteada, inclusive várias pessoas já o foram por duas ou três vezes, conforme a Lista Abaixo:
Relação dos imperadores (1819/presente)
editar(1819/1868)
editar- 1º - Coronel Joaquim da Costa Teixeira (1819)
- 2º - Padre José Joaquim Pereira da Veiga (1820)
- 3º - Major Fidêncio Graciano de Pina (1821)
- 4º - Padre Joaquim Gonçalves Dias Goulão (1822)
- 5º - Comendador Joaquim Alves de Oliveira (1823)
- 6º - Capitão José Francisco de Camargo (1824)
- 7º - Capitão José Francisco de Camargo (1825)
- 8º - Padre Manuel Amâncio da Luz (1826)
- 9º - Alferes Aleixo Antônio (1827)
- 10º -Alferes Domingos José de Sá (1828)
- 11º -Padre Feliz Alves de Amorim (1829)
- 12º -Comendador Joaquim Alves de Oliveira (1830)
- 13º -Padre Manuel Amâncio da Luz (1831)
- 14º -Capitão Braz Luiz de Pina (1832)
- 15º - Padre José Joaquim Pereira da Veiga (1833)
- 16º - Major João José do Couto (1834)
- 17º - Alferes Antônio José Pereira (1835)
- 18º - Tem - Cel. Francisco José Guimarães (1836)
- 19º - Professor José Inácio do Nascimento (1837)
- 20º - Alferes Antônio Manuel de Campos (1838)
- 21º - Tinoco Coelho Magalhães (1839)
- 22º - Alferes Manuel da Faria Albernaz (1840)
- 23º - Alferes Francisco Mendes Vieira (1841)
- 24º - Tenente Francisco da Costa Abrantes (1842)
- 25º - Alferes Martinho Coelho do Magalhães (1843)
- 26º - Alferes Francisco das Chagas Macedo (1844)
- 27º - Alferes Domingos Alves de Almeida (1845)
- 28º - Tenente Antônio Joaquim do Oliveira (1846)
- 29º - Alferes Bernardo do Souza Lobo (1847)
- 30º - Tenente Antônio Tomaz do Aquino (1848)
- 31º - Capitão Braz Luiz de Pina (1849)
- 32º - Capitão José Gomes de Siqueira (1850)
- 33º - Justino Candido Batista (1851)
- 34º - Alferes Braz Luiz de Pina (1852)
- 35º - Tenente Antônio Gomes de Siqueira (1853)
- 36º - Alferes José da Silva Carvalho (1854)
- 37º - Tenente Boaventura José de Oliveira (1855)
- 38° - Manuel da Costa Marques (1856)
- 39° - Alferes Domingos Gonçalves da Costa (1857)
- 40º - Capitão João Floriano Mendonça (1858)
- 41° - Tenente Antônio Gomes de Morais (1859)
- 42° - Alferes Luiz Manuel Moreira Farinha (1860)
- 43° - Capitão Luiz de Souza Lobo Fleury (1861)
- 44° - Tenente J. Gonzaga Jaime de Sá (1862)
- 45° - Capitão Manuel Barbo de Siqueira (1863)
- 46° - Capitão Roque José Pereira da Silva (1864)
- 47° - Professor João Bonifácio Sardinha de Siqueira (1865)
- 48° - Capitão Luiz de Souza Lobo Fleury (1866)
- 49° - Major Antônio Tomaz de Aquino Corrêa (1867)
- 50° - Timóteo Coelho de Magalhães (1868)
(1869/1918)
editar- 51º - Padre Antônio Tomaz de Aquino (1869)
- 52º - Joaquim Fleury de Sousa Lobo (1870)
- 53º - Modesto Pires da Penha (1871)
- 54º - Alferes Francisco Antônio Rodrigues Ferreira (1872)
- 55º - Bernardo Lobo de Sousa Fleury Júnior (1873)
- 56º - Alferes Francisco Antônio Rodrigues Ferreira (1874)
- 57º - Antônio Pereira da Veiga (1875)
- 58º - Joaquim Pereira Valle Júnior (1876)
- 59º - Capitão Joaquim Gomes Mendonça (1877)
- 60º - Padre Simeão Estelita Lopez Zedes (1878)
- 61º - Francisco de Assis Gomes (1879)
- 62º - Ten. - Cel. Bernardo Lobo de Sousa Fleury (1880)
- 63º - Antônio Bernardo Lobo Fleury (1881)
- 64º - Francisco de Assis Gomes (1882)
- 65º - Antônio Gomes de Sousa Lobo (1883)
- 66º - Braz Aristófanes de Pina (1884)
- 67º - Alferes Virgílio José do Nascimento (1885)
- 68º - José Nunes da Costa Santos (1886)
- 69º - Antônio Gomes de Sousa Lobo (1887)
- 70º - Alferes Joaquim Pereira Valle Junior (1888)
- 71º - Francisco Herculano de Pina (1889)
- 72º - Joaquim Fleury de Sousa Lobo (1890)
- 73º - Domingos Batista Ferreira (1891)
- 74º - Tenente João Gonzaga Jaime de Sá Júnior (1892)
- 75º - Manuel Moreira de Melo (1893)
- 76º - Comendador Manuel Batista de Siqueira (1894)
- 77º - José Lourenço Dias (1895)
- 78º - José Pereira Guimarães (1896)
- 79º - Pedro Batista Ferreira (1897)
- 80º - Joaquim Manuel da Paixão (1898)
- 81º - Manuel D’Assunção Bastos (1899)
- 82º - Romero Batista (1900)
- 83º - José Gutemberg (1901)
- 84º - Sebastião José de Siqueira (1902)
- 85º - Benedito D’Abadia Mendonça (1903)
- 86º - Bion Melchisédch de Siqueira (1904)
- 87º - Aristildes Hildebrando de Siqueira (1905)
- 88º - Antônio José da Veiga (1906)
- 89º - Luis de Araújo Goudinho (1907)
- 90º - Carlos D’Abadia Mendonça (1908)
- 91º - José Lourenço Dias (1909)
- 92º - José Lourenço Dias (1910)
- 93º - Gedeão de Siqueira (1911)
- 94º - Absalão Gonçalves Lopes (1912)
- 95º - Ermano Gomes da Silva (1913)
- 96º - Joaquim de Faria Lobo (1914)
- 97º - Benedito Nominato Gomes (1915)
- 98º - Francisco Raul Lobo (1916)
- 99º - Coronel Francisco José de Sá (1917)
- 100º - Antônio José da Veiga (1918)
(1919/1968)
editar- 101º - Cristóvão José da Veiga (1919)
- 102º - Sansão Mamedes Lopes (1920)
- 103º - Emílio de Carvalho (1921)
- 104º - Joaquim Mendonça (1922)
- 105º - Joaquim Propício de Pina (1923)
- 106º - Virgílio de Araújo Goudinho (1924)
- 107º - Horácio Alfredo de Sá (1925)
- 108º - Aquiles de Pina (1926)
- 109º - Aristel Jacinto da Silva (1927)
- 110º - Gastão Jaime de Siqueira (1928)
- 111º - João Luiz Pompeu de Pina (1929)
- 112º - Joaquim de Carvalho (1930)
- 113º - Homero Gomes da Silva (1931)
- 114º - Major Félix Jaime (1932)
- 115º - Coronel Francisco José de Sá (1933)
- 116º - Luis D’Abadia de Pina (1934)
- 117º - João Alves da Costa (1935)
- 118º - Braz Wilson Pompeu de Pina (1936)
- 119º - Coronel Francisco José de Sá (1937)
- 120º - Cinval de Carvalho (1938)
- 121º - Sansão Mamedes Lopes (1939)
- 122º - Jácome de Siqueira (1940)
- 123º - José Gomes da Rocha (1941)
- 124º - Braz Wilson Pompeu de Pina (1942)
- 125º - José Pereira Farinha (1943)
- 126º - José Antônio da Abadia (1944)
- 127º - Joaquim Basílio de Oliveira (1945)
- 128º - Ulisses Jaime (1946)
- 129º - José D’Abadia de Pina(1947)
- 130º - Dário Mendonça (1948)
- 131º - Dário Mendonça (1949)
- 132º - Oliveira da Veiga (1950)
- 133º - Francisco Arruda (1951)
- 134º - Pompeu Cristóvão de Pina (1952)
- 135º - Agostinho de Pina (1953)
- 136º - Salomão Afonso (1954)
- 137º - Sandoval da Veiga (1955)
- 138º - José Cristóvam Lobo (1956)
- 139º - Eloi Basílio de Oliveira (1957)
- 140º - Oliveira da Veiga (1958)
- 141º - Aguinaldo de Sá (1959)
- 142º - Aguinaldo de Sá (1960)
- 143º - Joaquim Carvalho (1961)
- 144º - Wildo Luiz Pompeu de Pina (1962)
- 145º - Ronaldo Jaime (1963)
- 146º - Sebastião Balduino (1964)
- 147º - Inácio Félix (1965)
- 148º - Mauro de Pina (1966)
- 149º - Abrão Luis Pereira (1967)
- 150º - Décio de Carvalho (1968)
(1969/2019)
editar- 151º - Geraldo D’Abadia de Pina (1969)
- 152º - Duílio Pompeu de Pina (1970)
- 153º - Alexandre Luiz Pompeu de Pina (1971)
- 154º - Clóvis de Oliveira (1972)
- 155º - José Inácio Gomes da Silva (1973)
- 156º - Balduino Pereira (1974)
- 157º - Benedito Néli Clapini (1975)
- 158º - Sonil Jacinto da Silva (1976)
- 159º - Antônio P. Gonçalves (1977)
- 160º - Lélio B. Figueiredo (1978)
- 161º - Manuel Inácio D’Abadia Aquino de Sá Filho (1979)
- 162º - Geraldo do Espírito Santo Lopes (1980)
- 163º - Benedito de Arruda (1981)
- 164º - Wesley Magalhães Batista (1982)
- 165º - Benedito da Luz (1983)
- 166º - Samuel Pompeu de Pina (1984)
- 167º - Antoni Wildes Peixoto (1985)
- 168º - Valdo Lúcio Cardoso (1986)
- 169º - Otávio Francisco de Morais (1987)
- 170º - Geraldo do Espírito Santo Lopes (1988)
- 171º - Carlos Hercílio de Campos Curado (1989)
- 172º - Joviano Sousa Moreira (1990)
- 173º - Wilno Luiz Pompeu de Pina (1991)
- 174º - Alvarino Zanelli (1992)
- 175º - Everton Jesus Tavares (1993)
- 176º - Leoni Mendonça Sobrinho (1994)
- 177º - Olímpio Jaime (1995)
- 178º - José Machado Neto (1996)
- 179º - Wagner de Jesus Canedo (1997)
- 180º - Wilson José Nogueira (1998)
- 181º - Arnaldo Peixoto de Oliveira (1999)
- 182º - Vicente Batista dos Santos (2000)
- 183º - Inácio Túlio de Oliveira (2001)
- 184º - Horácio Alfredo de Sá (2002)
- 185º - Luiz Pereira Gomes (2003)
- 186º - Raimundo José Miranda da Silva (2004)
- 187º - Joventino Nogueira Filho (2005)
- 188º - 2º Sgtº/PM Luiz Pereira da Silva (2006)
- 189º - Benedito Consuelo da Veiga (2007)
- 190º - Adão Rosa Pires (2008)
- 191º - Marcus de Siqueira (2009)
- 192º - Raimundo José Miranda da Silva (2010)
- 193º - Thales José Jaime (2011)
- 194º - Rafael Samuel Nonato (2012)
- 195° - Benedito Felix da Costa Ferreira (2013)
- 196° - Pompeu Cristóvão de Pina (2014)
- 197º - João Geraldo da Costa Pina (2015)
- 198º - Jenivaldo Sá (2016)
- 199º - Luiz Carlos Cardoso da Silva (2017)
- 200º - João Paulo Ferreira Vieira (2018)
(2019/presente)
editar- 201º - Celmo Afonso de Souza (2019)
- 202º - Heráclito D'Abadia (2020)
Ver também
editarLigações externas
editar- [1]Video do Cortejo com o 189º Imperador em 2007.