João Vilhena

artista português
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Joao Vilhena, (Lisboa), é um dos mais singulares media artists portugueses da actualidade. Estudou escultura e pintura na escola de arte de Lisboa Ar.Co, onde já se destacava pela qualidade dos seus projectos, postura ética no trabalho e na forma como lidava com os seus colegas.[1] A maioria do trabalho de Vilhena está relacionado com o cinema, a literatura e as artes visuais, recorrendo a uma grande variedade de meios, como a pintura, a escultura, a fotografia e o vídeo. Trabalha com John Frey em 2012 explorando a técnica do fundada Sanford Meisner (1905-1997) no sentido de aprender junto de Frey, que aprendeu ainda como discípulo directo de Meisner.[2][3]

Joao Vilhena

Nome completo Joao Vilhena
Nascimento
Lisboa, Portugal
Nacionalidade português
Área Media Artist
Website [4]

Obra/Críticas

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No livro "Joao Vilhena" (Assírio & Alvim, 2002), Luiz Francisco Rebello escreve: "A arte de Joao Vilhena é uma arte, ao mesmo tempo visível e escondida, que indaga em nós, perturba e nos provoca, retornando para nós intacto o gosto bêbado da descoberta. Apetece dizer, parafraseando Pessoa: 'Sinta-se? Aquele que vê sente.'".[4][5][6] No mesmo livro e a propósito da exposição apresentada no museu de Arte Contemporânea do Funchal, o crítico de arte Alexandre Melo escreve: "O que o artista tem de decidir, para se apresentar e ser socialmente compreendido enquanto artista, é qual é a versão de si próprio ou quais são as versões de si próprio que quer assumir, enquanto artista, perante os seus públicos. A decisão pode tomar, por exemplo, a forma extrema da exacerbação hiperbólica da expressão da subjectividade ou, para citar um outro exemplo extremo, simétrico, a forma da crítica e denegação da autoridade individual através de uma pretensa crítica da noção tradicional de autor. A opção de João Vilhena é outra, menos óbvia e menos simplificadora, e joga-se no registo da encenação, para nos mantermos no âmbito do paradigma teatral." [7][5][8] No livro editado pela Galeria e editora Bores & Mallo em 2002, Fernando Castro Florez escreve: "Insisto em que Vilhena com suas imagens (elipticamente) anuncia eventos ligados a rituais sacrificiais de purificação, daí a atenção para banheiras ou molduras, mas também pratica uma pintura reduccionista, onde esquematiza o lugar da higoiene pessoal ou melhor, o sarcófago 'minimalista'. Lyotard [9] falou da fórmula pós-moderna, num conflito imaginário, como uma resposta ao deixar em suspenso, não excluindo que haja algo de Outro 'algo de falta e algo de desejo', elementos que estão presentes, estruturalmente, no trabalho de Vilhena." [5][9]

Em 2013 a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva referiu-se à obra "American Psycho" de Joao Vilhena, pertencente à colecção de Luís e Saphira Serpa como "autorrepresentação contemporânea como de transgressão e de provocação, que usa o autorretrato como media e como via de pesquisa per se, independente, como é notório em Nan Goldin, João Vilhena ou Michèle Sylvander, entre outros."[10] Esta obra do artista encontra-se igualmente representada no Colecção da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2003.[11]

A respeito das obras de "Beach Series" que o artista fez em 2013 a revista Umbigo Magazine escreveu "Tendo trabalhado anteriormente com representação de corpos encenados de acordo com referências literárias, teatrais, e da cultura plástica contemporânea, nesta série encontramos corpos sem pose, vistos de cima e sem que os mesmos se confrontem com o registo. A naturalidade de uma representação é também ponto de vista." [12] A mesma revista escreveu também a respeito da "Autumn Seascape Series 2013" onde o artista mostra a sua objectividade "recorrendo a uma estratégia de montagem de “layers”, situações são criadas ao tom de Outono variando o percurso de fotografia com uma frequência minimalista para o surrealismo. Estes surgem através da sobreposição de imagens de praia e relacionamento de escalas entre os corpos presentes. Cada imagem é aquilo que o espectador decide procurar ou ver remontando ao automatismo condicionado da nossa percepção."[13]

Em 2014 Joao Vilhena apresenta a exposição "E/O" - "Eu é Outros" (em Inglês "I/O") onde são mostrados 32 auto-retratos (selfies como auto-representação) onde aparece em pinturas clássicas. Uma particularidade importante foi a utilização exclusiva de um iPhone para fotografar e criar estas obras. Esta exposição foi reconhecida como mais um marco importante na carreira de Joao Vilhena, tendo tido lugar na Galeria Luís Serpa Projectos com o comissariado de António Cerveira Pinto.[14]

Em 2015 a série "Timeline" mostrou novamente um corpo de trabalho forte e apoiado por críticos e media. Apresentada no Palácio Nacional de Mafra, é composta por 12 esculturas que mostram um olhar do artista sobre a história de arte do século XX até à actualidade (uma escultura por década) tendo continuidade ao serem feitas no mesmo material recorrendo à matemática e ao minimalismo.[15][16][17]

Em 2016 a sua obra "Chromafactory.com" coloca new media art no espaço público, homenageando os trabalhadores da antiga fábrica agora desocupada e em ruínas numa reflexão ente o real e o fazer do gesto de pintar. Segundo Filippo de Tomasi (comissário da exposição e investigador do artista) “A obra CHROMAFACTORYONLINE.COM propõe alterar, desconstruir e remontar o espaço industrial, abrindo novas realidades. Através da utilização prévia do dispositivo Chroma Key, o artista realizou diferentes elementos verdes no espaço, que criam uma interferência visual que se mistura com a arquitetura do edifício. Estas grandes manchas de tinta verde, à primeira vista fragmentárias e dispersas, recompõem-se em quadros num ponto preciso da sala: efeito criado pela pintura anamórfica. O visitante pode sentar-se e visualizar os retângulos. No entanto, com o auxilio do QR Code ou do tablet disponibilizado, consegue visualizar a reconstrução digital realizada pelo artista. No vídeo, quatro pessoas interagem com os quadrados, entram neles e multiplicam-se: aciona-se um jogo de espelhos que estabiliza a percepção do visitante e quebra os limites físicos do espaço do edifício. Ao interagir com as obras artísticas de João Vilhena apresenta-se aos nossos olhos e sentidos uma outra perspectiva que nos transporta para além do real." [18]

Estudos e cursos

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Começou por fazer curso de verão de desenho no Ar.Co Centro de Arte e Comunicação Visual. Depois fez um curso intensivo de Iluminação e Câmera na Logomedia Produções Audiovisuais até fazer depois o Curso de Pintura, Curso de Escultura e Curso Avançado em Arte no Centro de Arte e Comunicação Visual. Fez um workshop com Wayne Mcgregor na Fundação Calouste Gulbenkian (Body Mediated by Tecnology)e um Curso de Acting com John Frey sobre "O método de Meisner".[19][20] Também iniciou frequência de estudos para medicina na Universidade de East Anglia no Reino Unido.[21]

Exposições individuais

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Exposições colectivas

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Algumas colecções públicas e privadas

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Livros e publicações

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Joao Vilhena participou (e continua a participar) em diversas edições das revistas ”Umbigo” [107] e “Egoísta” (nº15 "Amor2"/Maio 2003; nº22 "Coração" /Março 2005; nº26 "Cidade2" / Março 2006; nº29 "Paz" / Dezembro 2006; nº30 "Escrever" / Março 2007; nº38 "Sonho" / Abril 2009; nº41 "Natureza" / Dezembro 2009; nº48 "Cartas" / Março 2012; nº51 "Poesia" / Dezembro 2013; nº52 "Revolucionar" / Abril 2014; nº56 "Família" / Dezembro 2015).[108][109]

Prémios e bolsas

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Projectos curatoriais

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  • 1999 "RAma" – Galeria Alvarez, Porto, (Cat.)
  • 1999 "Ramaia" – Armazém EPAC, Vila do Bispo, (Cat.)
  • 2000 "2000greenSpaces" – Estufa Fria, Lisboa, (Cat.)
  • 2011 ISEG, ISEG Art Dynamics - 100º Aniversário,Director Artístico Executivo, Lisboa[29]
  • 2012 "Art Protesters"[114][115][116] - com João Galrão, projecto web - base de dados contendo protestos contra a extinção do ministério da cultura em Portugal contendo vídeos de artistas oriundos de várias áreas e nacionalidades onde queimam as suas obras.


Biografia

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Joao Vilhena nasceu em Lisboa a 1 de Julho. Na maior parte das referências (catálogos, etc), o ano de nascimento surge como 1978,[117][118] mas consta também 1980 [119] e 1983 na revista Visão,[120] confundindo a persona por ele criada no âmbito do seu trabalho com os factos reais. Tem vivido em Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Piedmont, Lisboa e Oeiras (Portugal). A sua obra integra referências da cultura cinematográfica e literária.

Iniciou a carreira artística, ainda como estudante do primeiro ano, em 1997 na exposição colectiva NHXXI (na Estufa Fria, Lisboa),[119][121] sendo uma presença regular [122] desde 2000 no mercado de arte português e internacional, quando começou a fazer parte de algumas das mais importantes colecções de arte em Portugal e, logo depois, a ter as suas primeiras exposições individuais (sendo a primeira em 2002 na Galeria Presença, no Porto).[123]

O estúdio Joao Vilhena recebe por marcação prévia. O artista encontra-se contactável através das galerias com que trabalha. Desde que o galerista Luís Serpa faleceu em 2015 e a Galeria Luís Serpa Projectos encerrou o artista deixou de poder se contactado através desta galeria.[7] Encontra-se representado em diversas colecções públicas e privadas Nacionais e Internacionais (Espanha, França, Itália, Estados Unidos, entre outros).[124] A sua vivência nos Estados Unidos e Europa é uma permanente referência na sua obra.

Em 2005, elabora o projecto de uma biografia não autorizada (editada em Inglês como e-book em 2005 e em Portugal em 2009 numa versão bilingue – Inglês e Português – pelo Óbidos 2009), escrita por I.S [125][126] na qual morre, em circunstâncias misteriosas. "Como é possível existir vida depois da morte se Vilhena não é exactamente Jesus Cristo?", perguntou a revista Time Out. Vilhena respondeu: “Estou agora não como corpo mas como entidade, na defesa de uma filosofia. Talvez me tenha tornado mais humano desde que morri.”'.[127] Autor de diversos livros e outras publicações, encena uma representação de si mesmo.

Joao Vilhena é desportista promove ativamente um estilo de vida saudável [128]

Referências

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Ligações externas

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