Jaime Gama
Jaime José Matos da Gama GCC • GCIH • GCL (Fajã de Baixo, Ponta Delgada, 8 de junho de 1947) é um professor e político português.
Jaime Gama GCC • GCIH • GCL | |
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Retrato de Jaime Gama em 2008 | |
12.º Presidente da Assembleia da República | |
Período | 16 de março de 2005 a 19 de junho de 2011[1] |
Antecessor(a) | João Bosco Mota Amaral |
Sucessor(a) | Assunção Esteves |
Ministro(a) Portugal | |
Período | II Governo Constitucional
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Dados pessoais | |
Nascimento | 8 de junho de 1947 (77 anos) Ponta Delgada, Fajã de Baixo |
Partido | Partido Socialista |
Profissão | Professor e Jornalista |
Biografia
editarFrequentou o Liceu Nacional Antero de Quental, em Ponta Delgada. Licenciou-se em Filosofia e terminou o Curso Complementar de Ciências Pedagógicas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi professor do ensino secundário e do ensino superior privado, além de jornalista, com uma passagem pelo jornal República.
Membro da Ação Socialista Portuguesa, Jaime Gama foi detido pela PIDE em 1965, após deslocação a Roma para participar num encontro da Internacional Socialista. Em 1969 é candidato a deputado à Assembleia Nacional, pela Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, oposição democrática não comunista, participada também por monárquicos anti-salazaristas e católicos progressistas.[3]
Em 1973 está entre os militantes fundadores do Partido Socialista.
Quando ocorre o 25 de abril de 1974, Jaime Gama encontrava-se a cumprir o serviço militar, como oficial milicano do CICA 2 (Centro de Instrução de Condutores Auto da Figueira da Foz). Esta circunstância leva-o a participar diretamente nas operações militares do golpe que levou à queda do governo de Marcelo Caetano.[3] Daí será requisitado para dirigir a informação e os noticiários da Emissora Nacional, hoje RDP.[4]
Com uma longa carreira parlamentar, iniciada logo na Assembleia Constituinte, onde ademais de deputado foi presidente da Comissão dos Assuntos das Regiões Autónomas (1975-1976),[3] foi várias vezes eleito deputado à Assembleia da República, a partir de 1976, pelo círculo dos Açores e, a partir de 1983, pelo círculo de Lisboa. Foi vice-presidente (1976-1978) e presidente (1991-1992 e 1993-1995) do Grupo Parlamentar do PS; presidiu às comissões parlamentares dos Negócios Estrangeiros (1976-1978) e de Defesa Nacional (1985-1991).
A experiência parlamentar é interrompida diversas vezes para exercer funções governativas; Jaime Gama estreia-se como Ministro da Administração Interna, no segundo governo de Mário Soares, que resultou de uma coligação com o CDS-PP de Diogo Freitas do Amaral, em 1978; assume a função de Ministro dos Negócios Estrangeiros, de novo sendo Primeiro-Ministro Mário Soares, em coligação com o PSD (o chamado governo do Bloco Central), 1983-1985; repete o cargo no primeiro governo de António Guterres, 1995-2002; continua com Guterres, agora como Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, no seu segundo governo, que tomou posse em 1999 e durou até 2002, quando Guterres se demitiu na sequência de um mau resultado do PS nas eleições autárquicas desse ano.[3]
Quando regressa à Assembleia, na sequência das legislativas de 2002, ganhas pelo PSD de Durão Barroso, vai presidir à Comissão de Assuntos Europeus e Política Externa (2002-2005); assumindo, subsequentemente, o cargo de Presidente da Assembleia da República (2005-2011)[3][1] e, nessa qualidade, o cargo inerente de membro do Conselho de Estado (2005-2011).[3]
Publicou Política Externa Portuguesa (1983-1985, 1995-1999, 1999-2002).
Foi Presidente do Conselho de Administração do Novo Banco dos Açores entre 2014 e 2022.[5]
A 14 de Março de 2016 foi nomeado Chanceler das Antigas Ordens Militares pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, tomando posse a 23 do mesmo mês.[6][7]
- Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (19 de Abril de 1986)
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal (2 de Junho de 1987)
- Grã-Cruz do Mérito com Estrela da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha Ocidental (9 de Maio de 1989)
- Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (28 de Janeiro de 1991)
- Grã-Cruz da Ordem de Ouissam Alaoui de Marrocos (6 de Fevereiro de 1992)
- Medalha da República Oriental do Uruguai (12 de Agosto de 1997)[10]
- Comendador com Estrela da Ordem do Mérito da Polónia (22 de Setembro de 1997)
- Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz da Ordem do Mérito Civil de Espanha (17 de Agosto de 1998)
- Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (29 de Novembro de 1999)
- Grã-Cruz da Ordem de Honra da Grécia (17 de Março de 2000)
- Grã-Cruz da Ordem de Leopoldo I da Bélgica (9 de Outubro de 2000)
- Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Chile (30 de Setembro de 2001)
- Cavaleiro de Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana de Itália (1 de Abril de 2002)
- Grã-Cruz da Ordem da Liberdade de Portugal (4 de Outubro de 2004)
- Primeira Classe da Ordem da Estrela Branca da Estónia (29 de Março de 2006)
- Grã-Cruz da Ordem da Estrela da Jordânia (28 de Maio de 2009)
- Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real da Noruega (25 de Setembro de 2009)
- Cavaleiro de Grã-Cruz da Pontifícia Ordem Equestre de São Gregório Magno do Vaticano ou da Santa Sé (3 de Setembro de 2010)
Distinções
editar- Doutoramento Honoris Causa pela Universidade dos Açores (6 de Março de 2017)
Família
editarFilho do Tenente-Coronel Jaime da Rosa Ferreira da Gama (Horta, Matriz, Janeiro de 1914 - Lisboa, 29 de Julho de 2003), Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis (28 de Dezembro de 1953) e Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis (4 de Julho de 1973),[11] e de sua mulher Lucília Vaz do Rego de Matos (Ponta Delgada, São Sebastião, 12 de Setembro de 1916 - Lisboa, Estrela, Hospital Militar da Estrela, 21 de Setembro de 1987). É primo em terceiro grau da antiga mulher de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa.[12]
Casou em Lisboa, a 18 de Setembro de 1971, com Alda Taborda, de quem tem um filho, João Taborda da Gama, Licenciado em Direito, variante de Direito Financeiro e Fiscal, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi Professor Assistente, transferindo-se depois para a Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa, advogado, casado.[12]
Referências
- ↑ a b «Antigos presidentes da Assembleia da República (Jaime Gama)». Assembleia da República. Consultado em 30 de julho de 2024
- ↑ Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto (2005). Dicionário Biográfico Parlamentar (1935-1974). Lisboa: co-edição Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Assembleia da República
- ↑ a b c d e f Parlamento.pt
- ↑ DN
- ↑ Jaime Gama considera que a sua missão foi "útil aos Açores à economia e à banca" regional, Correio dos Açores, 24.03.2022
- ↑ «Decreto do Presidente da República n.º 5/2016, de 14 de março». Diário da República. 14 de Março de 2016. Consultado em 31 de julho de 2024
- ↑ «Presidente da República deu posse aos Chanceleres das Ordens Honoríficas». Página Oficial do Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas. 23 de Março de 2016. Consultado em 24 de Abril de 2016
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Jaime José Matos da Gama". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de fevereiro de 2015
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "Jaime José Matos da Gama". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de fevereiro de 2015
- ↑ «Resolución N° 749/997». Centro de Información Oficial. 12 de agosto de 1997. Consultado em 30 de julho de 2024
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Jaime Rosa Ferreira da Gama". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de fevereiro de 2015
- ↑ a b Jorge Eduardo de Abreu Pamplona Forjaz (2016). Genealogias de Moçambique. I. Angra do Heroísmo: Instituto Açoriano de Cultura
Ligações externas
editar
Precedido por Alberto Oliveira e Silva |
Ministro da Administração Interna II Governo Constitucional 1978 |
Sucedido por António Gonçalves Ribeiro |
Precedido por Vasco Futscher Pereira |
Ministro dos Negócios Estrangeiros IX Governo Constitucional 1983 – 1985 |
Sucedido por Pedro Pires de Miranda |
Precedido por José Manuel Durão Barroso |
Ministro dos Negócios Estrangeiros XIII e XIV Governos Constitucionais 1995 – 2002 |
Sucedido por António Martins da Cruz (como ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas) |
Precedido por José Veiga Simão |
Ministro da Defesa Nacional XIII Governo Constitucional 1999 |
Sucedido por Júlio Castro Caldas |
Precedido por Tarja Halonen Finlândia |
Presidente do Conselho da União Europeia Janeiro – Junho de 2000 |
Sucedido por Hubert Védrine França |
Precedido por João Bosco Mota Amaral |
Presidente da Assembleia da República 2005 – 2011 |
Sucedido por Assunção Esteves |