Eleições estaduais no Rio Grande do Norte em 1960
As eleições estaduais no Rio Grande do Norte em 1960 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições em onze estados cujos governadores exerciam cinco anos de mandato, em sincronia com o mandato presidencial. Graças a essa particularidade foram eleitos apenas o governador Aluízio Alves e o vice-governador Walfredo Gurgel, afinal as eleições parlamentares tiveram lugar em 1958.[1][nota 1][nota 2]
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Eleições estaduais no Rio Grande do Norte em 1960 | ||||
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3 de outubro de 1960 (Turno único) | ||||
Candidato | Aluízio Alves | Djalma Marinho | ||
Partido | PSD | UDN | ||
Natural de | Angicos, RN | São José do Campestre, RN | ||
Vice | Walfredo Gurgel | Vingt Rosado | ||
Votos | 121.076 | 98.195 | ||
Porcentagem | 55,22% | 44,78% | ||
Candidato mais votado por município (83):
Aluizio Alves (57)
Djalma Marinho (25)
Empate (1)
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Titular Eleito | ||||
Nascido em Angicos, o advogado Aluízio Alves formou-se na Universidade Federal de Alagoas com especialização em Serviço Social. Jornalista, na capital potiguar trabalhou em A Razão e A República até mudar para o Rio de Janeiro em virtude de sua eleição para deputado federal pela UDN em 1945.[2] Na então capital federal ajudou a elaborar a Constituição de 1946[3] e foi redator-chefe da Tribuna da Imprensa, jornal de Carlos Lacerda. Anos depois fundou a Tribuna do Norte, sendo reeleito em 1950, 1954 e 1958.[4][5][6][7] Seu caminho rumo ao Palácio Potengi teve início após seu rompimento estrondoso com Dinarte Mariz,[8][9] até então seu correligionário na UDN e titular do executivo potiguar. Em sua defesa, Mariz acusou o rival de patrocinar um "bifrontismo político" visto que o PSD trocou o nome de Teodorico Bezerra pela candidatura de Aluízio Alves, afinal eleito governador do Rio Grande do Norte em 1960, após mudar de partido.[10][nota 3]
Nascido em Caicó, o monsenhor Walfredo Gurgel formou-se em Filosofia em 1928 e Teologia em 1932 na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.[11] De volta ao Brasil, exerceu o sacerdócio e vinculou-se ao Seminário Maior de Natal onde foi professor e depois reitor. Vigário das paróquias de Acari e Caicó, nesta última cidade dirigiu o Colégio Diocesano Seridoense. Eleito deputado federal via PSD em 1945, participou da Assembleia Nacional Constituinte que escreveu a nova Carta Magna.[2][3] Não reeleito em tentativas posteriores, voltou ao cenário político ao ser eleito vice-governador na chapa de Aluízio Alves em 1960.[1]
Resultado da eleição para governador
editarForam apurados 219.271 votos nominais, 3.451 votos em branco (1,53%) e 2.883 votos nulos (1,28%) resultando no comparecimento de 225.605 eleitores.
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Aluízio Alves PSD |
Ver abaixo - |
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Djalma Marinho UDN |
Ver abaixo - |
(UDN, PR, PST) |
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Fontes:[1] |
Resultado da eleição para vice-governador
editarForam apurados 215.503 votos nominais, 7.858 votos em branco (3,49%) e 2.244 votos nulos (0,99%) resultando no comparecimento de 225.605 eleitores.
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Ver acima - |
Walfredo Gurgel PSD |
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Ver acima - |
Vingt Rosado UDN |
(UDN, PR, PST) |
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Fontes:[1] |
Notas
- ↑ Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- ↑ Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
- ↑ Para assumir o governo do estado, Aluízio Alves renunciou em favor de João Frederico pois o primeiro suplente, Djalma Maranhão, elegeu-se prefeito de Natal naquele mesmo ano.
Referências
- ↑ a b c d BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1960». Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ a b BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1945». Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ a b BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1946». Consultado em 12 de agosto de 2017
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Aluízio Alves». Consultado em 28 de dezembro de 2019
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1950». Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1954». Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1958». Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ Redação (14 de julho de 1960). «Aluísio Alves (sic) denuncia governador Dinarte Mariz de corrução (sic) e malversação. Primeiro Caderno – p. 04.». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ Redação (22 de julho de 1960). «Com 1635 palavras em um telegrama de Cr$ 23 mil Mariz responde a Aluísio (sic). Primeiro Caderno – p. 04.». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ Redação (14 de abril de 1960). «PSD expulsa dissidentes: R. G. Norte. Primeiro Caderno – p. 04». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 1º de fevereiro de 2025
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Walfredo Gurgel». Consultado em 28 de dezembro de 2019