Vigo
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Vigo é um município da Espanha na província de Pontevedra, comunidade autónoma da Galiza. Tem 109,1 km² de área e em 2021 tinha 293 837 habitantes (densidade: 2 693,3 hab./km²) e uma alta taxa de população rural.[1] A cidade tem uma população de 201.100 habitantes (INE, 2021) o que a torna a segunda cidade mais povoada da Galiza despois da Corunha.[2] Os seus habitantes são chamados vigueses ou olívicos.
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Município | ||||
Vista de Vigo | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | Vigués/sa Olivico/a | |||
Localização | ||||
Localização de Vigo na Espanha | ||||
Coordenadas | 42° 14′ 10″ N, 8° 43′ 36″ O | |||
País | Espanha | |||
Comunidade autónoma | Galiza | |||
Província | Pontevedra | |||
Alcaide | Abel Caballero (PSOE) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 109,1 km² | |||
População total (2021) [1] | 293 837 hab. | |||
Densidade | 2 693,3 hab./km² | |||
Altitude | 0 m | |||
Código postal | 362xx | |||
Código do INE | 36057 | |||
Website | hoxe.vigo.org |
Fica situada à beira da ria que leva o seu nome. Dista 29 km de Pontevedra (capital da província) e 71 km de Santiago de Compostela (capital política da Galiza) e pouco mais de 20 km de Valença, a localidade portuguesa mais próxima.
É município mais populoso da Galiza. Porto marítimo, com importante atividade pesqueira, sendo o principal porto pesqueiro da Europa. Centro comercial e económico do sul da província de Pontevedra e cabeceira duma área industrial da comunidade autónoma.
História
editarPré-história (origens)
editarVigo e a sua comarca estiveram povoadas desde tempos remotos. Entretanto, até ao momento não se localizou nenhuma comprovação da era paleolítica e os poucos achados são da Idade da Pedra e estas peças encontram-se no Museu Municipal de Castrelos.
Época pré-romana
editarA região de Vigo foi povoada por diversas tribos cétilberas, tendo uma influência maior dos Galaicos. Pouco se sabe sobre essa época, pois a cultura local não permitia o uso da escrita, apenas da palavra. Entretanto, há vestígios que comprovam a presença desses povos, como restos de castros, armas e ferramentas usadas no cotidiano.
A época romana
editarEm Vigo o processo de romanização foi intenso. Evidências arqueológicas indicam uma importante atividade portuária e comercial no litoral viguês desde o século II a.C., desenvolvendo-se um progressivo processo de romanização, consolidado durante o século I d.C., uma vez estabelecida a paz romana.
O processo de romanização durou cerca de seiscentos anos, dos quais ficaram relevantes vestígios, investigados em numerosas escavações arqueológicas: vilas (villae) distribuídas pelo litoral (Alcabre, Toralha…), restos de instalações portuárias, ruas, instalações produtivas, necrópoles, além da intensa romanização dos povoados castrejos
Recentes escavações arqueológicas no Areal e no centro histórico põem a possibilidade da existência, pelo menos entre os séculos III e VI d.C., de um importante assentamento humano.
Do século XII ao XIV (Idade Média)
editarConta-se com muito pouca informação, especialmente da Alta Idade Média. Foi o tempo de frequentes incursões da pirataria procedentes do norte da Europa que fizeram que a população se mudasse para o interior em busca de mais segurança.
Durante a Idade Média, a Igreja dominou a sociedade galega. Vigo dependeu durante muitos anos do mosteiro cisterciense de Melón.
A partir do século XII, Vigo começa a recuperar sua população, mas segue submetida a um estrito controle do poder eclesiástico e dos senhores feudais. A paróquia de Santiago de Vigo era a mais importante da vila.
Do século XV ao XVI (Época dos descobrimentos/Renascimento)
editarApesar do período dos corsários, a vila foi crescendo. Vigo tinha uma importante atividade artesanal e comercial, mas o principal era o marítimo. Alguns documentos comprovam já nesta época a importância que tinha a pesca de sardinha. Em 1573 foi assinado o primeiro ato que regulava essa pescaria.
Em 1587 as epidemias da peste e a pirataria dizimaram a população.
Do século XVII ao XVIII (Barroco)
editarEm 1702 acontece a batalha de Rande. A frota anglo-neerlandesa persegue a frota espanhola e os barcos de guerra franceses que a escoltavam. Esta importante frota, carregada de riquezas procedentes da América, foi destruída depois de uma cruel batalha em mar e terra. Ainda hoje existem restos deste episódio bélico nos fundos da Rande.
Em 1778, Carlos III rompe com o monopólio dos portos autorizados a comercializar com a América e Vigo começa a obter benefícios do tráfico de alto bordo. Por esta época a vila estava completamente cercada com uma muralha, construída pelo motivo da Guerra de Restauração Portuguesa diante do temor de uma invasão.
A chegada à cidade na segunda metade do século XVIII de comerciantes e industriais catalães levam a uma pequena revolução económica.
Século XIX (Romantismo)
editarComo outros muitos lugares da Península Ibérica, Vigo foi ocupada pelo exército francês em 1809. A resistência popular a esta invasão provoca um levantamento dirigido pelos militares Pablo Morillo e Bernardo González "Cachamoinha" que com a ajuda inestimável do Conde de Gondomar, sem cujajuda não teriam podido fazer frente ao exército invasor, terminam com um assalto às muralhas e com a expulsão do exército de Napoleão. Este episódio motivou a concessão a Vigo do título de cidade Fiel, Leal e Valorosa.
Em 1833 é construído o caminho real que leva a Madrid, conhecido como estrada de Castilla ou de Villacastín. Um ano depois são terminadas as obras de construção da Colegiata por Melchor de Prado, já que o antigo templo havia sido destruído em um dos numerosos saques sofridos pela vila. A cidade cresce e seus governantes concordam em demolir as muralhas para facilitar sua expansão.
A segunda metade do século XIX foi um período de contínuo crescimento da cidade, propiciado, entre outras coisas, pelo incremento das relações com a América. Neste tempo continuam abrindo-se fábricas o que provoca o crescimento da população assalariada e também de uma burguesia financeira. Vigo se expande extramuros com a abertura de novas ruas e a construção de nobres edifícios.
Século XX (A modernidade)
editarCom a entrada no século XX, a burguesia liberal viguesa toma em suas mãos os mecanismos de poder económico e político. Instalam-se novas indústrias ao mesmo tempo que melhoram as comunicações. Em pouco mais de dez anos a população é duplicada (em 1910 havia 30 000 habitantes).
No primeiro terço deste século, o porto de Vigo está unido à imagem de vários galegos que embarcaram rumo à emigração americana. Outro símbolo é o elétrico, que começou a funcionar em 1914. Todo este dinamismo ficou neutralizado com o início da Guerra Civil Espanhola.
Nas décadas de 1960 e 1970, Vigo sofreu um crescimento urbano acelerado, e por vezes desordenado, motivado pelo desenvolvimento industrial.
Geografia
editarLocalização
editarA cidade de Vigo se estende em direção noroeste-sudoeste pela margem sul da ria de Vigo, no sopé do Monte do Castro, que acabou rodeando completamente devido ao crescimento urbano.
Clima
editarO clima da cidade de Vigo é oceânico com influências mediterrâneas (tipo "Csb" na classificação climática de Köppen-Geiger). Caracteriza-se por invernos suaves e chuvosos, e verões quentes mas não ao extremo, pois as temperaturas não chegam a superar os 32 °C.
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez |
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Temperatura °C | 10 | 11 | 13 | 14 | 15 | 17.3 | 19.4 | 19.4 | 18.0 | 14.6 | 11.3 | 9.2 |
Precipitações mm. | 255 | 219 | 145 | 148 | 141 | 73 | 43 | 40 | 113 | 215 | 228 | 298 |
Demografia
editarVariação demográfica do município entre 1991 e 2015 | ||||
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1991 | 1996 | 2001 | 2004 | 2016 |
276109 | 286774 | 280186 | 292059 | 292.817 |
Governo e administrações
editarConforme a divisão em comarcas prevista pela Junta da Galiza, a Comarca de Vigo está integrada pelos seguintes municípios: Vigo, Redondela, Porrinho, Nigrám, Baiona, Gondomar, Mós, Fornelos de Montes, Paços de Borbém, Salzeda de Caselas e Soutomaior.
A divisão interna do município de Vigo é complexa, como o restante das cidades galegas. É dividido em paróquias, e estas por sua vez em bairros e os bairros são divididos em lugares. Por exemplo o Camiño da Feira está no lugar das Relfas, bairro de Moledo e paróquia de Sárdoma.
A cidade é dividida em 24 paróquias: Alcabre, Beade, Bembrive, Bouzas, Cabral, Candeán, Castrelos, Cies, Coia, Comesaña, Coruxo, Freixeiro, Lavadores, Matamá, Navia, Oia, Saiáns, San Paio, San Xoán do Monte, Sárdoma, Teis, Valadares, Vigo Centro e Zamáns.
Economia
editarA comarca de Vigo caracteriza-se pela economia diversificada vinculada à indústria e aos serviços. Entre os motores da economia de Vigo está a indústria automobilística, liderada pelo Grupo PSA (Peugeot/ Citroën). São importantes a construção naval e o setor pesqueiro em todas suas vertentes, desde a indústria extrativa, armadores, até comercial. Vigo é o primeiro porto de comércio de peixe para consumo humano do mundo (650000 toneladas no ano de 2004). O porto de Vigo conta com mais de 9 km de milhas de atraque.
Uma infraestrutura relevante na economia de Vigo é o aeroporto de Vigo (ou aeroporto de Vigo-Peinador) situado nos municípios pontevedreses de Redondela, Vigo e Mos, que em 2005 superou a cifra de 1 100 000 viajantes.
Outras atividades económicas importantes em Vigo são a indústria química e farmacêutica, a indústria têxtil, a indústria editorial, alimentícia, a fabricação de produtos para a construção, a fabricação de maquinaria industrial, a engenharia naval e em menor escala a indústria aeronáutica.
Lugares de interesse
editar- O centro histórico: É a zona antiga de Vigo. Onde se encontra a praça e mercado da Pedra, além da praça da Constituição, a Colegiada de Santa Maria.
- A Colegiada de Santa Maria: Iniciada em 1816 e terminada de construir em 1836, em substituição do templo gótico anterior.
- A Alameda e Montero Ríos-Areal: Zona de passeio próxima ao porto desportivo e ao Casco Vello.
- A Porta do Sol: Lugar onde se encontra o monumento conhecido popularmente como "o Sereio", do escultor Francisco Leiro.
- A Praça da Constituição (antiga Praça da Vila): À entrada do casco antigo, considerada como a Praça Maior de Vigo. Muito familiar, com terraços e cafés.
- Santa Maria de Castrelos (rural): Do século XII, está formada por uma única nave de abside semicircular e uma planta de 20 por 7 metros.
- Sam Salvador de Corujo (rural): Também do século XII. Destaca sua monumental abside. Trata-se da igreja monasterial do antigo priorado que existiu em Vigo.
- Santiago de Bembrive (rural): Igreja do século XII.
- Museu municipal Quiñones de León
- Casa Galega da Cultura (ou Biblioteca Penzol)
- A praia de Samil: Uma das maiores de Vigo e a mais frequentada pelos turistas ourensans.
- A praia do Vau
- As Ilhas Cíes, a 15 quilômetros de Vigo, arquipélago que forma parte do Parque nacional das Ilhas Atlânticas. Dispõe de praias e parque de campismo.
Desportos
editarO Celta de Vigo, principal clube de futebol da cidade, disputou a primeira divisão espanhola, a La Liga. O Celta está frequentemente entre os 20 melhores clubes da Espanha que disputam a liga principal. Possui um estádio Balaídos com capacidade para 31 500 pessoas.
Referências
- ↑ a b «Cifras oficiales de población resultantes de la revisión del Padrón municipal a 1 de enero» (ZIP). www.ine.es (em espanhol). Instituto Nacional de Estatística de Espanha. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ «A Coruña es la localidad con más habitantes de Galicia, por encima de Vigo». El Español (em espanhol). 9 de junho de 2020