Elis é um filme de drama brasileiro, uma obra biográfica sobre a cantora Elis Regina. Foi adaptado e dirigido por Hugo Prata e distribuído por Downtown Filmes. O filme entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 24 de novembro de 2016.

Elis
Elis (filme)
Pôster oficial do filme.
 Brasil
2016 •  cor •  110 min 
Gênero drama
Direção Hugo Prata
Produção Fabio Zavala
Roteiro Vera Egito
Luiz Bolognesi
Hugo Prata
Elenco Andreia Horta
Caco Ciocler
Lúcio Mauro Filho
Zé Carlos Machado
Gustavo Machado
Música Otavio de Moraes
Cinematografia Adrian Teijido
Edição Tiago Feliciano
Distribuição Downtown Filmes
Idioma português

Sinopse

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O filme retrata a vida intensa da consagrada cantora Elis Regina, desde quando sua carreira se iniciou e, aos 18 anos, saindo de Porto Alegre e se mudando para o Rio de Janeiro, até o auge de seu sucesso, que romperam as fronteiras do Brasil, a concedendo uma imponente carreira internacional. A sua grandiosa e meteórica ascensão na música, assim como o peso da fama, atribuídos a uma vida pessoal conturbada, a perseguiram até sua fatídica morte, ocorrida em São Paulo, em 19 de janeiro de 1982, em decorrência de uma overdose de cocaína e bebida alcoólica.

Elenco do filme

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Produção

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O ator Caco Ciocler teve aulas de piano para interpretar César Camargo Mariano, além de ler a autobiografia do pianista. A atriz Andreia Horta visitou os locais onde Elis Regina viveu, inclusive a casa em Porto Alegre. Horta chegou a cantar nas filmagens, mas para o filme usaram as gravações originais de Elis. Lúcio Mauro Filho teve dicas do próprio Luiz Carlos Miele, que chegou a visitar o set de filmagens. Miele faleceu antes da estreia do filme.[2]

Recepção

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Jacídio Júnior em sua crítica para o Omelete disse que o filme "sofre de um problema que assola grande parte da produção nacional: a vontade de não causar intriga. . (...) Hugo Prata, diretor da obra, destaca que foi opção dele mostrar os "dramas da personagem", "os demônios internos e externos", mas a falta de foco em quais são os principais dramas do período retratado - a chegada da jovem cantora ao Rio de Janeiro até a sua morte - deixa o formato da história fraco, sem nenhum momento capaz de exigir comprometimento máximo do público com o que está acontecendo. Mas o crítico diz que o filme (...) pode servir como porta de entrada para quem está em busca de conhecer um pouco mais de Elis e assim estimular a necessidade de que novas histórias - mais fortes e diretas, e até mesmo mais corajosas - possam ser apresentadas para uma audiência que busca de ser abraçada pelas nuances mais profundas e marcantes da música brasileira contemporânea.."[3] analisando o filme para o Cineplayers escreveu: "E em figuras como a de Elis Regina, o que não faltam são fatos, elementos e discussões sobre toda a conturbação emocional que permeou a vida da cantora, seja em seus relacionamentos, sua recusa em acompanhar as tendências do mercado fonográfico, seus problemas com o consumo de álcool, sua posição contra a ditadura militar…" (...) também disse que "Não que o problema seja exatamente o uso do clichê em si (e seria hipocrisia condenar isso, afinal, o cinema é um retalho de clichês, sejam eles ficcionais ou da vida), mas é a opção de Prata em mecanizar todos os acontecimentos na vida de Elis que transforma a cinebiografia num conjunto de recortes anti climáticos."[4]

Uma gafe no filme foi a cena em que Elis diz a Ronaldo Bôscoli que quer o divórcio, mas o divórcio no Brasil só surgiu em 1977, anos após eles se separarem. Na época da separação, ainda vigoravam as regras do desquite. Ainda assim, o filme acerta mais adiante, quando Elis é chamada para prestar esclarecimentos aos militares e é chamada de desquitada, na época uma forma de ofensa velada.

Série de televisão

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“Segundo o diretor, desde o início determinou-se que a proposta deveria ir além de fatiar o filme em quatro partes: "- A Elis Regina é um diamante brasileiro e merece ir para públicos cada vez maiores. Ela realmente participou da construção da cultura desse país. Quando nós fizemos o filme, não sabíamos que iria virar uma minissérie, então mergulhamos naquilo e foi ótimo. O longa chegou acima da nossa expectativa. Então, foi uma grata surpresa esse convite ".”

— Hugo Prata, site Gaúcha ZH em 24/12/2018

A Rede Globo exibiu de 8 até 11 de janeiro de 2019, em 4 capítulos, a minissérie Elis - Viver é Melhor que Sonhar, dirigida por Hugo Prata, a produção misturou cenas do filme com material documental, onde pessoas importantes na carreira e vida da cantora davam depoimentos. Teve Sergio Guizé como Tom Jobim; Mel Lisboa como Rita Lee e Thelmo Fernandes como Vinicius de Moraes.[5]

O fio condutor da minissérie foi uma entrevista fictícia gravada por Elis (Andreia Horta), criada a partir de declarações reais da cantora e que seria a última, pouco antes de sua morte, em 1982. Mas também há a cena inédita de um teste que Elis fez diante de Tom Jobim (Sergio Guizé) e Vinicius de Moraes (Thelmo Fernandes) e a visita da cantora a Rita Lee na prisão, em 1976.[6]

Elenco principal

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Atores que gravaram cenas exclusivas pra minissérie


Atores que tiveram suas cenas do filme repetidas pra minissérie

Trilha sonora

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Elis (Trilha Sonora Original do Filme)
Trilha sonora de Elis Regina
Lançamento 25 de novembro de 2016
Gravação 1965-1995
Gênero(s) MPB
trilha sonora
Idioma(s) Português, francês e inglês
Formato(s) CD, download digital, streaming
Gravadora(s) Universal Music Brasil

Canções presentes no álbum

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  1. Como Nossos Pais - Elis Regina
  2. Menino das Laranjas - Elis Regina
  3. Arrastão - Elis Regina
  4. Upa, Neguinho - Elis Regina
  5. Cinema Olympia - Elis Regina
  6. Atrás da Porta - Elis Regina
  7. Madalena - Elis Regina
  8. Cabaré (Ao Vivo) - Elis Regina
  9. Fascinação - Elis Regina
  10. O Bêbado e a Equilibrista - Elis Regina
  11. Aos Nossos Filhos - Elis Regina
  12. Velha Roupa Colorida - Elis Regina
  13. La Nuit de Mon Amour (A Noite do Meu Bem) - Elis Regina
  14. Deus lhe Pague (Ao Vivo) - Elis Regina
  15. O Pato - Lennie Dale e Sambalanço Trio
  16. Borandá - Nara Leão
  17. O Sol Nascerá (A Sorrir) - Cartola
  18. In and Out of Love - Diana Ross & The Supremes
  19. Samblues (Instrumental) - Som/3
  20. Começo - Milton Nascimento e João Marcello Bôscoli

Outras canções do filme

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Outras canções da minissérie

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Principais prêmios

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Ano Premiação Categoria Resultado
2016 Festival de Gramado
Melhor Atriz (Andreia Horta) Venceu
Melhor Montagem Venceu
Melhor Filme (Júri popular) Venceu
Associação Paulista de Críticos de Arte Troféu APCA de melhor atriz (Andreia Horta) Venceu
2017 Grande Prêmio do Cinema Brasileiro Melhor Filme Indicado
Melhor Atriz para Andréia Horta Venceu
Melhor Ator coadjuvante para Caco Ciocler Indicado
Melhor Ator coadjuvante para Gustavo Machado Indicado
Melhor Direção de Fotografia Venceu
Melhor Direção de Arte Venceu
Melhor Maquiagem Venceu
Melhor Figurino Venceu
Melhor Efeito Visual Venceu
Melhor Montagem Ficção Venceu
Melhor Som Venceu
Melhor Trilha Sonora Original Venceu

Referências

  1. a b c d e «Andréia Horta se transforma para viver Elis Regina em filme» 
  2. «Andréia Horta se transforma para viver Elis Regina em filme» 
  3. Jacidio Junior (21 de outubro de 2016). «Elis». omelete.uol.com.br. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  4. Rafael W. Oliveira (29 de novembro de 2016). «Elis (2016) - Crítica». www.cineplayers.com. Consultado em 21 de outubro de 2016 
  5. Santana, Greicehelen (11 de dezembro de 2018). «Andreia Horta retorna à TV em minissérie sobre Elis Regina: "Admiração infinita"». Observatório da Televisão. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  6. «Com estreia em janeiro, "Elis - Viver é Melhor que Sonhar" mistura trechos da cinebiografia com material documental e cenas exclusivas». Gaúcha ZH. 11 de dezembro de 2018. Consultado em 9 de janeiro de 2019 

Ligações externas

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