Homossexualidade e judaísmo

A homossexualidade para o judaísmo foi, e ainda é, um importante assunto de debate entre os movimentos religiosos judaicos. Os costumes tradicionais dessa mesma religião, veem os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo como categoricamente proibidos pela Torá.[1]

Protesto judeu pró-LGBT em Tel Aviv, Israel.
Judeu homossexual, na Marcha Gay do México.
Manifestantes judeus ortodoxos segurando cartazes de protesto anti-LGBT durante a parada do orgulho em Haifa, Israel (2010)

O livro de Vayikra (Levítico) é tradicionalmente interpretado como classificando a relação sexual entre homens como um to'eivah (algo abominável ou detestado) que pode estar sujeito à pena capital pelo atualmente inexistente Sinédrio sob halakha (lei judaica).

A questão tem sido objeto de discórdia dentro das denominações judaicas modernas e tem levado a debates e divisões. Tradicionalmente, o judaísmo vê a relação homossexual masculina, e não a homossexualidade em si, como contrária ao judaísmo, e esta opinião ainda é mantida pelo judaísmo ortodoxo.

Esta continua a ser a visão atual do judaísmo ortodoxo, mas não a do judaísmo reconstrucionista, do judaísmo reformista ou do judaísmo conservador. O Comitê do Judaísmo Conservador sobre Leis e Padrões Judaicos, que até dezembro de 2006 mantinha a mesma posição que a Ortodoxia, desde então emitiu várias opiniões sob sua filosofia de pluralismo; uma opinião continua a seguir a posição ortodoxa, enquanto outra opinião liberaliza substancialmente a visão do sexo e relacionamentos homossexuais (enquanto continua a considerar certos atos sexuais como proibidos).

Como no últimos tempos a homossexualidade se tornou um assunto inquietante e de importante influência social, também se tornou mais prevalente na comunidade judaica. Certos ramos do judaísmo que até recentemente eram menos abertos aos direitos dos homossexuais fizeram mudanças organizacionais sobre a questão; o judaísmo conservador foi o último dos movimentos judaicos considerado do fluxo liberal a adotar uma abordagem mais progressiva e simplificada para lidar com questões relacionadas à homossexualidade.[2] Até mesmo dentro da comunidade ortodoxa, existe uma pequena porém crescente população de indivíduos e líderes religiosos que ativamente engajam de forma positiva o assunto. A cada ano, centenas de estudantes judeus praticantes assumem sua homossexualidade e muitos continuam cada vez mais envolvidos na vida judaica liberal.[3]

Nos últimos anos organizações sociais foram criadas para auxiliar judeus a conviverem em uma sociedade judaica ortodoxa tradicional e serem homossexuais ao mesmo tempo.[4] O Jewish Queer Youth (JQY), por exemplo, é uma instituição estadunidense que conecta a comunidade LGBT com a comunidade judaica nos Estados Unidos.

Allen Bennett se tornou o primeiro rabino abertamente gay nos Estados Unidos em 1978.[5] Lionel Blue foi o primeiro rabino britânico a se reivindicar gay publicamente, o que ele fez em 1980.[6]

Na sociedade judaica laicista, que faz a maior parte da população judaica do mundo e de Israel a homossexualidade é bem aceita, em geral, e homossexuais assumidos fazem uma parte integral na sociedade.

Ver também

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Referências

  1. Leviticus 18:22. [S.l.: s.n.] 
  2. Dorff, Elliot; Nevins, Daniel; Reisner, Avram. «Rituals and Documents of Marriage and Divorce For Same-sex Couples» (PDF). Rabbinical Assembly. Consultado em 4 de março de 2015 
  3. Steve, Greenberg. «Rabbi». The Jewish Week. Consultado em 4 de março de 2015 
  4. «Our Mission | Eshel Online» 
  5. Dana Evan Kaplan (8 de agosto de 2005). The Cambridge Companion to American Judaism. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 75–. ISBN 978-0-521-52951-8 
  6. «Rabbi Lionel Blue, the first openly gay British rabbi, dies at 86 | Jewish Telegraphic Agency». Jta.org. 20 de dezembro de 2016. Consultado em 22 de junho de 2017 
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