Joaquim Silvério de Sousa
Joaquim Silvério de Sousa (São Miguel do Piracicaba, 20 de julho de 1859 – Diamantina, 30 de agosto de 1933), foi um prelado brasileiro da Igreja Católica, que foi bispo e arcebispo de Diamantina.
Joaquim Silvério de Sousa | |
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Arcebispo da Igreja Católica | |
Arcebispo de Diamantina | |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Arquidiocese de Diamantina |
Nomeação | 25 de janeiro de 1910 |
Predecessor | João Antônio dos Santos |
Sucessor | Serafim Gomes Jardim da Silva |
Mandato | 1910–1933 |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação diaconal | 24 de fevereiro de 1882 |
Ordenação presbiteral | 4 de março de 1882 por Antônio Maria Correia de Sá e Benevides |
Nomeação episcopal | 16 de novembro de 1901 |
Ordenação episcopal | 2 de fevereiro de 1902 por Silvério Gomes Pimenta |
Lema episcopal | Sob a proteção de Maria |
Nomeado arcebispo | 29 de janeiro de 1909 |
Dados pessoais | |
Nascimento | São Miguel do Piracicaba 20 de julho de 1859 |
Morte | Diamantina 30 de agosto de 1933 (74 anos) |
Nacionalidade | brasileiro |
Funções exercidas | -Bispo coadjutor de Diamantina (1901-1905) -Bispo de Diamantina (1905-1909) -Arcebispo coadjutor de São Sebastião do Rio de Janeiro (1909-1910) |
Títulos anteriores | -Bispo titular de Bagis (1901-1905) -Arcebispo titular de Axum (1909-1910) |
dados em catholic-hierarchy.org Arcebispos Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Biografia
editarVida inicial
editarNascido na Fazenda das Peneiras, perto de São Miguel do Piracicaba, hoje Rio Piracicaba em 20 de julho de 1859, era filho de Antônio de Souza Monteiro e de Ana Felícia Policena de Magalhães. Aos 13 anos ingressou no Seminário de Mariana, sob a direção dos padres da Congregação da Missão. Depois foi para o Seminário Maior do Caraça. Em 1881, quando o Imperador Dom Pedro II visitou o educandário, foi escolhido para falar, em nome do corpo discente, à Sua Majestade.[1]
Em 24 de fevereiro de 1882, foi ordenado diácono e em 4 de março seguinte, recebeu a ordenação presbiteral[2] de Dom Antônio Maria Correia de Sá e Benevides, bispo de Mariana.[3] Após a ordenação presbiteral, além de ser professor de latim, português e história no Seminário do Caraça, foi vigário de Inficcionado, atual Santa Rita Durão, e capelão do Recolhimento das Freiras de Macaúbas. Além destes encargos, não deixou de cultivar as letras, colaborando em jornais católicos, como “O Apóstolo” e “Minas Gerais”.[1]
Episcopado
editarEm 16 de novembro de 1901, quando Dom João Antônio dos Santos estava quase cego vitimado por uma forte miopia, foi nomeado bispo coadjutor de Diamantina, recebendo a dignidade de bispo titular de Bagis, para auxiliá-lo no governo pastoral.[2][3]
Recebeu a ordenação episcopal em 2 de fevereiro de 1902 de Dom Silvério Gomes Pimenta, bispo de Mariana, coadjuvado por Dom João Batista Correia Néri, bispo de Pouso Alegre e por Dom Fernando de Souza Monteiro, C.M., bispo do Espírito Santo.[2]
Em 1903, fundou o jornal semanário "A Estrela Polar" para ser o veículo informativo da Diocese. Com a morte de Dom João Antônio dos Santos, sucedeu como bispo diocesano em 17 de maio de 1905.[2]
Em 29 de janeiro de 1909, Dom Joaquim foi nomeado arcebispo coadjutor da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, para auxiliar o cardeal Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, recebendo a dignidade de arcebispo titular de Axum.[1][2] Contudo, alegando motivos particulares e questões de saúde, Dom Joaquim continuou em Diamantina.[1] Assim, em 25 de janeiro de 1910, retorna ao governo pastoral da Diocese de Diamantina, como arcebispo ad personam.[2][3]
Com a elevação da diocese de Diamantina a dignidade de arquidiocese metropolitana, torna-se seu primeiro arcebispo em 28 de junho de 1917, recebendo o pálio arquiepiscopal em 18 de outubro de 1919 das mãos de Dom Silvério Gomes Pimenta.[1][2]
Em 1932, o então núncio apostólico no Brasil, Dom Benedetto Aloisi Masella, foi a Diamantina levar-lhe a condecoração que lhe fora dada pelo Papa Pio XI: a de Conde Romano e assistente ao Sólio Pontifício.[1]
Dom Joaquim foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, da Sociedade Internacional de História de Paris, e fundador da Academia Mineira de Letras, onde ocupou a cadeira 23, cujo patrono é Joaquim Felício dos Santos, jurista diamantinense.[1]
Homenagens
editarEntre outras homenagens, Dom João Antônio dos Santos dá seu nome a um município mineiro, Dom Joaquim[1], a um logradouro em Goiânia[4] e a uma escola estadual em Diamantina.[5]
No ano de seu centenário de nascimento, foi lançado um selo postal em sua homenagem.[1]
Obras
editarDom Joaquim Silvério de Sousa foi autor, dentre outras obras:
- Sítios e personagens. Bello Horizonte: Imp. Official de Minas Geraes. 1895
- O Lar Católico. Belo Horizonte: Caritatem. 1900. ISBN 9786586086645
- Vida de D. Silverio Gomes Pimenta. 1. arcebispo de Marianna. São Paulo: Escolas Profissionaes do Lyceu Coração de Jesus. 1927
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j «DOM JOAQUIM SILVÉRIO DE SOUZA PATRONO DA CADEIRA NÚMERO 75». Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais - Pesquisa de Pe. Ismar Dias de Matos
- ↑ a b c d e f g h Catholic Hierarchy
- ↑ a b c Annuario de Minas Geraes
- ↑ «Rua Dom Joaquim Silvério Souza - Santo Hilário - Goiânia, GO». Site Rua CEP
- ↑ «Escola Estadual Dom Joaquim Silverio De Souza». mg.gov.br
Bibliografia
editar- Annuario de Minas Geraes. vol. 6. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado de Minas Geraes. 1918. p. 52-53
Ligações externas
editar- Cheney, David M. «Joaquim Silvério de Souza» (em inglês). Catholic-Hierarchy.org
- «Joaquim Silvério de Sousa» (em inglês). GCatholic.org
- «2° Bispo e 1° Arcebispo: Dom Joaquim Silvério de Souza (1905 – 1910)». Arcebispos anteriores - Arquidiocese de Diamantina
Precedido por Francesco Fogolla, O.F.M. Obs. |
Bispo titular de Bagis 1901 — 1905 |
Sucedido por Celestin Ibáñez y Aparicio, O.F.M. |
Precedido por João Antônio dos Santos |
Bispo de Diamantina 1905 — 1909 |
Sucedido por sede vacante |
Precedido por Bartolomeo Mirra |
Arcebispo titular de Axum 1909 — 1910 |
Sucedido por Antonio Maria Bonito |
Precedido por sede vacante |
Arcebispo ad personam de Diamantina 1910 — 1917 |
Sucedido por elevação a metropolita |
Precedido por elevação da diocese |
Arcebispo de Diamantina 1917 — 1933 |
Sucedido por Serafim Gomes Jardim da Silva |