Gustavo de Matos Sequeira

político português da 1ª república
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Gustavo Adriano de Matos Sequeira, também conhecido como Gustavo de Matos Sequeira, Gustavo Matos Sequeira ou Matos Sequeira ComCComSE (Lisboa, 9 de Dezembro de 1880 — Lisboa, 21 de Agosto de 1962), foi um jornalista, político e escritor Olissipógrafo português.[1]

Gustavo de Matos Sequeira

Nome completo Gustavo Adriano de Matos Sequeira
Outros nomes Gustavo Matos Sequeira, Matos Sequeira
Nascimento 9 de dezembro de 1880
Lisboa
Morte 21 de agosto de 1962 (81 anos)
Lisboa
Nacionalidade português
Progenitores Mãe: Adelaide Margarida Ribeiro Franco de Matos
Pai: Joaquim Germano de Sequeira da Fonseca e Sousa
Cônjuge Beatriz Carolina de Oliveira
Filho(a)(s) Maria Adelaide de Matos Sequeira de Oliveira Guimarães
Maria Carolina de Matos Sequeira Duque
José de Matos Sequeira
Vasco de Matos Sequeira
Ocupação Jornalista, escritor Olissipógrafo e político
Cargo Comissário do Teatro Nacional D. Maria II, chefe de gabinete do Ministro das Finanças, membro da Comissão de Propaganda da Aliança Republicana e Socialista, redactor do jornal O Século

Biografia

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Vida pessoal e formação

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Filho de Joaquim Germano de Sequeira da Fonseca e Sousa e de sua segunda mulher Adelaide Margarida Ribeiro Franco de Matos, nasceu em Lisboa, a 9 de Dezembro de 1880, tendo frequentado e feito o Colégio Militar, várias cadeiras da Escola Politécnica de Lisboa, o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa e o Curso Superior de Letras.[1][2][3][4]

Carreira profissional e política

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Assumiu e exerceu, entre 1915 e 1919, o cargo de Comissário Interino do Governo no Teatro Nacional D. Maria II, nos impedimentos do Dr. Augusto de Castro, tendo sido, posteriormente, a 18 de Junho de 1919, promovido a comissário efectivo, posição da qual se demitiu.[1][3] Enquanto exercia aquela posição, realizou várias investigações sobre a história do teatro, tendo escrito vários livros.[2]

Também em 1915, tornou-se chefe de gabinete do Ministro das Finanças, Eng.º Herculano Galhardo, tendo sido eleito, dois anos depois, em 1917, Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, voltando a ser eleito em 1919, sem, contudo, ter exercido este cargo.[1][3]

Em 1921, foi membro da Comissão de Propaganda da Aliança Republicana e Socialista, e, entre 1919 e 1922, fez parte das Comissões de Reforma do Teatro Nacional D. Maria II, e da Subcomissão Redactora, com Júlio Dantas, Vasco Borges e Santos Tavares; a 19 de Outubro de 1926, voltou, novamente, a ser nomeado Comissário do Governo junto desta instituição, posição que deteve exercendo este cargo até 1936.[3] Também trabalhou na Alfândega de Lisboa, até ser demitido do cargo de Subdirector e preso em 1931, acusado de participar nas preparações duma Revolução;[4] nesse ano, colaborou na organização do Congresso da Crítica.[1][3]

Pertenceu, igualmente, à Academia das Ciências de Lisboa, à Academia Portuguesa da História, à Associação dos Arqueólogos Portugueses, e à Academia de Belas-Artes de Lisboa.[2]

Entre 1951 e 1959, exerceu como Membro da Comissão Consultiva Municipal, tendo sido nomeado Vogal da Comissão de Toponímia.[2]

Era casado com Beatriz Carolina de Oliveira e era pai de Maria Adelaide de Matos Sequeira de Oliveira Guimarães, Maria Carolina de Matos Sequeira Duque, José de Matos Sequeira, e Vasco de Matos Sequeira.[3]

Jornalismo

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Também colaborou em várias revistas e jornais, principalmente nos temas de arte e arqueologia,[2] tendo escrito nas revistas "Gazeta dos Caminhos de Ferro",[5], "O Occidente",[6] (1878-1915), "Illustração Portugueza",[7], Terra portuguesa [8] (1916-1927), "Atlântida",[9] (1915-1920), "Feira da Ladra",[10] (1929-1943), "Domingo Ilustrado",[11] (1925-1927), "O Século Ilustrado", "Panorama", "Colóquio", "Revista Municipal",[12] (1939-1973) publicada pela Câmara Municipal de Lisboa, "Olisipo", "Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal",[13] (1939-1947), nos "Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais"[14] (1931-1936), no Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas[15] (1941-1945) e outras revistas e magazines,[1] e, também, nos jornais "O Mundo (jornal)", "A Manhã", "Diário da Tarde", "O Dia", e "Diário Popular", e sido Redactor dos jornais "O Mundo", "A Manhã", "Diário da Tarde", "O Século", onde fazia a crítica teatral, e "Diário Popular".[2][3][4] Foi, junto com Norberto Moreira de Araújo e Luís Pastor de Macedo um dos impulsionadores da fundação do Grupo Amigos de Lisboa, instituição na qual exerceu como Vice-Presidente e Presidente, e como Director da sua revista oficial, a Olisipo.[16][1][2]

Em 1920 contribuiu com texto da sua autoria na obra In Memoriam: Júlio de Castilho.[17]


Exposições e outras iniciativas

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Colaborou, igualmente, na organização de várias iniciativas, e organizou, ou ajudou a organizar:[1]

Conferências

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Conferencista notável, focando sempre assuntos de absoluto interesse, realizou mais de um cento de Conferências, além de muitas Palestras e Ciceronagens, feitas em excursões da antiga Academia de Estudos Livres, da Associação dos Arqueólogos Portugueses, do Grupo dos Amigos de Lisboa, etc. Destacam-se as Conferências:[18]

Obras publicadas

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Foi, igualmente, Poeta, Dramaturgo, e Escritor, tendo produzido diversos livros, principalmente sobre a História de Lisboa; várias das suas obras e peças foram adaptadas ao rádio e levadas à cena, principalmente no Teatro Nacional D. Maria II, onde tiveram grande êxito.[3]

Publicou:[18]

  • Noudar, folheto, 1909[18]
  • Catálogo da Exposição Olissiponense, 1914[18]
  • Excursões ao Termo de Lisboa, 1916[18]
  • Depois do Terramoto - Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa, 4 volumes, 1916, 1918, 1921 ou 1922 e 1934[2][3][18]
  • Catálogo da Exposição Ameal, com Alberto de Sousa, 1921[18]
  • Tempo Passado, crónicas alfacinhas, 1924[4][18]
  • Olivença, com Rocha Júnior, 1924[18]
  • Catálogo dos Manuscritos da Colecção Ameal, 1924[18]
  • No Leilão Ameal, sátiras em verso, 1924[18]
  • Monografia Histórica de Lisboa, com Nogueira de Brito, no Guia de Lisboa, 1924[18]
  • Relação de vários casos notáveis, 1925[4][18]
  • Guia Turístico de Lisboa, 1926[18]
  • Lisboa, Monografia para a Exposição Ibero-Americana de 1929, 1929[18]
  • Vila do Conde, a Princesa do Ave, 1930[18]
  • A Sé de Lisboa, com Nogueira de Brito, 1930[18]
  • Catálogo da Exposição das Mulheres Portuguesas, 1930[18]
  • Queluz, 1930[18]
  • Os Continuadores de Gil Vicente, na História da Literatura, 1930[18]
  • Os Continuadores de Sá de Miranda, na História da Literatura, 1930[18]
  • Palácios e Solares Portugueses, 1931[18]
  • Teatro de Outros Tempos, 1932 ou 1933[2][3][4][18]
  • História do Trajo, 1932[3][18]
  • Évora, 1932[18]
  • Como se visita Lisboa, 1 volume, 1932[18]
  • Figuras Históricas de Portugal, com Bourbon e Meneses, 1933[18]
  • Auto de Santo António, 1934[18]
  • Mediterrâneo, crónicas de viagem, 1934[4][18]
  • Portugal de Algum Dia, com Alfredo Roque Gameiro, 3 fascículos, 1935[18]
  • A Abelheira (História de uma Fábrica), 1935[18]
  • A Indústria do Vidro em Portugal, 1 folheto, ...[18]
  • A Evolução da Cidade, 1 folheto, 1935[18]
  • Auto de São João, 1 volume, 1936[18]
  • Catálogo da Exposição dos Barristas Portugueses, 1 volume, 1938[18]
  • A Universalidade de Gil Vicente, 1 folheto, 1939[18]
  • O Carmo e a Trindade, 3 volumes, 1939 a 1941[2][18]
  • Aldeias Portuguesas, versos, 1 folheto, 1939[18]
  • A Fisionomia de Lisboa, 1 folheto, 1939[18]
  • Elogio Histórico do Visconde de Castilho, 1 folheto, 1940[18]
  • Afonso Henriques, alegoria dramática em verso, 1 volume, 1940[2][18]
  • Fradique Mendes, Símbolo dos Vencidos da Vida, 1 folheto, 1942[18]
  • Jerónimo Martins - 150 anos de vida comercial, 1 folheto, 1942[18]
  • A Nossa Lisboa, com Luís Pastor de Macedo, 1945[18]
  • História do Teatro Nacional D. Maria II, 2 volumes, 1955[2]
  • Oito Séculos de História, 1956[3]
  • História do Palácio Nacional da Ajuda, 1959[2]
  • O Castelo de Vila Viçosa, 1961

Além das revistas em que participou:[18]

Escreveu no género declamado:[18]

Traduziu e adaptou:[18]

Procedeu ao arranjo de peças antigas:[18]

Para o Teatro Radiofónico da Emissora Nacional, além das composições originais:[22]

  • Asas do Tempo[21]
  • Madame Tomásia vidente[21]
  • No Tempo em que os Animais Falavam[21]
  • Chá das Cinco[21]
  • Os Pobres do Natal[21]
  • Bastidores[21]
  • Diálogos da Noite[21]

fez arranjos nas peças:[21]

de Gil Vicente[21]

  • Auto da Ciosa[21]
  • Auto do Procurador[21]
  • Auto do Mouro Encantado[21]

de António Prestes[21]

  • Relógios Falantes[21]
  • Quando o Dinheiro Fala[21]

de D. Francisco Manuel de Melo[21]

  • Visita das Fontes[21]
  • Auto das Regateiras[21]

de António Ribeiro Chiado[21]

  • Auto da Bela Menina[21]

de Sebastião Pires[21]

  • Auto das Capelas[21]

de anónimo[21]

de António José da Silva, o Judeu[21]

de D. João Maria Gonçalves Zarco da Câmara[21]

de Bernardo Pinheiro Correia de Melo, 1.º Conde de Arnoso[21]

de Jorge Ferreira de Vasconcelos[21]

Concluiu as peças:[21]

  • Lisboa, 5 Actos, adaptação à cena moderna da Ulíssipo, de Jorge Ferreira de Vasconcelos[21]
  • Terra Nostra (Vida e Morte de Viriato), alegoria nos moldes clássicos, em verso, em 4 Actos[21]

e publicou:[21]

  • Inventário Artístico dos Distritos de Santarém e de Leiria, por Delegação da Academia Nacional de Belas-Artes, 1939 a 1942[21]
  • Trancoso, monografia, 1940[21]
  • O Teatro Nacional D. Maria II (1846-1946), 2.º volume[21]

Trabalhou, por encargo da Câmara Municipal de Lisboa, na obra:[21]

  • Lisboa - Oito séculos de História, para as Comemorações Centenárias de 1947[21]

e, de colaboração com Luís Pastor de Macedo:[21]

  • Na Volta do Correio, estudos de olissipografia[21]

Foi colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.[21]

Prémios e homenagens

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Foi condecorado com a Medalha de Ouro de Mérito Municipal e, por duas vezes, o Prémio Júlio Castilho.[2] Em 1963, o seu nome foi colocado numa Rua da Freguesia de São Mamede, em Lisboa.[2]

Foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 19 de Abril de 1939 e Comendador da Ordem Militar de Cristo a 4 de Março de 1941.[23]

Faleceu em 21 de Agosto de 1962, com 81 anos de idade; o seu funeral realizou-se na Igreja de São Mamede, tendo o corpo sido colocado no jazigo de família, no Cemitério dos Prazeres.[3]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 16. 610 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q «Rua de Gustavo de Matos Sequeira». Câmara Municipal de Lisboa. 2004. Consultado em 1 de Novembro de 2012 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o «Gustavo de Matos Sequeira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 75 (1793). 1 de Setembro de 1962. 284 páginas. Consultado em 31 de Outubro de 2012 
  4. a b c d e f g António, VALDEMAR. 1º Semestre de 2011. «O historiador de Lisboa, Matos Sequeira» (PDF). Lisboa: Área Metropolitana de Lisboa. Metrópoles (31): 58, 62. ISSN 1645-7021. Consultado em 5 de Novembro de 2012 
  5. Gazeta dos Caminhos de Ferro (1899-1971) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  6. Rita Correia (16 de Março de 2012). «Ficha histórica: O occidente: revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1878-1915)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 4 de Janeiro de 2015 
  7. Ilustração portuguesa (1903-) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  8. Alda Anastácio (30 de outubro de 2017). «Ficha histórica:Terra portuguesa : revista ilustrada de arqueologia artística e etnografia (1916-1927)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de dezembro de 2017 
  9. Atlantida: mensário artístico literário e social para Portugal e Brazil (1915-1920) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  10. «Feira da ladra: revista mensal ilustrada (1929-1942), Tomo IX, páginas 204 a 206» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  11. O domingo ilustrado: noticias & actualidades graficas, teatros, sports & aventuras, consultorios & utilidades (1925-1927) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  12. «Revista Municipal (1939-1973), Índice de colaboradores» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de junho de 2015 
  13. Helena Roldão (2 de maio de 2014). «Ficha histórica: Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal (1939-1947)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de Maio de 2014 
  14. Rita Correia (1 de julho de 2007). «Ficha histórica: Anais das Bibliotecas, Arquivo e Museus Municipais (1931-1936)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de Maio de 2014 
  15. Rita Correia (30 de julho de 2019). «Ficha histórica:Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas (1941-1945)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de outubro de 2019 
  16. Catálogo BLX. «Olisipo – registo bibliográfico.». Consultado em 11 de Outubro de 2016 
  17. Composto por Tipografia da Empresa Diário de Notícias. «In memoriam: Júlio de Castilho, índice, pág. 193». Consultado em 15 de maio de 2020 
  18. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl bm bn bo bp bq br bs bt bu bv bw bx by bz ca cb cc cd ce cf cg ch ci cj ck cl cm cn co cp cq cr cs ct cu cv cw cx cy cz da db dc dd de df dg dh di dj dk dl dm dn do dp dq dr ds dt du dv dw dx dy dz ea eb ec ed ee ef eg Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 16. 611 
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  20. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 16. 610-1 
  21. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 16. 612 
  22. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 16. 611-2 
  23. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Gustavo Adriano de Matos Sequeira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 16 de agosto de 2015