Leopoldo de Bulhões (político)
José Leopoldo de Bulhões Jardim (Cidade de Goiás, 28 de setembro de 1856 — Petrópolis, 15 de dezembro de 1928[1]) foi um político e financista brasileiro. Foi advogado formado na Faculdade de Direito de São Paulo.[2]
Leopoldo de Bulhões | |
---|---|
Leopoldo de Bulhões | |
Senador por Alagoas | |
Período | 1.º 1909 2.º 1912 a 1917 |
Senador por Goiás | |
Período | 1894 a 1902 (3 mandatos consecutivos) |
Deputado federal por Goiás | |
Período | 1891 a 1893 |
Legislatura | Constituinte de 1891 |
Deputado geral pela Província de Goiás | |
Período | 1881 a 1889 [a] |
91.º e 93.º Ministro da Fazenda do Brasil | |
Período | 1.º 15 de novembro de 1902 a 15 de novembro de 1906 2.º 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910 |
Presidente do Brasil | Rodrigues Alves Nilo Peçanha |
Antecessor(a) | 1.º Sabino Alves Barroso Júnior 2.ºDavid Morethson Campista |
Sucessor(a) | 1.º David Morethson Campista 2.º Francisco Antônio de Sales |
Presidente de Goiás | |
Período | Renuncia ao mandato após eleição, para permanecer no Parlamento, em 1892. |
Sucessor(a) | Antônio José Caiado |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de setembro de 1856 Cidade de Goiás, Goiás, Brasil |
Morte | 15 de dezembro de 1928 (72 anos) Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil |
Partido | PL (1881-1888) PRG (1888-1909) PD (1909-1912) [b] |
Biografia
editarLeopoldo de Bulhões nasceu em Goiás, a capital estadual, no dia 28 de setembro de 1856, seu avô foi José Rodrigues Jardim senador e presidente daquela província. Estudou direito na Faculdade do Largo de São Francisco, bacharelando-se.
Carreira política
editarParticipou ativamente da política durante o Segundo Reinado, tendo se filiado em 1880, ao Partido Liberal. Tornou-se republicano e pró-federalismo, se tornando deputado geral; fundou ao lado de Joaquim Xavier Guimarães Natal fundou o Partido Republicano de Goiás. Com a Proclamação da República do Brasil, voltou a ser deputado da Constituinte de 1891, sempre se opondo às políticas de Rui Barbosa.
Organizou estudos sobre a reestruturação do Banco da República em conjunto à uma comissão. Foi eleito presidente estadual em 1892, porém preferiu continuar o exercício no Legislativo. Embora apoiasse Prudente de Morais, defendeu os revoltosos da Revolução Federalista, por vias de seus discursos. Assumiu uma vaga no Senado Federal do Brasil, por Goiás, exercendo a liderança do Governo na Casa e atingindo o apogeu de sua influência política no estado. Exerceu o mandato de senador pelo seu estado natal de 1894 a 1902, Foi por duas vezes, Ministro da Fazenda e também diretor do Banco do Brasil.
Eleições de 1905 e 1906
editarApoiou Urbano Coelho de Gouveia e José Xavier de Almeida, porém o último começou cada vez mais a se afastar dos Bulhões e seu grupo, o que fez Leopoldo conspirar na capital. Em 1904, ocorre as eleições legislativas que elegem a maioria dos grupos situacionistas. Tal fato foi importante pois, esses grupos iriam se aliar ao grupo de Leopoldo de Bulhões, em especial a família Caiado, encabeçada por Totó Caiado.
Em 2 de março de 1905, ocorre o pleito eleitoral, vencendo o candidato apoiado por Xavier de Almeida, Miguel da Rocha Lima.[3][4] O grupo de Bulhões, que foi derrotado por Brás Abrantes na disputa senatorial em 1906, homologou a vitória de seu candidato, José Joaquim de Sousa, criando uma duplicidade na presidência, uma crise de dois presidentes. A crise que se sucedeu foi sanada em 1906, quando enfim o deputado federal mineiro Estevão Lobo Leite Pereira, ao chefiar a Relatoria da Comissão Julgadora do Congresso Nacional, declarou a vitória à Miguel da Rocha Lima.[3] A questão levaria à uma rechaça futura dos grupos de Oposição, a Revolução de 1909.[5]
Revolução de 1909
editarA conspiração tomou força em março de 1909, quando pela segunda vez vencia um candidato xavierista, Hermenegildo Lopes de Morais. Leopoldo, une forças com a oposição ao lado do deputado federal, Antônio Ramos Caiado, também oligarca, depondo Miguel da Rocha Lima, desestabilizaram o governo de Francisco Bertoldo de Sousa e seu vice, acabando por nomear um presidente, Urbano de Gouveia. Tudo isso, dava-se à sustentação politica do governo federal.[6]
O Partido Democrata nomeou Urbano Coelho de Gouveia para reassumir o governo. Os Bulhões e os Caiado retornam ao poder, porém em 1912, o presidente da República, Hermes da Fonseca intervém no estado, mas, remove apenas Leopoldo, que perdeu totalmente sua influência política local. Totó Caiado e sua estrutura de influência política foram mantidas, o que justifica o fato deste ter ascendido à presidência do PD.[7]
Política das Salvações e ostracismo político
editarCom as Política das Salvações, liderada pelo presidente do Brasil e marechal Hermes da Fonseca, Leopoldo de Bulhões e seu grupo foram afastados do poder, centralizado na figura de Antônio Ramos Caiado, que se tornou presidente partidário do PD. Ao lado de Gonzaga Jaime, Leopoldo refundou o Partido Republicano em 1913.Exerceu nesse período, o mandato de senador pelo Estado de Alagoas em 1909 e de 1911 a 1918, após perder sua influência política em Goiás.
As rivalidades políticas de Bulhões com a eminência parda, o senador Pinheiro Machado, resultaram cada vez mais no afastamento da política de Goiás, ele acabou transferindo seu domicílio eleitoral para Alagoas. O Partido perdeu a disputa senatorial de 1917, quando Leopoldo fora “degolado” pela Comissão de Verificação de Poderes. Bulhões foi rapidamente transferido para um comissariado público e o Partido desfez-se em 1921.[8]
Foi presidente da Câmara Municipal, sendo vereador por diversas vezes e prefeito de Petrópolis. Em seu breve mandato em 1917, regulamentou as escolas subvencionadas pela Prefeitura Municipal, determinando requisitos em relação ao tamanho e às instalações da escola e ao número de alunos.[9]
Morte
editarFaleceu em Petrópolis, no dia 15 de dezembro de 1928. Seu nome foi atribuído a um município de Goiás, Leopoldo de Bulhões. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista, zona sul da cidade do Rio de Janeiro.[10]
Ver também
editarNotas
- ↑ Mandato interrompido pela Proclamação da República do Brasil
- ↑ 1.º Presidente do partido
Referências
- ↑ «Assembleia Federal». Consultado em 8 de maio de 2009. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ «BULHÕES, Leopoldo de» (PDF). Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 7 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023
- ↑ a b «ALMEIDA, José Xavier de» (PDF). Fundação Getúlio Vargas (FGV). Consultado em 7 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023
- ↑ «Assembleia Legislativa do Estado de Goiás». web.archive.org. 13 de julho de 2018. Consultado em 19 de abril de 2024
- ↑ «Memorial Legislativo de Goiás- Publicações». Memorial Legislativo de Goiás- Publicações. Consultado em 6 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 2023
- ↑ «O CORONELISMO NO ESTADO DE GOIÁS. - 1 A REPÚBLICA E O CORONELISMO». 1library.org. Consultado em 7 de dezembro de 2023
- ↑ «História do Legislativo de Goiás» (PDF). web.archive.org. Consultado em 6 de dezembro de 2023
- ↑ «Senador Leopoldo Bulhões - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 29 de dezembro de 2023
- ↑ «Algumas Considerações sobre o Ensino Municipal em Petrópolis». Instituto Histórico de Petrópolis. Consultado em 6 de maio de 2009. Arquivado do original em 15 de abril de 2009
- ↑ «Cemitério São João Batista». Concessionária Rio Pax. Consultado em 21 de fevereiro de 2023
Precedido por Sabino Alves Barroso Júnior |
Ministro da Fazenda do Brasil 1902 — 1906 |
Sucedido por David Morethson Campista |
Precedido por David Morethson Campista |
Ministro da Fazenda do Brasil 1909 — 1910 |
Sucedido por Francisco Antônio de Sales |
Precedido por Oswaldo Gonçalves Cruz |
Prefeito de Petrópolis 1 de fevereiro de 1917 — 1 de maio de 1917 |
Sucedido por Domingos de Souza Nogueira |