Eleições estaduais no Ceará em 1998

As eleições estaduais no Ceará em 1998 ocorreram em 4 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados. Foram eleitos o governador Tasso Jereissati, o vice-governador Beni Veras, o senador Luiz Pontes, 22 deputados federais e 46 estaduais numa disputa para governador onde vigoravam os dois turnos, porém como o governador eleito obteve mais da metade dos votos válidos, o pleito foi decidido em primeiro turno e marcou a quarta vitória consecutiva do grupo político tassista.

1994 Brasil 2002
Eleições estaduais no  Ceará em 1998
4 de outubro de 1998
(Decisão em primeiro turno)
Yeda Crusius discursando.jpg
Candidato Tasso Jereissati Gonzaga Mota
Partido PSDB PMDB
Natural de Fortaleza, CE Fortaleza, CE
Vice Beni Veras Júlio Ventura Neto
Votos 1.569.110 548.509
Porcentagem 62,72% 21,92%

Candidato mais votado por município no 1º turno (184):
  Tasso (162)
  Gonzaga Mota (21)
  José Airton (1)

Filho de Carlos Jereissati e genro de Edson Queiroz, o governador Tasso Jereissati nasceu em Fortaleza, é empresário formado em Administração de Empresas na Fundação Getulio Vargas e iniciou na vida política em 1976 ao ingressar no Centro Industrial do Ceará, fórum de debates econômicos e políticos. Filiado ao PMDB foi eleito governador do Ceará em 1986[1] e fez Ciro Gomes seu sucessor em 1990, ano em que eles ingressaram no PSDB[2] e uma vez fora do Palácio Iracema[nota 1] Tasso Jereissati foi eleito presidente nacional do PSDB em setembro de 1991[3] e voltou ao governo em 1994[1] reelegendo-se sob a Emenda Constitucional nº 16 de 4 de junho de 1997 com votação recorde. Concluída a apuração o PSDB elegeu ainda o senador Luiz Pontes e obteve as maiores bancadas para deputado federal e deputado estadual.

A vitória de Tasso Jereissati contou com o auxílio de Ciro Gomes embora ele tenha disputado a presidência da República como rival do tucano Fernando Henrique Cardoso, candidato apoiado por Tasso. Na disputa por esse cargo os cearenses se dividiram entre Ciro Gomes, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso evidenciando desgaste entre as maiores lideranças políticas do estado que, embora tenham permanecido unidas em 2002, passaram por situações vexatórias nos anos seguintes, pois se em 2006 Tasso Jereissati ignorou a candidatura do governador Lúcio Alcântara a reeleição embora fossem do mesmo partido e contribuiu com a vitória de Cid Gomes, irmão de Ciro, em 2010 houve a ruptura definitiva no tassismo quando o governador Cid Gomes reelegeu-se derrotando Marcos Cals, candidato de Tasso.

O triunfo de Tasso Jereissati foi marcado pelo confronto com o ex-governador Gonzaga Mota, patrono da candidatura do primeiro ao governo do estado em 1986 quando ambos pertenciam ao PMDB.

Resultado da eleição para governador

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De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará houve 560.499 (16,98%) votos em branco e 238.527 (7,23%) votos nulos calculados sobre um total de 3.300.859 eleitores com os 2.656.103 votos nominais assim distribuídos:[1]

Candidatos a governador do estado Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Tasso Jereissati
PSDB
Beni Veras
PSDB
45
Pra Frente Ceará
(PSDB, PPB, PTB, PPS, PSD)
1.569.110
62,72%
Gonzaga Mota
PMDB
Júlio Ventura Neto
PMDB
15
A Força do Povo
(PMDB, PFL, PSC, PSL, PST, PAN, PRN, PSDC)
548.509
21,92%
José Airton Cirilo
PT
Heitor Férrer
PDT
13
Ceará Novo Tempo
(PT, PDT, PSB, PCdoB, PV, PCB)
347.671
13,90%
Antônio Reginaldo Moreira
PMN
Paulo Maciel
PMN
33
PMN (sem coligação)
18.304
0,73%
Valdir Alves Pereira
PSTU
Jacinta Silva de Sousa
PSTU
16
PSTU (sem coligação)
18.239
0,73%
  Eleito

Biografia do senador eleito

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Luiz Pontes

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Filho de Ozires Pontes e Maria Dagmar Vidal Pontes. Ingressou na Universidade de Fortaleza em 1977 para cursar Economia, mas não concluiu o curso. Sócio de quatro empresas distintas optou por seguir a vocação que compeliu seu pai a ingressar na política,[4]

Luiz Pontes se filiou ao PMDB, pelo qual foi eleito deputado estadual em 1982 e 1986. Vice-presidente do diretório regional do partido e líder do governo Tasso Jereissati ao final da década de 1980. Ingressou no PSDB e foi eleito deputado federal em 1990 e novamente deputado estadual em 1994 chegando à presidência regional do PSDB no ano seguinte. Eleito senador em 1998, foi secretário de Governo de Lúcio Alcântara de 2003 a 2006.

Resultado da eleição para senador

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Conforme o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará houve 637.352 (19,31%) votos em branco e 360.209 (10,91%) votos nulos calculados sobre um total de 3.300.859 eleitores com os 2.303.298 votos nominais assim distribuídos:[1]

Candidatos a senador da República Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Luiz Pontes
PSDB
José Reginaldo Duarte
PSDB
José Valdomiro de Castro
PPB
45
Pra Frente Ceará
(PSDB, PPB, PTB, PPS, PSD)
1.433.020
62,22%
Paes de Andrade
PMDB
Manoel Viana Neto
PFL
José Barroso Prado
PFL
15
A Força do Povo
(PMDB, PFL, PSC, PSL, PST, PAN, PRN, PSDC)
734.180
31,87%
Francisco Tarciso Leite
PSN
Francisco Caminha
PSN
Eunízia Lopes Barroso
PSN
31
O Sol Nasce para Todos
(PSN, PL, PTdoB)
73.647
3,20%
Raimundo Pereira de Castro
PSTU
Manoel de Farias Maciel
PSTU
Francisco Pereira Lima
PSTU
16
PSTU (sem coligação)
62.451
2,71%
 
Candidato mais votado por município (184):
  Luiz Pontes (173)
  Paes de Andrade (11)
  Eleito

Deputados federais eleitos

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São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[5][6]

Representação eleita

  PSDB: 11
  PMDB: 6
  PCdoB: 1
  PPB: 1
  PFL: 1
  PT: 1
  PSB: 1

Fonteː[7]

Número Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
6565 Inácio Arruda PCdoB 124.358 Fortaleza   Ceará
4599 Chiquinho Feitosa PSDB 116.499 Fortaleza   Ceará
1533 Eunício Oliveira PMDB 111.897 Lavras da Mangabeira   Ceará
1522 Antônio Cambraia PMDB 96.976 Senador Pompeu   Ceará
1511 Marcelo Teixeira PMDB 92.271 Fortaleza   Ceará
4505 Leonardo Alcântara PSDB 92.005 Fortaleza   Ceará
1500 Aníbal Gomes PMDB 91.878 Rio de Janeiro   Rio de Janeiro
4516 Ubiratan Aguiar[nota 2] PSDB 88.219 Cedro   Ceará
1111 Padre José Linhares PPB 77.034 Sobral   Ceará
2511 Roberto Pessoa PFL 76.274 Fortaleza   Ceará
4595 Vicente Arruda PSDB 75.015 Granja   Ceará
4512 Moroni Torgan PSDB 74.201 Porto Alegre   Rio Grande do Sul
1515 Pinheiro Landim[nota 3] PMDB 74.098 Solonópole   Ceará
4511 Raimundo Matos PSDB 73.592 Fortaleza   Ceará
4554 Adolfo Marinho PSDB 71.540 Fortaleza   Ceará
4566 Rommel Feijó PSDB 66.991 Juazeiro do Norte   Ceará
4551 Arnon Bezerra PSDB 66.384 Crato   Ceará
1512 Almeida de Jesus PMDB 64.279 Limoeiro do Norte   Ceará
4569 Manoel Salviano PSDB 63.196 Várzea Alegre   Ceará
1331 José Pimentel PT 59.370 Picos   Piauí
4588 Ariosto Holanda[nota 4] PSDB 56.262 Limoeiro do Norte   Ceará
4040 Sérgio Novais PSB 43.784 Fortaleza   Ceará

Deputados estaduais eleitos

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Na disputa pelas 46 cadeiras da Assembleia Legislativa do Ceará o resultado foi o seguinte: PSDB vinte e uma, PMDB seis, PPS quatro, PT três, PFL duas, PPB duas, PTB duas, PDT duas, PL uma, PSC uma, PSB uma, PCdoB uma.[1]

Representação eleita

  PSDB: 21
  PMDB: 6
  PPS: 4
  PT: 3
  PFL: 2
  PPB: 2
  PTB: 2
  PDT: 2
  PCdoB: 1
  PL: 1
  PSC: 1
  PSB: 1

Fonteː[7]

Número Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
45110 Inês Arruda PSDB 80.917 2,96% Caucaia   Ceará
23456 Patrícia Saboya PPS 79.738 2,92% Sobral   Ceará
45150 Moésio Loiola PSDB 60.232 2,21% Sobral   Ceará
65165 Chico Lopes PCdoB 48.035 1,76% Teresina   Piauí
15101 Acilon Gonçalves PMDB 45.177 1,66% Aurora   Ceará
15147 Pastor Heriberto Farias PMDB 43.902 1,61% Fortaleza   Ceará
45654 Dr. Dionísio Lapa PSDB 43.421 1,59% Teresina   Piauí
23123 Manoel Veras PPS 41.133 1,51% Crateús   Ceará
45114 Wellington Landim PSDB 40.330 1,48% Brejo Santo   Ceará
23000 Mauro Benevides Filho PPS 39.890 1,46% Fortaleza   Ceará
13222 Artur Bruno PT 37.533 1,38% Fortaleza   Ceará
45666 Sineval Roque PSDB 36.287 1,33% Saboeiro   Ceará
13121 João Alfredo PT 34.735 1,27% Fortaleza   Ceará
23111 Chico Aguiar PPS 34.067 1,25% Fortaleza   Ceará
15155 Sérgio Benevides PMDB 31.618 1,16% Itapipoca   Ceará
45300 Idemar Citó PSDB 31.470 1,15% Tauá   Ceará
45455 Gony Arruda PSDB 31.170 1,14% Rio de Janeiro   Rio de Janeiro
45144 Rogério Aguiar PSDB 31.025 1,14% Marco   Ceará
45111 Teodorico de Menezes Neto PSDB 30.253 1,11% Pacajus   Ceará
45122 Marcelo Sobreira PSDB 30.008 1,10% Iguatu   Ceará
45900 Paulo Linhares PSDB 29.816 1,09% Fortaleza   Ceará
45333 Pedro Timbó PSDB 29.723 1,09% Crato   Ceará
15111 Sarto Nogueira PMDB 29.667 1,09% Acopiara   Ceará
25123 Gorete Pereira PFL 28.754 1,05% Juazeiro do Norte   Ceará
45101 João Bosco Paz Rebouças PSDB 28.134 1,03% Russas   Ceará
25117 Carlos Alberto Cruz (CC) PFL 28.014 1,03% Juazeiro do Norte   Ceará
45137 Tomaz Brandão PSDB 27.658 1,01% Crateús   Ceará
15150 Carlomano Marques PMDB 27.617 1,01% Iguatu   Ceará
45141 Marcos Cals PSDB 27.560 1,01% Recife   Pernambuco
45678 Fernando Hugo PSDB 27.171 1,00% Fortaleza   Ceará
45444 Francini Guedes PSDB 27.071 0,99% Limoeiro do Norte   Ceará
45170 Vasques Landim PSDB 26.395 0,97% Missão Velha   Ceará
45690 Raimundo Macêdo PSDB 26.196 0,96% Aurora   Ceará
15146 Domingos Filho PMDB 24.728 0,91% Fortaleza   Ceará
45123 Paulo Carlos Silva Duarte PSDB 23.119 0,85% Limoeiro do Norte   Ceará
45124 Manoel Duca PSDB 22.362 0,82% Fortaleza   Ceará
13456 Ilário Marques PT 22.338 0,82% Quixadá   Ceará
11111 Valdomiro Távora PPB 21.531 0,79% Fortaleza   Ceará
14111 Dr. Antônio Granja PTB 19.458 0,71% Jaguaribara   Ceará
12111 Ricardo Alves de Almeida PDT 19.072 0,70% Acopiara   Ceará
22345 Osmar Baquit PL 18.164 0,67% Quixadá   Ceará
20116 Pedro Uchoa PSC 17.972 0,66% Acopiara   Ceará
40123 Eudoro Santana PSB 17.579 0,64% Quixeramobim   Ceará
12123 Dr. Giovanni Sampaio PDT 16.781 0,61% Juazeiro do Norte   Ceará
11999 Fabíola Alencar PPB 16.082 0,59% Crato   Ceará
14141 Paulo Afonso de Accioly PTB 13.044 0,48% Fortaleza   Ceará

Notas

  1. O Palácio da Abolição, só recuperaria seu status como sede do governo cearense em 2011.
  2. Renunciou em 2 de maio de 2001 para assumir uma cadeira de ministro no Tribunal de Contas da União e em seu lugar foi efetivado Nelson Otoch.
  3. Renunciou nos últimos dias de mandato, em 15 de janeiro de 2003, sendo efetivado Mauro Benevides.
  4. Secretário de Ciência e Tecnologia no governo Tasso Jereissati foi substituído por Nelson Otoch e Pimentel Gomes.

Referências

  1. a b c d e «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará». Consultado em 25 de setembro de 2013 
  2. Tasso Jereissati se filia ao PSDB e diz que sua opção é "definitiva" (online). Folha de S.Paulo, 17/01/1990. Página visitada em 25 de setembro de 2013.
  3. PSDB elege Tasso como presidente, mas não define o seu perfil político" (online). Folha de S.Paulo, 02/09/1991. Página visitada em 25 de setembro de 2013.
  4. Seu pai foi deputado estadual e antes deste outros membros de sua família ingressaram na vida pública.
  5. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 28 de agosto de 2019 
  6. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 28 de agosto de 2019 
  7. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome TSE