Glechoma hederacea

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Glechoma hederacea, comummente conhecida como hera-terrestre[1], é uma espécie de planta com flor pertencente à família das Labiadas e ao tipo fisionómico dos terófitos.[2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaGlechoma hederacea

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Lamiales
Família: Lamiaceae
Género: Glechoma
Espécie: G. hederacea
Nome binomial
Glechoma hederacea
L.

A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 2: 578. 1753.[3]

Nomes comuns

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Além de «hera-terrestre», esta espécie dá ainda pelos seguintes nomes comuns: erva-de-são-joão [4](não confundir com as espécies Hypericum perforatum e Artemisia vulgaris que também são conhecidas por este nome comum), malvela[2] e sanguina[2].

Etimologia

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Do que toca ao nome científico:

  • O nome genérico, Glechoma, provém do neolatim[5] e trata-se de uma derivação do étimo grego clássico glēchōn[6], que significa «poejo».
  • O epíteto específico, hederacea, provém do latim clássico e é uma declinação do adjectivo hĕdĕrācĕus, que significa «como a hera; semelhante a hera».[7]

Distribuição

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Marca presença em quase toda a Europa, incluindo o Cáucaso.[2] Encontra-se ainda no próximo Oriente e Ásia Central, incluindo em parte da China.[2] Está naturalizada na América do Norte.[2]

Portugal

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Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, de onde é nativa, e no Arquipélago dos Açores, onde foi introduzida.[8]

Mais concretamente, em Portugal Continental, encontra-se mais amiúde nas zonas do Noroeste ocidental, no Nordeste Leonês e na Terra Quente transmontana.[2]

Ecologia

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Privilegia os matagais, especialmente nas zonas úmbrias, sob o coberto de bosques caducifólios.[8]

No que toca às preferências em relação às características do solo, é uma indiferente edáfica, sendo certo que prefere sempre estar em sítios húmidos e sombrios.[8] Medra a alturas não superiores a 1.600 metros acima do nível do mar. [9]

Protecção

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Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Descrição

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A hera-terrestre, trata-se de uma planta herbácea, perene e rasteira.[9]

No que toca ao caule, é comprido e avermelhado junto à base, mostrando-se também radicante e piloso. [10] Do caule brotam rebentos estéreis e igualmente prostrados. Espaçadamente, no caule, vão-se erguendo ramos curtos, providos de pares de folhas arredondadas e crenadas em cujas axilas desabrocham, a partir de Março, graciosas flores cor de violeta.[9]

Destarte, do que concerne às folhas, vale explicar que são de coloração esverdeada, textura mole e formato crenado, cordiforme e arredondado.[10]

As flores surgem de Março a Maio, são de coloração entre o azulado e o violeta, exornadas com manchas de cor de púrpura ou, por vezes, de cor-de-rosa. Quanto ao posicionamento, as flores da hera-terrestre são unilaterais, contando-se com entre 2 e 4 na axila das folhas superiores.[9][10] O cálice das flores conta com 5 dentes e é de formato tubuloso, ao passo que a corola conta com 2 lábios, sendo o superior chanfrado e o inferior trilobado.[9] As flores têm 4 estames: 2 maiores e 2 mais diminutos. As anteras têm lóculos em ângulo recto.[10]

Quanto ao fruto, consistem tetraquénios, compostos por aquénios ovóides, lisos e castanhos.[10][9]

Uso Medicinal

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Às heras-terrestres são reputadas propriedades medicinais, enquanto ingrediente diurético, peitoral, tónico e vulnerário. Da planta podem retirar-se os seguintes componentes: princípio amargo, óleo essencial, tanino, glúcidos, potássio e resina.[9]

As partes mais utilizadas da hera-terrestre costumam ser as folhas, ainda no princípio da floração.[9]

História

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Esta espécie é conhecida desde a Alta Idade Média como planta medicinal, tendo sido muito apreciada por Santa Hildegarda, no século XII, graças às suas propriedades, ainda hoje reconhecidas, na confecção de preparados béquicos e vulnerários.[9]

No século XVI, era utilizada para tratar feridas internas e externas e mesmo na confecção de emplastros para combater a loucura.[9] Chegou a ser usada, cozida em leite, para fazer mezinhas para tratar das afecções dos brônquios.[9]

Referências

  1. Infopédia. «hera-terrestre | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 2 de dezembro de 2022 
  2. a b c d e f g «Jardim Botânico UTAD | Espécie Glechoma hederacea». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 2 de dezembro de 2022 
  3. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 7 de Outubro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/17600084>
  4. Infopédia. «erva-de-são-joão | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 30 de novembro de 2022 
  5. «Definition of GLECHOMA». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 2 de dezembro de 2022 
  6. «glechon - Ancient Greek (LSJ)». lsj.gr. Consultado em 2 de dezembro de 2022 
  7. «hĕdĕrācĕus |ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 2 de dezembro de 2022 
  8. a b c «Glechoma_hederacea| Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 2 de dezembro de 2022 
  9. a b c d e f g h i j k Borralho da Graça, J. A. (1993). Segredos e virtudes das plantas medicinais. Lisboa: Reader's Digest. p. 181. 732 páginas. ISBN 9726090164 
  10. a b c d e «Especie: Glechoma hederacea | BioScripts.net». www.floravascular.com. Consultado em 2 de dezembro de 2022 

Bibliografia

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Ligações externas

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