João Tamagnini Barbosa

político português (1883-1948)
 Nota: Se procura o governador de Macau, veja Artur Tamagnini de Sousa Barbosa.

João Tamagnini de Sousa Barbosa ComCOAComAGOA (Macau, 30 de dezembro de 1883Lisboa, 15 de dezembro de 1948) foi um militar do Exército Português, habilitado com o curso de engenharia militar, que concluiu com distinção, que exerceu diversas funções políticas, entre as quais as de ministro do governo da República Nova e de presidente do conselho de ministros após o assassinato de Sidónio Pais. Foi também dirigente desportivo, ligado ao Sport Lisboa e Benfica.[2][3]

João Tamagnini Barbosa
João Tamagnini Barbosa
Presidente do Ministério de Portugal
Período 23 de dezembro de 1918
até 27 de janeiro de 1919[1]
Presidente João do Canto Castro
Antecessor(a) João do Canto Castro
Sucessor(a) José Relvas
Dados pessoais
Nome completo João Tamagnini de Sousa Barbosa
Nascimento 30 de dezembro de 1883
Macau
Morte 15 de dezembro de 1948 (64 anos)
Lisboa
Alma mater Academia Militar
Prêmio(s) Comendador da Ordem Militar de Cristo
Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis
Comendador da Ordem Militar de Avis
Oficial da Ordem Militar de Avis
Profissão oficial, político, dirigente desportivo
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Português
Graduação Brigadeiro

Biografia

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Nasceu em Santo António, Macau, a 30 de Dezembro de 1883, filho de Artur da Mota Tamagnini Barbosa e de Fátima Carolina Correia de Sousa. O pai esteve em Macau a partir de 1877 como 2.º oficial da administração da fazenda militar, fazendo parte do 3.º Batalhão do Regimento de Infantaria do Ultramar, onde exercia as funções de quartel-mestre. Em 1879 passou a contador interino da Junta da Fazenda de Macau e Timor. Voltou ao Reino em 1880, mas regressou a Macau em 1882, tendo sido nomeado em 1884 inspector da fazendo provincial. Foi irmão de Artur Tamagnini de Sousa Barbosa (1881–1940), que governaria Macau por 3 vezes.[4]

Oficial do Exército da arma de Engenharia, de convicções republicanas, foi Ministro do Interior, das Colónias e das Finanças da «República Nova», nos governos de Sidónio Pais e de João do Canto e Castro, entre 12 de dezembro de 1917 e 14 de dezembro de 1918, tendo colaborado na Gazeta das colónias[5] (1924–1926).

Foi presidente do Ministério (atual primeiro-ministro) da I República, após o assassínio de Sidónio Pais, de 23 de dezembro de 1918 a 27 de janeiro de 1919.[1]

Para além da sua passagem pelo Governo, foi deputado, presidente da Câmara Municipal de Lourenço Marques, engenheiro-chefe em diversas repartições públicas de Moçambique, director do Instituto dos Pupilos do Exército, comandante militar da ilha Terceira, administrador das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade e da Companhia Carris de Ferro de Lisboa.[6]

A 15 de fevereiro de 1919 foi feito Comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.[7] A 31 de dezembro de 1920 foi feito Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis, tendo sido elevado a Comendador da mesma Ordem a 5 de outubro de 1926 e a Grande-Oficial a 20 de junho de 1941.[7]

A 19 de julho de 1946 foi feito Comendador Honorário da Excelentíssima Ordem do Império Britânico.[8]

Foi eleito presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica para os anos de 1946/1947, no terceiro período de vigência de Manuel da Conceição Afonso como presidente da direção. Pela demissão deste, a 30 de julho de 1946, passou para o cargo máximo do clube, o de presidente, tendo tomado posse no dia 25 de janeiro de 1947. Manteria o cargo até o dia do seu abrupto falecimento. Tentou encontrar uma solução rápida para o clube voltar às vitórias futebolísticas, e, para que isso se tornasse uma realidade, despediu Janus Biri, contratando primeiro Lippo Hertzca, depois Ted Smith. Não chegaria a presenciar em vida, contudo, os resultados desejados, mas esta decisão abriu caminho não só para quebrar o ciclo negativo do clube a nível nacional como também para o levar a conquistar o seu primeiro grande troféu do futebol europeu: a Taça Latina.

Atingiu o posto de Brigadeiro.

Casou com Maria Luísa da Cunha e Silva, com descendência.

Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado em 1911 na Loja Pátria e Liberdade, com o nome simbólico de Wagner.[9] Foi também grão-mestre da Maçonaria do rito escocês em 1933.[10]

Ver também

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Referências

  1. a b «Chefes do Governo desde 1821». Consultado em 2 de outubro de 2024 
  2. «João Tamagnini Barbosa». www.zerozero.pt .
  3. «João Tamagnini Barbosa - 19º Presidente do Benfica (25/1/47 a 15/12/1948)» (PDF). www.benficauniversal.com. Consultado em 17 de dezembro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 15 de junho de 2018 .
  4. «João Tamagnini Barbosa». nenotavaiconta.wordpress.com .
  5. Pedro Mesquita (12 de junho de 2014). «Ficha histórica: Gazeta das colonias : semanario de propaganda e defesa das colonias (1924-1926)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de outubro de 2014 
  6. «Biografias // Barbosa, João Tamagnini de Sousa (1883-1948)». ihc.fcsh.unl.pt [ligação inativa].
  7. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Tamagnini de Sousa Barbosa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de janeiro de 2014 
  8. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "João Tamagnini de Sousa Barbosa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 18 de abril de 2015 
  9. Oliveira Marques, A. H. de (1985). Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 150 
  10. «Respublica: Barbosa, João Tamagnini de Sousa». maltez.info .

Ligações externas

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Precedido por
José Norton de Matos
(de facto)
Junta Revolucionária composta por:
Sidónio Pais
António Machado Santos
Feliciano da Costa

(interina)
Ministro das Colónias
19171918
(XV Governo Republicano)
Sucedido por
Alexandre de Vasconcelos e Sá
Precedido por
Sidónio Pais
Ministro da Guerra
(interino)
1918
(XV Governo Republicano)
Sucedido por
Amílcar Mota
Precedido por
Henrique Forbes Bessa
Ministro do Interior
(1.ª vez)
1918
(XVI Governo Republicano)
Sucedido por
António Bernardino Ferreira
Precedido por
Francisco Xavier Esteves
(de facto)
Joaquim Mendes do Amaral
(interino)
Ministro das Finanças
1918
(XVI Governo Republicano)
Sucedido por
Ventura Malheiro Reimão
Precedido por
Sidónio Pais
(de facto; como presidente da República
acumulando a chefia do governo)

Ministério composto por:
António Bernardino Ferreira
Jorge Couceiro da Costa
João Tamagnini Barbosa
Álvaro César de Mendonça
João do Canto e Castro
António Egas Moniz
João Alberto Azevedo Neves
Alexandre Vasconcelos e Sá
Alfredo Magalhães
Henrique Forbes Bessa
José João da Cruz Azevedo
Eduardo Fernandes de Oliveira
(interino;
acumulando a chefia do Estado e do governo)

João do Canto e Castro
(como presidente do Ministério interino;
depois como presidente da República
acumulando a chefia interina do governo)
Presidente do Ministério de Portugal
19181919
(XVII e XVIII Governo Republicano)
Sucedido por
José Relvas
Precedido por
António Bernardino Ferreira
Ministro do Interior
(2.ª vez)
19181919
(XVII e XVIII Governo Republicano)
Sucedido por
José Relvas