Harpidae

Família de moluscos marinhos

Harpidae (nomeadas, em inglês, harp -sing. para as espécies da subfamília Harpinae[5][6] e morum -sing. para as espécies da subfamília Moruminae)[2][6] é uma família de moluscos gastrópodes marinhos, predadores de crustáceos[8][9][10], classificada por Heinrich Georg Bronn, em 1849, e pertencente à subclasse Caenogastropoda, na ordem Neogastropoda.[6] Sua distribuição geográfica abrange principalmente os oceanos tropicais da Terra (particularmente no hemisfério sul e notadamente na região do Indo-Pacífico, onde o gênero Harpa é o mais representativo), em profundidades de até 200 metros. Os Harpidae são conhecidos pela capacidade do animal em amputar a parte traseira do , caso um predador esteja em sua perseguição, deixando um remanescente contorcido para distrair o seu perseguidor (autotomia).[7][9][11]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaHarpidae
Morum oniscus (Linnaeus, 1767), uma das espécies atlânticas de Harpidae da subfamília Moruminae, encontrada no golfo do México e mar do Caribe[1][2] até a região sudeste do Brasil.[3] Espécimes da coleção do Museu de História Natural de Leiden, coletados nas Antilhas.
Morum oniscus (Linnaeus, 1767), uma das espécies atlânticas de Harpidae da subfamília Moruminae, encontrada no golfo do México e mar do Caribe[1][2] até a região sudeste do Brasil.[3] Espécimes da coleção do Museu de História Natural de Leiden, coletados nas Antilhas.
Fotografia com a vista superior de duas conchas de moluscos Harpidae da subfamília Harpinaeː Harpa major Röding, 1798 (maior) e Harpa amouretta Röding, 1798 (menor)[4], encontradas no Indo-Pacífico.[5]
Fotografia com a vista superior de duas conchas de moluscos Harpidae da subfamília Harpinaeː Harpa major Röding, 1798 (maior) e Harpa amouretta Röding, 1798 (menor)[4], encontradas no Indo-Pacífico.[5]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Neogastropoda[6]
Superfamília: Muricoidea[7]
Família: Harpidae
Bronn, 1849[6]
Distribuição geográfica
Os moluscos da família Harpidae são particularmente bem distribuídos nas costas e oceanos das regiões de clima tropical da Terra, principalmente na região do Indo-Pacífico.
Os moluscos da família Harpidae são particularmente bem distribuídos nas costas e oceanos das regiões de clima tropical da Terra, principalmente na região do Indo-Pacífico.
Gêneros
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Vista lateral da concha do molusco Harpidae da subfamília Harpinaeː Harpa harpa (Linnaeus, 1758), a espécie-tipo do gênero Harpa.[4]

Descrição, habitat e hábitos

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Compreende, em sua totalidade, caramujos ou búzios de concha ovoide ou subcilíndrica, com canal sifonal curto e com espiral de baixa estatura e ampla volta terminal; geralmente não ultrapassando os 10 centímetros de comprimento e com desenhos e marcações coloridas, no caso de Harpa; todos geralmente esculpidos com costelas axiais (Harpa), nódulos ou relevos reticulados (Morum), o que os torna populares entre os colecionadores.[2][11][12] Possuem perióstraco ausente, columela sem pregas, ou dobras, e opérculo ausente ou vestigial. Sua cabeça é pequena e dotada de um longo sifão entre 2 tentáculos delgados, que exibem olhos claramente visíveis em sua base lateral externa. muito grande e carnudo, dividido em 2 partes: a parte anterior muito expandida lateralmente e a parte posterior alongada e apontada para trás. Todas as partes expostas do animal costumam ser vividamente pintadas em vários tons de marrom e vermelho e salpicadas de manchas amareladas. Animais ativos e fossoriais, vivendo em fundos arenosos, em profundidades que variam dos níveis da maré baixa, na zona nerítica, até a zona profunda, na plataforma continental. Os crustáceos que os Harpidae capturam são revestidos com muco e grãos de areia do substrato, provavelmente anestesiados, mortos e parcialmente digeridos por secreções de sua saliva.[9][13][14] O terceiro gênero da família, Austroharpa, apresenta conchas de formato mais parecido com o de Harpa, menos coloridas, com protoconcha arredondada e com o relevo de sua espiral mais similar ao de espécies de Morum; todas nativas da Austrália meridional.[11][15]

Taxonomia

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Segundo o World Register of Marine Species, a posição taxonômica dos Harpidae, dentro de uma superfamília, ainda não está bem estabelecida[6]; tendo sido encaixada entre os Volutoidea, e já tendo sido incluída entre os Olividae (gênero Harpa).[14] Posteriormente sua inclusão foi na superfamília Muricoidea, com referências taxonômicas, antigas, agrupando Harpa com Magilus e Coralliophila, sob o nome de família Magilidae.[7] No caso do gênero Morum, pelas características de sua concha, ele esteve entre os Cassidae[2][11], porém foi retirado deste táxon por Hughes, em 1986, devido às diferenças anatômicas do animal.[12]

Classificação de Harpidae: subfamílias e gêneros

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De acordo com o World Register of Marine Species, incluídos os sinônimos.

  • Volta corporal inflada, globosa a oval, e ampla abertura; com espiral baixa, lábio externo e columela sem dentículos ou verrucosidades. Superfície geralmente colorida e dotada de costelas axiais proeminentes.[5][10][14]
Subfamília Harpinae Bronn, 1849
Gênero Austroharpa Finlay, 1931; inclui Palamharpa Iredale, 1931
Gênero Harpa Röding, 1798; inclui Harpalis Link, 1807[6]
  • Abertura estreita e longa, equivalente ao comprimento de sua volta corporal; com lábio externo espessado e denticulado em sua superfície interna, ou também com verrucosidades em sua columela. Conchas geralmente subcilíndricas e menores que os 6 centímetros de comprimento, com superfície geralmente dotada de nódulos ou reticulada.[2][10][12][14]
Subfamília Moruminae Hughes & Emerson, 1987
Gênero Morum Röding, 1798; inclui Cancellomorum Emerson & Old, 1963; Oniscidia Mörch, 1852 e Pulchroniscia Garrard, 1961[6]

Ligações externas

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Referências

  1. «Morum oniscus distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  2. a b c d e f g ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 115-116. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  3. «Morum oniscus». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  4. a b c d «Harpa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  5. a b c d e f ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (Op. cit., p. 211-212.).
  6. a b c d e f g h i «Harpidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  7. a b c «Family: Harpidae (Harps)» (em inglês). Archerd Shell Collection - Natural History Museum (Washington State University). 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  8. SILVA, José António; MONTALVERNE, Gil (1980). Iniciação à Colecção de Conchas. Colecção Habitat. Lisboa, Portugal / Livraria Martins Fontes, Brasil: Editorial Presença. p. 71-72. 110 páginas 
  9. a b c LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 76-77. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  10. a b c TUNNELL, John W.; ANDREWS, Jean; BARRERA, Noe C.; MORETZSOHN, Fabio (2010). Encyclopedia of Texas Seashells. Identification, Ecology, Distribution and History (em inglês). USA: Texas A&M University Press - Google Books. p. 225. 512 páginas. ISBN 978-1-60344-141-4. Consultado em 15 de março de 2020 
  11. a b c d e FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 143-144. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  12. a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 138-139. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  13. «Family Harpidae - harp shells» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  14. a b c d Rehder, Harald A. (27 de novembro de 1973). «Family Harpidae - harp shells» (em inglês). Indo-Pacific Mollusca, vol. 3, no. 16 (Biodiversity Heritage Library). pp. 207–274. Consultado em 15 de março de 2020 
  15. «Austroharpa exquisita (Iredale, 1931)» (em inglês). Seashells of New South Wales. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020 
  16. a b «Morum praeclarum distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020